Caríssimos amigos enófilos e amantes da boa mesa, a partir de agora as nossas conversas sobre Vinho serão editadas neste novo formato. Já era sem tempo, não!! Este é o preparativo para uma certa, digamos, oficialização do Website a ser este ano inaugurado. Primeiro testamos, avaliamos e aprovamos os textos e ensaios aqui divulgados. Vejam que o número desta edição é 26 (vinte e seis). Exatamente! Nossos “insights” iniciaram-se em 17/01/08 e já colheu boas safras de bate-papos.
“Decantando a Vida“. Porque a vida sempre deve ser depurada, límpida [mesmo quando estamos na pior], clareada, aberta, livre, despojada e cantada!! Assim como um Vinho: nas safras jovens vai um decanter largo para amainar a pujança juvenil e nas safras antigas, um decanter curto serve, vez que basta para abrir o aroma e sabor inicial sufocado pela longa guarda.
Por que o nome “Decantando a Vida”? Bem, ele na verdade foi escolhido numa votação familiar em que sempre quem vence é a fêmea. Minha companheira inseparável no tim-tim de taças acertou em cheio, não acham?!! Márcia Prunk é pura inspiração.
Iniciando esta nova fase de reportes deixo vocês com uma pérola de poesia – sou mais dado às prosas, talvez – de um paulistano bom de letras e que exprime à perfeição o sentido de Decantar a Vida, cantando em versos:
“A VIDA DECANTADA”
“Ah se as pessoas fossem tal como um vinho
Cada tipo de uva como um meu grande amigo
Os cabernet, os sirah, os moscatos e os tempranilos
Uns mais suaves, outros mais ácidos mas que se harmonizam
Ah, se eu pudesse decantar cada um desses amigos
Fazendo-os liberarem tudo o que há de melhor dentro de si
Seus dons, seus afetos, suas melhores formas de gratidão
Sentir o sabor de velhas amizades descansadas no carvalho
Na minha reserva especial meus amigos do meu velho mundo
Os que acompanharam-me no tempo junto ao amadurecimento
Como o tanino mais rico e deveras equilibrado
Embora complexo meu processo de maturação foi demorado
Às minhas velhas amigas, dou-lhes toda sorte dos rosé´s
Refrescantes como o mar num dia de verão
E ao meu grande amor o meu melhor Bordeaux
Do qual posso sentir em seu aroma o seu melhor buquê
A vida que deve ser mais fácil, mais alegre e bem definida
Que me lembre as frutas mais vermelhas de minha infância
Os chocolates mais amargos de final macio e aveludado
Decantando a vida em vinho e a misturando com a poesia…”
Éber Marcos Arends do Vale.
São Paulo – 17/12/2007.
Bacana, não é. Saúde e até nova edição!