Geléia, madeira, extrato, potência, loooongo final. Vinhos tecnológicos, feitos por tecnocratas, para vender e massificar um determinado gosto, garantindo retorno financeiro e mais e mais vendas.
Não há nada errado nisso, comércio é venda, e nada supera o lucro. Se estivesse do lado comerciante, repetiria as notas dos vinhos, conceitos e premiações de cada vinho do meu portfólio. Como estou do lado consumidor, e tenho noção da estratégia de vendas das lojas e importadoras, esses adjetivos não me convencem.
Esse estilo de vinho, gordo, massudo, doce, pesado e muitas vezes com adstringência elevada, é o que conquista mais facilmente o paladar da maioria dos apreciadores. Já me convenceu também, já comprei e tomei muito vinho assim. Ainda tomo, só não compro. Só se for por engano. Da mesma maneira que não acho errado se produzir cada vez mais esse estilo de vinho, conhecido como “novo mundo”, não vejo nada de errado em preferir outros estilos, como tintos com toques de Brett, aldeído cinâmico, brancos oxidados, brancos naturais com pouco ou nenhum sulfito tornando-os selvagens e estranhos. Nesse assunto não há certo nem errado, tudo depende de que lado você está. Do lado do comércio e seus súditos consumidores de vinho cupim, ou apreciadores de outros estilos, diferentes do citado.