A resposta parece óbvia mas não é. Os vinhos normalmente são classificados, quanto a cor, em tintos, brancos e rosé. Os tintos dificilmente serão alvo de dúvidas, assim como os rosé, porém os brancos apresentam nuanças que podem confundir o observador. Quando comecei a me interessar por vinho foi me servido um Jerez e perguntado em que categoria aquele vinho se encaixava. Pensei em tinto. Não podia ser. Rosé? Sei lá. Branco? Mas como se o vinho tinha cor de guaraná? E me foi dito que era branco mesmo.
Os vinhos brancos levam esse nome que não condiz com a realidade, alguém já viu um vinho na cor de leite? Pois é, branco é leite. O vinho branco é uma nomeclatura que abrange as mais variadas tonalidades, que vão do amarelo bem clarinho (quase cor de água, se é que água tem cor) até a cor bem amarelo-ouro, ou mesmo uma cor amarronzada, característica de maceração prolongada ou oxidação intencional como ocorre com exemplares do Vêneto. Confesso que tenho uma queda por vinhos brancos de cores mais carregadas, mais encorpados e mais untuosos, mas não desprezo os outros tipos. Tudo depende do momento e da companhia, pois um dos grandes prazeres é compartilhar a garrafa.
Os vinhos das fotos são exemplos de vinhos brancos que fogem do convencional. São dois vinhos brasileiros, o exemplar da esquerda é o Cave Ouvidor 2005 e o da direita o Era dos Ventos 2008. Ambos feitos da mesma uva, a Peverella. Postagem publicada originalmente no site Café Caviar. O post dessa semana também já está publicado, e pode ser lido clicando aqui: www.cafecaviar.com.br/blog/campo-eliseo-2003/