Wine-Day Reportagem On-time

Oi, Galera. Voltamos a falar diretamente de Bento Gonçalves, Vale dos Vinhedos-RS.
Hoje participamos (eu e Eugênio) do Wine-Day 2010, com um dia inteiro dedicado a entender todo processo de feitura de um vinho. Show-de-bola da Miolo. Recomendamos a todos, pelo tratamento e pelo aprendizado. Esse arranjo foi todo preparado e arquitetado pelo amigo e irmão de confraria, o Petrus, da Confraria Amicus Vinum. E estão conosco outros guerreiros de Baco, o Bodani e o Adroaldo. Antes, porém, vejam as fotos da visita à Salton:

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Ontem estivemos visitando a vinícola Salton e fomos brindados com um delicioso Jantar dentro da Sede principal, que está completando 100 anos! Com direito a cantoria italiana e muito mais. Acima, damos detalhes desta visita guiada, com imagens atuais. Impressionou o tamanho da vinícola, que é sem dúvida a maior produtora de espumantes do Brasil. Parabéns antecipado pelo centenário.

Acompanhem daqui a pouco o que rolou no WINE-Day. Em primeira mão!
Por A.Coêlho e Eugênio.

Participação no Wine-Day Miolo

wineday1WINE DAY 2010

Amigos, estarei participando neste sábado próximo (13) do famoso Wine-Day, da vinícola Miolo, em Bento Gonçalves-RS. Nestes três dias estarei contando em detalhes – quase como um diário (enquanto nosso Twitter se prepara p/ entrar no ar) – as aventuras nas terras gaúchas. Deliciem-se nesta viagem pelo Rio Grande. O Wine-Day é um dia inteiro dedicado ao conhecimento do processo completo de vinificação de um vinho, desde a colheita das uvinhas até o engarrafamento final. Trata-se de um Curso intensivo de 7 horas, com palestras de enólogos e agrônomos, além da prova de mostos envelhecidos e por fim a entrega de Certificado. Vai ser muito legal esta experiência!

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Nova Carta de Vinhos no La Chaumière

chumiere2wEle não é muito de badalação mas lá se vão 15 anos de estrelas ao restaurante La Chaumière, do querido Severran. Três meses atrás fui ao restaurante – que está todo reformado e de cara mais brilhante – para provar sua deliciosa e tradicional comida. Seus filés, tornedores e escalopes são verdadeiramente imbatíveis, assim como é o Chef-maratonista Severino, proprietário da casa há 37 anos. Desta vez provei o famoso Coq-Au-Vin (foto) que sempre desejei comer e que é feito à maneira tradicional francesa, com 48 horas de cozimento da penosa em vinho tinto. Para acompanhar tomei o vinho Serras de Azeitão 2007, da região do Sado, Portugal, que compõe a nova carta. Um vinho delicioso, do produtor respeitado Quinta da Bacalhôa – 88 pts.


Mas o que mais me chamou atenção foi realmente a nova Carta de Vinhos do restaurante. A antiga, tenha dó, era…nem era, pois integrava junto ao cardápio do Menu, mesmo. E não havia mais que uma dúzia de rótulos. A nova carta está a altura da Casa, muito bem desenhada, vistosa e completa. Pelo que percebi são quase cem rótulos disponíveis, entre tintos, rosés e brancos. Para vocês terem uma ideia, vinho branco nem existia antes. Agora julgo-a perfeita; à exigência dos bons sommeliers e gourmets da Cidade. Há rótulos de várias partes do globo, vinhos nacionais, e os preços são honestíssimos, com variações para todos os bolsos, indo e 25 a 300 reais. Excelente, não! Quem anteschumiere3wreclamava que lá não havia o que beber (com alguma razão [risos]), aproveitem para visitar a Casa que está de cara, e agora…de Carta de Vinhos nova!


Serviço – La Chaumière
408 Sul, bl.A, Lj.13 – Asa Sul – 3242-7599

Terça a sexta, 12 às 15h. e das 19 à 00h.

Sábado, 19 à 00h. Domingo, 12 às 15h.

Entrevista com a sommelière Eliane Burin

O Decantando a Vida traz essa semana uma entrevista com a competente sommeliére Eliane Burin, oriunda do Rio Grande do Sul e recém chegada da Itália. Confira:

De onde você veio, e o que te fez vir para Brasília?

eliane burinSou gaúcha, vim de Porto Alegre. Fui convidada para trabalhar numa Importadora de Vinhos e mudei para Brasília.

Há quanto tempo você trabalha com vinho, e o que ele representa para você?

Há três anos descobri o fascinante universo dos vinhos. Através dele conheço pessoas, adquiro novos conhecimentos, viajo e faço um trabalho maravilhoso, que é mostrar como o mundo do vinho pode ser simples e prazeroso ao mesmo tempo.

Você já trabalhou em lojas, importadoras e restaurantes? Qual dessas propostas você acha mais interessante?

Já trabalhei em duas lojas com Wine Bar e uma Importadora. A loja me proporcionou maior interatividade com o consumidor, o que foi muito gratificante.

Soube que iria fazer o curso da A.I.S (Associazione Italiana di Sommeliers) na Itália, conceituada escola em que se formaram Guilherme Corrêa e Alessandra Rodrigues (já entrevistada aqui no Decantando a Vida), por ainda não aconteceu?

O curso na A.I.S é um projeto antigo e que ainda vou realizar. Em 2010 viajarei para a Itália para conhecer regiões produtoras e degustar vinhos.

Você veio do sul, está em Brasília há quanto tempo? Quais as principais diferenças desses lugares em relação ao vinho?

Eu estou em Brasília há apenas um ano. A diferença é cultural mesmo, crescemos observando nossos pais colhendo uva e fazendo vinho. Consumimos vinho diariamente, está no nosso DNA. Aqui, sinto que o consumo é mais social.

O consumidor do sul, por ser uma região produtora, é mais bairrista/nacionalista ou o vinho estrangeiro vem em primeiro lugar?

O consumo de vinho estrangeiro é maior. Porém, a qualidade dos vinhos brasileiros tem melhorado. Em compensação, os nossos espumantes são um excelente referencial.

Hoje, aqui na cidade, toda semana há um ou mais eventos de vinho. Lá no sul também havia esse movimento intenso das importadoras?

Sim. Os eventos são constantes, o que estimula o consumo e o conhecimento de novos rótulos. O consumidor está mais informado e aberto a novas experiências enogastrônomicas.

Você tem uma região predileta em relação ao vinho? Se sim, qual e por quê?

Sou apaixonada pela Toscana. Além de produzir grandes Brunellos é uma região muito bela e charmosa.

Qual é a cor do vinho branco?

vinhobranco2A resposta parece óbvia mas não é. Os vinhos normalmente são classificados, quanto a cor, em tintos, brancos e rosé. Os tintos dificilmente serão alvo de dúvidas, assim como os rosé, porém os brancos apresentam nuanças que podem confundir o observador. Quando comecei a me interessar por vinho foi me servido um Jerez e  perguntado em que categoria aquele vinho se encaixava. Pensei em tinto. Não podia ser. Rosé? Sei lá. Branco? Mas como se o vinho tinha cor de guaraná? E me foi dito que  era branco mesmo.
Os vinhos brancos levam esse nome que não condiz com a realidade, alguém já viu um vinho na cor de leite? Pois é, branco é leite. O vinho branco é uma nomeclatura que abrange as mais variadas tonalidades, que vão do amarelo bem clarinho (quase cor de água, se é que água tem cor) até a cor bem amarelo-ouro, ou mesmo uma cor amarronzada, característica de maceração prolongada ou oxidação intencional como ocorre com exemplares do Vêneto. Confesso que tenho uma queda por vinhos brancos de cores mais carregadas, mais encorpados e mais untuosos, mas não desprezo os vinhobranco1outros tipos. Tudo depende do momento e da companhia, pois um dos grandes prazeres é compartilhar a garrafa.
Os vinhos das fotos são exemplos de vinhos brancos que fogem do convencional. São dois vinhos brasileiros, o exemplar da esquerda é o Cave Ouvidor 2005 e o da direita o Era dos Ventos 2008. Ambos feitos da mesma uva, a Peverella. Postagem publicada originalmente no site Café Caviar. O post dessa semana também já está publicado, e pode ser lido clicando aqui: www.cafecaviar.com.br/blog/campo-eliseo-2003/

Escolha uma boa Adega climatizada!

adegasMuitos amigos e conhecidos me perguntam qual melhor adega climatizada para guardar com propriedade suas preciosas ampolas de vinho. Depois de passar por três modelos de mercado e com duas decepções, resolvi desmistificar também mais este tabu do mundo de baco. Acabei por conhecer quase todos os modelos de adegas climatizadas vendidas no mercado brasileiro, entre nacionais e importadas. O resultado é muito bom e satisfatório ao consumidor, com diversas ofertas para todos os bolsos e necessidades, desde aqueles climatizadores “de sacola” (portátil p/ duas ou três garrafas – muito estranho!) até as enormes estantes para centenas de garrafas; uma verdadeira enoteca ambulante.

Mais o que me chamou atenção ao estudar estes eletrodomésticos foi o seu modo de funcionamento, ou resfriamento. Aí que vem a dica preciosa que deixo a vocês. No mês passado a revista Adega publicou reportagem sobre o assunto, muito boa e completa. Mas o que buscamos aqui, sem meias palavras, é auxiliar o leitor do DCV a ficar atento à escolha inadvertida de uma adega. A matéria da citada revista trata sucintamente de um ponto que para mim é CRUCIAL: as que realmente resfriam seus vinhos e as que “tentam”. Exatamente! Prestem atenção aos produtos que prometem o que não cumprem, ou melhor, tentam mas morrem na praia!

Existem no mercado brasileiro de adegas dois tipos básicos de sistemas de resfriamento: termoelétricas (por troca de calor) e eletrônicas digitais (por compressor). A seguir relaciono os modelos existentes, com seu tipo de sistema de resfriamento.

Eletrônicas-digitais – temperaturas entre 4 e 18 graus Celsius.
Modelos: Art-des-Caves, GE, Britânia, Suggar, LG, Electrolux, Brastemp (40grfs ??), Metalfrio, Midea, Eurocave (imp. controle umidade), Liebherr (imp.Lofra, controle umidade), NovaCave e Sansung (controle umidade).

Termoelétricas – temperaturas de 10 a 25 graus.
Modelos: Tocave, Dynasty, Wine (Conthey), Bon Cheff, Spicy, EasyCooler, HomeLeader, Studii e Brastemp (12 grfs).

Como as termoelétricas funcionam com “troca de calor”, elas dependem da temperatura ambiente para manter resfriado os vinhos em seu interior. Em resumo, não conseguem acompanhar a programação real da temperatura que você deseja de suas garrafas. Assim, procure não adquirir estes modelos, a não ser que você tenha um ambiente refrigerado a pelo menos 17 graus, onde possa instalar a adega. Explicando melhor, numa residência brasileira onde as temperaturas usuais giram em 25 graus, estas adegas somente conseguem temperaturas entre 16-21 graus, dependendo do modelo. O que é inapropriado para manter a temperatura ideal de um vinho (entre 6-16 graus). Este problema não ocorre com as adegas de compressor. Portanto, opte sempre pelas de compressor, as quais, salvo alguns modelos, funcionam perfeitamente com a temperatura digitada ou marcada analogicamente. A única ressalva sobre os modelos eletrônico-digitais é a qualidade do compressor. Antes de comprar verifique se o compressor é específico para adegas, os quais devem evitar vibrações que prejudicam os vinhos. A quase totalidade dos modelos no Brasil já possui sistemas anti-vibratórios, de forma que você estará adquirindo adegas seguras para armazenar seus preciosos vinhos. Se você já passou por esse contratempo mande seu comentário. Numa outra oportunidade falarei sobre armazenamento de vinhos. Boa escolha!

Opus One 1996

opus1A outra garrafa, bebida na noite em que tomei o Vega-Sicilia Único 1970, foi o grande vinho norte-americano Opus One da safra 1996. Nessa safra as chuvas de primavera causaram uma diminuição da produção das vinhas, principalmente de Merlot e Malbec, e essa primavera fria foi seguida de um verão muito quente, produzindo um período curto e compacto de colheita. Isso tudo gerou uma safra minúscula, com muita estrutura.

A Opus One foi a primeira vinícola de butique do Napa Valley, sendo uma parceria entre Robert Mondavi, originário de uma família de imigrantes italianos, e Philippe de Rothschild, proprietário do Château Mouton Rothschild. Em 1984 as primeiras safras, 1979 e 1980, foram lançadas simultaneamente e em 2004, Mondavi, com problemas financeiros, vendeu sua parte ao grupo Constellation. Hoje a vinícola pertence a esse grupo e a Philippine de Rothschild, herdeira de Philippe.                                                                                                                                    opus4

O vinho em questão era um vinho muito estruturado, com bastante fruta, em uma cor ainda púrpura. Aromas de menta, violeta, tabaco e caramelo são sentidos, e na boca é encorpado e longo. Mesmo aos 14 anos de idade esse vinho feito de 86% C.sauvignon, 8% C.Franc, 3% Merlot e 3% Malbec ainda tem muito tempo pela frente. Ter provado esse vinho foi outro desejo saciado. Sempre tive vontade de tomá-lo, mas vinhos norte-americanos desse nível, além de serem caros, não são facilmente encontrados por aqui. Principalmente em safras antigas como essa.

 

Masi Mazzano Amarone della Valpolicella Clássico 2001

masi2Um Amarone de um produtor de grande prestígio, seus Amarones estão entre os melhores italianos, e esse era o top da casa, o Mazzano 2001 (75% corvina, 20% rondinella e 5% molinara). Um vinho austero, protótipo de Amarone, que envelhece em barris de pequeno porte, e as uvas vêm de um vinhedo histórico cujas qualidades são conhecidas desde o século XII.

Quem me conhece sabe que Amarone não é meu vinho de eleição. A palavra amaronemasi1 significa “grande amargor”, o vinho não é amargo como sugere o nome, mas tem um doce amargor. Suas uvas são atacadas pelo botrytis, resultando na podridão nobre e geram vinhos com grande nível de teor alcoólico, 16% vol., que no caso deste Mazzano está muito bem integrado. Talvez o que mais me incomode seja a austeridade, é um vinho que em minha opinião necessita ser acompanhado de comida, e sua combinação de doce e amargo não me cativa muito. Não dá para negar que é um vinho muito bem feito, que acompanhado de um queijo pecorino pode ser muito bom. Quem for fã de Amarone vai amar.