Merlot Terroir eleito 1o. do mundo…eu já sabia, Yéah!

merlotterroirEU JÁ SABIA… YÉAH!!
A Revista Época desta semana destaca na matéria intitulada A Glória do Merlot é Nossa, a degustação realizada em Londres, com quase uma centena de rótulos de vinhos da uva Merlot, de produtores de 11 regiões do mundo. O Brasil saiu laureado colocando nada menos que oito de seus Merlot na lista dos 10 melhores avaliados. O idealizador desse estudo foi um Master of Wine, o paranaense Dirceu Vianna, radicado há 20 anos na Inglaterra. O desafio – aceito por 40 dos maiores degustadores de vinhos do mundo, entre eles quinze outros M.Wines – era escolher entre rótulos da uva Merlot os dez melhores, na faixa de preço de até R$ 45,00 (custo na Inglaterra = $15 Libras). É lógico que isto não significa dizer que o Brasil esteja na frente dos demais países produtores, o que seria um absurdo, pois neste compêndio não entraram para comparação as grandes marcas como os Bordeaux de St.Emillion ou de Pomerol, por terem preços mais elevados.

Clareando a mente dos internautas, vamos às ponderações. Como vocês puderam perceber acima, “devagar com o andor que o santo é de barro” [risos]. Sempre gosto de lembrar do problema que temos com este tal de preços de vinhos no Brasil, e consequentemente, nas comparações com estrangeiros. Os vinhos nacionais que concorreram no estudo são caros [no Brasil], comparando com rótulos importados/exportados, por exemplo: um merlot Terroir custou na Inglaterra 45 reais e no Brasil é 80 – alguém entende? Em suma, neste concurso entraram somente aqueles estrangeiros ditos de 3a. categoria e abaixo do valor cultural aceito pela população daqueles países; vinhos abaixo da média aceitável dos produtores como França, Itália, Chile, etc.

O fato benéfico de tudo isto, que venho destacando não é de hoje (vejam meu post de 12/10/09), é que aqueles vitivinicultores nacionais que apostaram na casta Merlot, estão colhendo o resultado favorável deste recente estudo acadêmico promovido em Londres. Se isto é um indicativo válido para todos e em quaisquer regiões produtoras não sabemos, mas já é um preceito a ser fortemente considerado. E que deve servir de alerta para bem da produção nacional. A seguir temos a lista dos dez classificados na polêmica degustação de Londres. Confiram a matéria Época: http://www.ibravin.org.br/int_noticias.php?id=500&tipo=N

Os 10 Melhores Vinhos Merlot do Mundo – IMW(Londres):

1º Miolo Merlot Terroir 2005 – Brasil
2º Thelema Merlot 2005 – África do Sul
3º Pizzato Single Vineyard Merlot 2005- Brasil 
4º Vallontano Merlot Reserva 2005 – Brasil
5º Concha Y Toro Casillero del Diablo Merlot 2006 – Chile
6º Larentis Reserva Especial Merlot 2004 – Brasil
7º Don Laurindo Merlot Reserva 2005 – Brasil
8º Cavalleri Pecato Merlot Reserva 2005 – Brasil
9º Michelle Carraro Merlot 2005 – Brasil
10º Milantino Merlot Reserva 2004 – Brasil
———————————————-fonte: Ibravin.

Adobe Reserva Emiliana 2006

adobePossui um vermelho rubi intenso brilhante e de grande profundidade. No aroma se destaca a fruta madura perfeitamente balanceada com notas adocicadas e tostadas que levam a madeira. Este vinho é de produção orgânica, o que lhe confere um diferencial entre os demais do Chile. R$ 55,00. (winestore).

Mais 80 vinhos e um novo Recorde!

Um novo recorde acaba de ser atingido: 850 vinhos avaliados. Que desafio tannat06lcgostoso, hein!! Ufááhh… No mês passado abri quatro garrafas que ficaram na memória e gostaria de dividir com vocês a experiência. Estes rótulos fazem parte da nova atualização que fizemos no ranking de Avaliações-DCV, com mais 80 vinhos. Com isto, atingi o total de 850 rótulos provados e analisados pessoalmente. Uma marca individual considerável.

1. Tannat Grande Vindima Lidio Carraro 2006 – Um tannat de surpreender. Bem diferente dos exemplares do vizinho Uruguai. Sabor de fruta bem característico, elegante e harmonioso, com boa acidez. Ele foi provado diretamente nesta vinícola boutique, que fez só 3000 grfs. Não fosse o preço irreal para o mercado, diria tratar-se de um dos melhores exemplares já produzidos no Brasil.
2. Nederburg Pinotge – Vinho Sul-africano bem aromático, com frutas secas pretas e sola de sapato. Na boca forte torrefação presente e carnudo, com leve baunilha. Bem estruturado e ótimo com comida. Apesar do teor 14 graus de álcool tem pouca acidez e fracos taninos. Bem típico da uva pinotage.

3. Arroba Malbec – Arroba é um vinho diferente. Carlos Balmaceda produz apenas 5000 garrafas, resultado de vinhedos que seleciona nas altas regiões de La Consulta e de Luján de Cuyo, no distrito de Mendoza-Argentina. 25% do vinho fica 12 meses em barricas francesas novas.
4. Sta. Margherita Pinot Grigio (Branco) – Ótimo cítrico. Um grande achado da costa oeste da Itália, no Mediterrâneo. A Pinot Grigio em sua melhor apresentação. Excelente relação qualidade/preço. Cor palha quase branca. Um vinho especial para acompanhar frutos do mar.
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V i n h o Tipo safra País R$ Nt Conceito
Tannat 06 Lidio Carraro tinto 2006 Brasil 150 85 Muito Bom
Nederburg Pinotage tinto 2007 Sul África 40 86 Muito Bom
Arroba Malbec tinto 2006 Argentina 90 86 Muito Bom
Sta Margherita Pinot Grigio – Valdadige Branco 2008 Itália 50 87 Muito Bom

Somadas as ampolas analisadas pelos dois Editores do Blog, temos então, mais de 1.250 vinhos no banco de dados disponibilizado à comunidade enófila e aos internautas. Um volume de informações “de responsa” [risos] e acreditamos seja de grande utilidade aos interessados por vinho. Por isto, não esqueça:

VISITE A PÁGINA “Avaliações-DCV” E FAÇA BOAS PESQUISAS.

Exposição de Arte na Villa Francioni

galeria2A artista plástica gaúcha radicada em Florianópolis, Eliane Prezzi de Zorzi, está expondo suas telas na Galeria de Arte da Vinícola Villa Francioni em São Joaquim. A abertura oficial da exposição aconteceu no sábado dia 10/07/10. A artista que ganhou projeção internacional dedicando sua arte sobre o olhar dos animais e suas personalidades, vai mostrar também telas tendo como tema a energia. Serão 15 quadros de tamanhos que variam entre 50x150cm, 100 x 100 cm, 140 x 140cm. A exposição permanece até 11 de setembro e vai se chamar “Do Finito ao Infinito”.

A Galeria de Arte da Villa Francioni já recebeu trabalhos de dezenas de artistas desde a sua fundação, entre eles: Luciano Martins, Tereza Martorano e Adriana Freitas. Um dos destaques foi a exposição de 19 peças dos escultores franceses Auguste Rodin e Camille Claudel no ano de 2007. As peças vieram do acervo de Reine-Marie Paris de La Chapelle, sobrinha-neta de Camille. A galeria foi mais um sonho do idealizador da vinícola, o empresário Dillor Freitas, que era um apaixonado por vinhos e também pela arte. Quem visitar a vinícola além de conhecer o projeto inovador na produção de vinhos vai poder também ter um encontro com a arte projetada nas telas pela artista Eliane Prezzi de Zorzi. A exposição tem o apoio da Prefeitura de São Joaquim, Fundação Catarinense de Cultura e Secretaria de Desenvolvimento Regional de São Joaquim.

Philippe Leclerc, Gevrey-Chambertin 1Cru, Les Cazetieres 1996

leclerc4Em menos de um mês, me deparo com outra garrafa de um vinho do Philippe Leclerc, novamente apresentada pelo amigo Guilherme (Um papo sobre vinhos). Como já havia dito na postagem de junho, os vinhos desse produtor não têm importador no Brasil. Ele faz 03 Gevrey-Chambertin 1Cru, e o tomado dessa vez foi o Les Cazetieres 1996. Assim como La Combe aux Moines da mesma safra, esse apresentou uma cor turva, com uma boa presença de taninos, mas uma menor acidez, o que o deixou um degrau abaixo em relação ao tomado anteriormente. Nos tempos de rapidez e praticidade, é sempre interessante tomar um Borgonha envelhecido para ver como eles evoluem.

Edição Imperdível da Revista Gosto!

gostoA revista GOSTO completa um ano de vida e põe nas bancas uma edição (n.12) imperdível, para colecionar. A revista surgiu de uma dissidência da revista Gula, que passou por reformulações e não conseguiu manter o mesmo nível. Como meu interesse maior são os vinhos, todo mês dou uma folheada na seção, se me interessa compro, se não, espero a próxima edição. Dos doze números até agora, confesso que comprei cinco exemplares, e o último foi o de março/2010. Ao folhear essa edição de aniversário não tive dúvidas, é para comprar e guardar.

Primeiro uma entrevista com o renomado chef francês, radicado nos EUA, Daniel Boulud. Nunca esqueço a edição da Gula (2005), que trazia uma matéria sobre o aniversário de 50 anos do chef, em seu restaurante Daniel (eleito o oitavo melhor do mundo em 2010/Guia St.Pellegrino) em Nova York, com a presença de Robert Parker, Jeff Zacharia (Zachy’s) e vinhos fantásticos, a maioria em magnums.

Seguindo na seção Tira-Gostos, uma breve reportagem sobre o restaurante carioca La Fiducia, do sommelier Valmir Pereira, que trabalhou vários anos no D´Aminci e ficou conhecido como o maior vendedor de Romanée-Conti do Brasil.

Adiantando um pouco as páginas (Perfil do Chef), GOSTO faz uma leitura do chef René Redzepi, do restaurante NOMA, eleito o melhor de 2010 pelo mesmo guia St. Pellegrino. Um pouco adiante       guilherme-rodrigues-11(Gosto se Discute) uma discussão saudável sobre o velho e controverso assunto, taxa de rolha. Ainda um pouco antes de entrar na seção propriamente de vinhos, uma comparação (Gosto de Provar) dos menus degustações do D.O.M. e Maní.

Dito tudo isso, e olha que eu disse que meu maior interesse era a seção de vinhos, entramos nela. A revista conta com editores como Marcelo Copello, José Maria Santana, Luis Pato e Guilherme Rodrigues, que considero um dos três melhores escritores de vinho do país. Ele nos brinda com a narração dos vinhos abertos em seu aniversário, dentre eles vários do Domaine de la Romanée-Conti, inclusive o próprio, todos 1990. Depois uma vertical de 10 safras de Vega-Sicília Unico, e para finalizar uma degustação às cegas de 17 tintos da safra 1999, misturando Bourdeax (Mouton-Rothschild, Cheval Blanc, Margaux…) e Novo Mundo (Nicolás, Clos Apalta, Caymus…). Ainda tem sob sua assinatura, uma degustação de várias safras de Moscatel da José Maria da Fonseca. Parabéns a J.A. Dias Lopes e toda sua equipe. Edição essencial. Foto Guilherme Rodrigues: Site Club Gourmand.

Paul Hobbs branco e tinto

paulhobbs1Paul Hobbs deverá vir ao Brasil no próximo dia 12 de julho, juntamente com o enólogo e seu sócio Luis Barraud, para apresentar sua linha de vinhos argentinos da Viña Cobos. Hobbs faz vinhos na Argentina, Chile e em seu país os EUA. Ele foi um dos enólogos que participaram da criação do ícone americano Opus One. Hoje tem sua própria vinícola na Califórnia, onde faz vinhos Chardonnay, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon.

Tive a oportunidade de tomar o Chardonnay Russian River 2007, que apresentou uma cor amarelo ouro, com aromas bem exuberantes e um amanteigado na boca. Umpaulhobbs2 chardonnay novo mundo, com madeira na medida, sem os exageros comuns encontrados facilmente nos vinhos do novo mundo.

Provei também o Pinot Noir Russian River 2006. Ambos tinham um teor alcoólico de 14,7%, o que os tornou um pouco quente na boca. O pinot tinha a cor clara, característica da casta, e um corpo médio. Apesar de novo mundo, tem um estilo diferente dos pinot sul-americanos e franceses, mas de muita classe.

Vinitaly 2010- Segunda parte

vinitaly1Dando sequência à cobertura da Vinitaly, Alessandra Rodrigues nos traz a segunda parte:

“À tarde pude conhecer outras casas vinícolas das regiões Abbruzzo e Marche, como Vigna Amato, com ótimos Verdicchi dei Castelli dei Jesi DOC Clássicos e Reservas, Rosso Piceno e um interessante Vi’ de Visciola, uma bebida aromatizada a base de vinho e cerejas.  Passei pela casa Marconi, onde experimentei outros Verdicchio que se harmonizam perfeitamente com os crustáceos. Provei também os Verdicchio da casa Marchetti e pude comparar todos. Na Podere Castorani tinha até um carro de fórmula 1 no stand.  As pessoas paravam pra provar os vinhos e apreciavam o belo exemplar do carro de Jarno Trulli.

Na casa Conti di Buscareto, espumantes feitos 100% com a uva Verdicchio, e o vinho rosato feito com a uva Lacrima 100% também foram muito interessantes. Mas o mais interessante mesmo foi poder ter provado uma cerveja vermelha artesanal, feita colocando vinho da uva Lacrima na primeira fermentação  a  alta temperatura. A segunda fermentação foi feita em garrafa. Uma delícia!!! Cerveja com gostinho final de uva!!

Nos dias seguintes, passei pela Toscana, pela Lombardia, pelo Alto Adige, pela Campania, pelo Veneto…Na Fattoria Ormanni os Chianti eram excelentes e o Super Toscano Julius (Merlot e Syrah) também era muito bom! Assim como os Chianti da Monteraponi  – muito muito bons! Na casa Franz Haas, famosíssima pelos seus grandes vinhos, provei um Pinot Nero e um excelente Moscato Rosa! Não podia deixar de passar pra cumprimentar a proprietária da casa Marisa Cuomo e rever a cantina que visitei quando ela estava construindo. Ela ficou contente em me mostrar as obras feitas, por fotos. E obviamente não podia deixar de experimentar o magnífico Fior d’Uva, o Furore…Visitei também uma amiga da Castello del Terriccio e claro, provei todos os vinhos, que gosto muito.       

Passei também pela região específica do Franciacorta e pela Sicília que adoro, além de ter provado alcun vinhos da Emilia Romagna, que também é pouco conhecida no Brasil, mas está produzindo vinhos e principalmente espumantes interessantes. Em um dos stands conheci “Il Fornaio Anarchico”, um especialista em biscoitos, Daniele, que me fez provar o “Bustreng” que disseram tervinitaly2 propriedades afrodisíacas…Biscoitos com especiarias e vinhos romagnolos – combinação perfeita!!

Os vinhos orgânicos que provei também foram de qualidade, apesar das dificuldades pra produzí-los, como me contaram vários produtores.

Gostaria de citar todas as casas vinícolas visitadas e todos os vinhos provados, mas foram muitos!!!”

Alessandra Rodrigues.

Um BAROLO p/ quebrar o preconceito!

prunottoUm vinho para surpreender. Não que seja um desconhecido, mas porque muitas pessoas no Brasil não o conhecem verdadeiramente. Bebi recentemente uma coisa de outro mundo, ou melhor de outro planeta! Esta ampola é certamente algo para elevar a alma. Espirituoso. Rezar, orar e pedir aos deuses que iluminem as mãos que o produziram…Não vou estender mais o segredo e abrir logo o jogo. Trata-se nada menos que o fantástico Prunotto, de Bussia. Um Barolo de 2001, do Piemonte – Itália. Ele foi bebido em minha comemoração de Bodas de Prata no restaurante Le Jardin du Golf, no Clube de Golfe. Uma sequência muito bem produzida de refeição, com um fetuccine con polpetas pra mim e um frango a sous-vide e batatinhas grelhadas para a madame. De entrada um palmito pupunha guarnecido com calda chocolate deliciosa. Ao final da noite, tsc,tsc… uma decepção foi constatar a taxa de rolha cobrada: inacreditáveis 60 reais ljardin-cc(para uma garrafa que por baixo custava +400,00!). Verdadeiramente um ponto negativo do restaurante, que deixou um certo amargor na boca. Verdade seja dita, a carta de vinhos é ótima, de muito bom gosto e variadíssima tanto em preço quanto em rótulos. Mas, enfim…UMA PENA a falta de sensibilidade do gerente!! Aliás, interessante notar que os restaurantes daquele Clube andam dando umas “tacadas” bem exageradas [risos]. Há dois meses paguei um valor parecido por um vinho levado ao restaurante Oliver – Clube de Golfe, nas mesmas condições.

Para adoçar novamente nosso paladar e o post, voltemos ao vinho. Descortinamos aromas de hortelã e aniz, além de outros como tabaco, num emaranhado de cheiros abertos raramente visto numa única garrafa de vinho. Perfumes de pétalas de rosas e muito mais ainda exalavam. E o inacreditável era que o mesmo continha quase uma década de idade. Isto mesmo, vejam a cor quase violácea na foto. Parecia que o vinho acabara de ser vinificado. E tem força para mais 15 anos, fácil. prunotto1Na boca nem preciso contar; era puro veludo, descia redondo como a jabulani da Copa de futebol. Este “puro sangue” lembrou um magnífico claret (Grand Cru) francês apesar do intenso corpo. Mas era um italianíssimo Barolo de alta estirpe, de uvas Nebbiolo. Um DOCG para nenhum brasileiro leigo botar defeito. Aos que me conhecem sabem que não repito vinho, mas por este Barolo Prunotto vou quebrar meu paradigma: voltarei a prová-lo, certamente. A garrafa veio da Itália mas é encontrado em qualquer loja da Expand. Nota surpreendente: 96 pts !!