Montrachet Comtes Lafon 1993, o vinho sem preço!

Para mim, o prazer de um vinho começa bem antes de abrir a garrafa. História do produtor, tradição, região, estilo, indicação de amigos e pessoas que considero a opinião… Vários motivos me levam ao interesse por determinada garrafa e garimpá-la.
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Outra coisa que me dá muito prazer no vinho é a sua cor, gosto de observá-la com atenção, e dependendo do que vejo já começo a salivar, tentando imaginar como será aquele vinho no nariz, na boca e na mente. Com isso, considero que alguns vinhos podem ser tomados à noite, mas todos devem ser tomados durante o dia, com a luz natural do sol. É nesse momento que se pode apreciar, em toda sua plenitude, um vinho amarelo do Jura, um delicadíssimo pinot da Borgonha ou da Alsácia, um Pouilly-Fumé e um Chinon do Loire, ou mesmo um Montrachet. Sem falar no rosé, esse, para mim, não tem lugar à noite.
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Foi pensando assim que atendi a convocação do amigo Renato Ramos para tomar um Montrachet do Domaine Comtes Lafon safra 1993. Feito com maestria por Dominique Lafon, que assumiu o lugar de seu pai René em 1984. Ao Domaine, pertencem 0.32 ha, na porção conhecida por Le Montrachet (em Chassagne-Montrachet). 80% das vinhas foram plantadas em 1953 e 20% em 1972 produzindo vinhos longevos.
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O vinho estava fantástico, com sua cor dourada, oleosa, parecendo vinho de sobremesa (os mais desavisados pensariam em um vinho doce). Um radicalismo no olfato, remetendo a tangerina, cravo, mel e damasco. Na boca impressionou pelo final infinito, o sabor não vai embora nunca (por favor, não beba café após um vinho desses), um vinho de meditação. Quanto custa um desse? Nem me atrevo a dizer o valor, mas diria que custa generosidade, solidariedade, amizade … Ou seja, coisas que não tem preço.