A exatos seis meses provei um exemplar desta bodega chilena que não era lá uma “coca-cola”, mas… Um vinho bem feito, com todas características de novo mundo, mas sem exageros. Achei ele na adega Pão de Açúcar, por 35 reais. Um vinho bom para mesa do dia a dia que dá vontade de beber outros. Na época, tomei um exemplar superior (ver minha análise na página Avaliações-DCV), o qual era um Gran Reserva merlot/cab./syrah/carmenere, onde no novo mundo não quer dizer muita coisa – o que é bem diferente na Europa!
Desta vez tomei o Cornellana Reserva Carmenère 2009. Para a ocasião preparei um tender de fim-de-ano, com minha receita: de véspera marinei o defumado num molho de mel (bastante mel), açúcar mascavo, vinho branco e suco de laranja. No dia seguinte assei por 50 minutos (forno baixo: 130 graus), coberto com papel alumínio. Depois mais 30 minutos para dourar, decorado com cravos-da-índia. Fica delicioso!
O Cornellana Carmenère é um vinho leve que lembra um beaujolais, sem aquele toque quase frisante do francês. Produzido pela Viña la Rosa, exalou aromas de couro, chocolate e caramelo. Na boca ele impressionou como harmonizante. Frutado, principalmente amoras frescas, e leve herbáceo. Corpo de médio para leve e cor violácea característica da pouca idade, o que o faz parecer ainda mais com um beaujolais. Voltando à combinação vinho e tender, a mesma ficou tão perfeita – como poucas vezes tenho experimentado nesta vida de enófilo -, que uma garrafa foi pouco para tanto deleite. Para quem quer experimentar uma harmonização sem erros, eis uma dica sem precedentes [risos]. Interessante notar que o rótulo da garrafa traz a indicação de prová-lo com sobremesas de chocolate. Parece que eles acertaram em cheio.