Novos Vinhos da Villagio Grando

Tive o prazer de ser convidado por Marcelo Camargos e sua esposa Zuka, para degustar os novos vinhos da Villagio Grando que ainda não estão no mercado. As garrafas nem rótulo tinham, traziam apenas uma etiqueta que dizia a safra e a uva do vinho, quando varietal.

A Villagio Grando é uma vinícola de Santa Catarina, da região de Herciliópoles, município de Água Doce. As primeiras mudas foram trazidas da França pelo enólogo Jean Pierre Rosier, e foram plantadas em 1998. Em 2000, foram implantados alguns dos vinhedos hoje existentes em escala comercial, e atualmente a vinícola conta com um vinhedo de 48 hectares.
vg
Os vinhos degustados (da esq.p/dir.) não tinham rótulo nem ficha técnica, sendo assim, uma degustação praticamente às cegas, que me levaram às seguintes impressões:

1-Espumante Brut Rosé: Um vinho com um perlage bem intenso, fechando a coroa, com um nariz simples e baixa cremosidade. Provavelmente feito pelo método charmat.

2-Sauvignon Blanc 2009: Cor bem amarelada. Denso e untuoso na boca, com baixa acidez e um leve açúcar residual (que me incomodou). Não lembra em nada um S.B. tradicional.

3-Chardonnay 2008 ou 09: A etiqueta estava meio apagada e não dava para afirmar a safra. Outro vinho que fugiu dos padrões, com um herbáceo bem marcante, e um fumo e café que sugeriam passagem por carvalho, apesar de os representantes dizerem que a V.G. não utiliza madeira em seus vinhos. Exemplar com ótima acidez, que faltou no Sauvignon Blanc.

4-Rosé 2009: Sugerido como um corte em proporções iguais de C.Franc, Merlot e Malbec, é um rosé de cor mais densa, como os do novo mundo e os espanhóis e portugueses. Outro vinho que foge do convencional, com a fruta bem cozida, lembrando até um porto ou um madeira.

5-Além Mar 2008: Vinho que promete ser a estrela da casa, juntamente com o chardonnay, é um corte de C.Franc./Merlot/Malbec, mas haverá uma mudança gradual para cepas portuguesas. Elaborado pelo enólogo português Antonio Saramago (o mesmo que faz o vinho Dúvida?postado aqui, e que hoje é meu vinho português predileto), é aromaticamente complexo, passa 08 meses em barricas francesas de tostagem média, lembrando velho mundo. Já em boca ele confirma ser um exemplar do novo mundo.

6-Colheita Tardia 2009: O nariz doce engana antes do primeiro gole, sugerindo algo enjoativo. Ao beber, a acidez é cortante chegando a incomodar. Aromas químicos e de jasmim, chegou a lembrar um Jerez em algum momento.

A impressão que tive da Villagio Grando é que eles não querem repetir o que os outros estão fazendo. Querem fazer vinhos de exceção, movidos pela paixão, que irão agradar não o grande público, mas aquele grupo específico de aficionados por vinhos exóticos e radicais. Eu aprovo!