Quinta dos Carvalhais no Alice

qcarvalhaisNo mês de meu aniversário (dezembro) comemorei meus vinte e uns…aninhos [risos] abrindo um dos bons vinhos de Portugal.

O Quinta dos Carvalhais Colheita 2004 é um dos rótulos top da linha de vinhos da poderosa vinícola portuguesa Sogrape. Feito de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro, clássico blend da região do Dão, seu conteúdo concentra elegância e estrutura na medida. Elaborado pelo experiente enólogo Manuel Vieira, que o deixou maturando por 12 meses em toneis de madeira, e só envasou 1.500 garrafas. 

A prova deste vinho foi no restaurante Alice Brasserie (QI 17, Lago Sul, Brasília, 3248-7743), harmonizando esplendidamente com o menu da vez: um duo de Canard, com magret e confit de coxa de pato pra lá de gostoso. Um exagero de delícia. Se um magret (peito de pato) já sacia qualquer mortal, imagina somado a um confit (coxa confitada)? Dos sonhos! Aproveite esta semana que ela está participando do festival Brasília Restaurant Week, com o prato Frango Miroton, com molho bechamel, azeitonas e parmesão.
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Voltando ao vinho, na boca mostrou austeridade com certa jovialidade, indicativo de mais alguns bons anos pela frente. Notas de frutas vermelhas, arbustos selvagens, especiarias. Com boa acidez, macio e redondo. Um vinho carnudo sem parecer pesado. Daqueles bons à mesa. Nota 90 pts. O Quinta dos Carvalhais (QC) produz cinco rótulos, na sequência de qualidade, a saber: o QC Duque de Viseu; o QC varietal; QC Colheita; o QC Reserva e o incrível QC Único. Este último ainda pretendo beber por ter sido bem indicado pelo amigo blogueiro Guilherme Lopes, quando lá esteve em Portugal. Clique aqui p/ ver o artigo em seu Blog.

Um Monasterio que salvou o Bistrô…irch!!

lbistrowVocês já ouviram falar do vinho Monasterio de Las Viñas? Certamente, não. Mas muitos já ouviram falar de Pirenópolis e talvez do restaurante Le Bistrô, que lá existe! Quanto ao Monasterio posso dizer que é um vinho raso, simples e bom. Crianza da safra 2006, da uva tempranillo. Não sei quanto a vocês mas este vinho salvou minha entrada no ano novo. Que loucura, né, vocês devem estar pensando. O que o Antonio estava fazendo tomando um vinho fraco desses logo no réveillon? É lógico que provei este vinho de forma, digamos, inesperada e ao mesmo tempo desesperada [risos]. Vou encurtar a história deste drama.

Passei o réveillon 2012 em Pirenópolis, cidade vizinha 150 Km do DF. arrozvermNo dia primeiro de 2012, feriadão, à noite, resolvemos eu e minha esposa Márcia passar para jantar no famoso restaurante Le Bistrô, que há muito trabalha com alta culinária, além de promover o turismo e gastronomia da região, com diversos eventos nacionais e internacionais. Pois bem, não sabemos ao certo o que ocorreu, mas naquela [fatídica] noite tudo deu errado, exceto o vinho Monasterio… snif. 

Para começo de conversa, no restaurante haviam apenas três mesas ocupadas – normal numa noite feriado de primeiro dia do ano. Anormal foi a refeição servida. Pedi um prato típico da cozinha da Chef Marcia Pinchemel: “Frango ao molho suave de mandioquinha, aromatizado com pequi, servido com purê de batata e arroz vermelho” (texto transcrito originalmente do Menu). Qual minha surpresa ao receber o dito cujo. Espanto! Cadê o arroz vermelho? Após a reclamação com o garçon a própria Chef veio à mesa e disse que havia “esquecido”; e ficou por isso…(??!) De pequi apenas um aroma lampejante (um goiano amante do fruto, ou como eu, odiariam a excassez de pequi). A carne estava correta (!) O purê mais parecia uma papa de batatal, como diz meu sobrinho. Uma apresentação de prato tão branca como a neve alpina dos pireneus originais [risos], da França. É óbvio que não comi e o prato foi intacto pro lixo. Coloquei uma foto “do que poderia ter sido o meu prato”, retirado de um site de Pirenópolis. Muita infelicidade!
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Nas fotos acima vejam a rua onde fica o restaurante, que ironicamente – e felizmente, para mim – fica ao lado de várias lojinhas de venda do famoso empadão goiano. Resultado (podem rir à vontade – eu mereço), acabei a noite comendo um caldo de feijão com torradas, que estava delicioso, às 11:30 da noite, antes de voltar para o hotel com menos 230 reais no bolso – preço do jantar, salvo por um monastério.  😉

Gerovassilíou Malagousia 2009

malagousiaRecebeu 89 pontos da revista Wine Spectator, safra 2007. Feito da uva autóctone grega Malagousia (100%). Branco para ser apreciado jovem. De cor amarela com reflexos esverdeados. O nariz é bem aromático e floral. No gustativo é macio, balanceado por uma acidez refrescante e flavores de pêra, manga e cítricos. Produtor: Gerovassilíou. Um ótimo vinho para se iniciar nos produtos gregos. R$ 84,00 – Mistral.

Romanée-Conti Grands Échezeaux, La Mission Haut-Brion e Ducru-Beaucaillou

Não sei explicar a razão, mas o ano termina e começa sempre com grandes garrafas. Para não fugir à regra fui convidado pelos amigos Ricardo Salmeron, Ranato Ramos e Flavio Marques, a tomar algumas algumas dessas preciosidades.

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Grands-Échézeaux Romanee Conti 2008:  Vinho absoluto, incontestável, sem retoques. Não tenho muita experiência com os vinhos do DRC (infelizmente), esse é o segundo exemplar da casa que tenho a oportunidade de provar, portanto não posso falar em relação a outras safras desse vinho. Nessa colheita, apesar de 08, o vinho parecia envelhecido, com a cor um pouco acastanhada, mas muito brilhante. Aroma franco, surpreendentemente aberto. Inicialmente couro e depois muita fruta, como cereja, morango, groselha e pitanga. A cor clara denota uma elegância ímpar, assim como acidez e taninos nos lugares certos. Muita gente deve achar que os vinhos do DRC têm muito marketing e não valem o que custam. Valor é uma coisa particular e infelizmente esses vinhos não cabem no meu bolso, mas posso afirmar que são realmente jóias do mundo do vinho. Já tomei grandes vinhos decepcionantes e menores surpreendentes, mas quando você prova um grande vinho que corresponde e vai além da fama, aí é céu. Me lembrou muito o La Tâche que havia tomado no ano passado. Vinho oferecido pelo amigo Renato Ramos, que já me proporcionou fantásticas experiências no mundo do vinho.

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La Mission Haut-Brion 1990: Na sequência foi aberta essa garrafa do grande La Mission da mítica safra 1990, vinho com 22 anos de idade. Cor acastanhada, quase marrom, mas bem mais escura que o Grands-Échézeau. Aromas medicinais de iodo, mertiolate e muito estábulo. Havia taninos (ainda bem), mas extremamente delicados. Acidez, fim de boca e mineralidade ainda bem presentes. Prova viva de que grandes Bordeuax envelhecem muito bem. Vinho também ofertado pelo amigo Renato.

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Ducru-Beaucaillou 1999: O adolescente da turma, apesar de ser mais velho que o borgonha. Levado pelo amigo Ricardo Salmeron. Vinho marcante, roxo, escuro, aromas vibrantes de cassis, licor, porto e discreto mentolado. Está no ponto do prazer para quem não tem costume de tomar vinhos muito envelhecidos. Diria ser o mais fácil de agradar os neófitos.

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Para iniciar 2012 com adega cheia

Muitos colegas me pedem para indicar garrafas com preços compensadores para o dia-a-dia. Felizmente existem ótimas sugestões no atual mercado em ebulição brasileiro, conforme já expus em diversas ocasiões aqui no DCV. Tenho algumas dicas de vinhos para rechear sua adega sem gastar muito; nenhum deles ultrapassa os 40 reais.   🙂 São vinhos rápidos, bons e com preços ótimos. O lote todo pode ser achado entre as adegas da Art du VIN e da Vintage.

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A Lista de vinhos acima é composta de (a partir da esquerda): Ramón Bilbao (ESP, 49,00); Lagarge Malbec (ARG, 31,00); Antawara blend (ARG, 38,00); Caza da Lua Douro (POR, 29,00); Boas Vinhas Dão (POR, 39,00); Antaño Crianza (ESP, 29,00); Monte da Cal (POR, 36,00); Santa Ema Carménère (CHI, 29,00); Quartaut Merlot (FRA, 34,00); e Sangiovese Fontella (ITA, 30,00).

Vinhos: você sabia que…( 4 ) – 1a.temporada

portodouro01Vinhos: você sabia que… o vinho do Porto foi o primeiro no mundo a obter uma denominação de origem! 

A história do vinho do Porto é lendária e muitos a conhecem. Mas o que poucos sabem é que a criação das famosas e tão almejadas “denominações de origem” (Appelation, em francês), deu-se com os vinhos do Porto. Você certamente já ouviu falar das DOC, DOCG, AOC, IGT, etc. Estas são siglas que identificam que um determinado produto, no caso os vinhos, é integrante de uma região demarcada onde são obedecidas regras rígidas de controle e qualidade, e que somente ali são reconhecidos como tal. Advento conhecido por “direito coletivo” regulado pelos Estados. [PEREIRA, Gaspar Martins – Porto/PT, FLUP, 2005]. Isto dá credibilidade aos produtores bem como maior responsabilidade.
O vinho do Porto após ser criado passava por vários problemas de padronização e consequentemente a qualidade era questionada pelos consumidores da época, que remonta aos séculos XVIII e XIX. Naquele tempo os vinhos do Douro eram levados de Portugal à Inglaterra – os maiores consumidores – em grandes “vasilhas”, saindo de navio pelo cais da cidade do Porto. Por isso o nome: vinho do Porto! Em muitos casos os toneis chegavam à Inglaterra estragados pela longa viagem.

Foi quando o Imperador de Portugal, junto com os vinicultores do Douro, resolveram criar uma associação (Companhia Agrícola do Douro) onde quem participasse deveria seguir as regras estabelecidas, para reduzir os prejuízos e manter os preços em alta. Pensaram eles que se assim procedessem poderiam garantir maior credibilidade aos seus vinhos. Dessa forma a Denominação de Origem do Douro foi estabelecida entre 1750-1760. É bem verdade que existiu nesta mesma época (1740?) uma outra iniciativa de mesma ordem, na Turquia, com os lendários vinhos Tokaj. Mas sua documentação não é tão consistente quanto as atividades efervescentes na região do Douro, em Portugal. Enfim… A ideia se espalhou ao resto do mundo, principalmente para França, a qual se encarregou de “radicalizar” a bandeira das denominações criando as AOC’s, reconhecidas globalmente. Hoje até alimentos são registrados e patenteados, sendo sua origem reconhecida em todo planeta. Quem nunca ouviu falar dos famosos presuntos “de Parma”, ou dos queijos parmesão “Reggiano”, ou da castanha “do Brasil”? Todos estes e muitos mais tem sua origem garantida por Acordos internacionais de produção, venda e distribuição, além da exclusividade dos nomes, é claro.

Brasília Restaurant Week 2012

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6º. BRASÍLIA RESTAURANT WEEK


23 de Janeiro a 5 de fevereiro

Sucesso entre o público e os empresários da cidade, a Capital federal recebe a 6ª edição do Brasília Restaurant Week neste início de 2012. Espera-se mais de 150 mil pessoas a degustar os pratos preparados pelos 70 restaurantes presentes no festival.

Os cardápios especiais com entrada, prato principal e sobremesa serão oferecidos a R$31.90 no almoço e a R$43.90, no jantar (bebidas, serviço e couvert não inclusos).

Participe!  www.restaurantweek.com.br

Maycas del Limari chardonnay 2006

maycasEste delicioso branco do Chile acaba de receber altas notas da revista Decanter-2012, com 18,5 pts/20. Apesar de estágio em madeira, nada de pesado ele tem; pelo contrário, é fresco, frutado, macio, fácil, com notas de abacaxi em calda e pêssego. Para ter sempre na adega nestes dias de verão. R$ 80,00 – Decanter e Grand Cru.

O réveillon dos 100 MIL acessos!

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100mila
Ultrapassamos a marca das 100 MIL visitas ao site-Blog Decantando a Vida.

Atingimos a maturidade em apenas dois anos!
Toda a equipe de edição agradece aos milhares de internautas que acreditaram num sonho e em nosso projeto: levar o mundo do vinho aos lares brasileiros de forma simples, leve, desmistificante e, principalmente, descompromissada e imparcial.

Aí pessoal, a praia do verão é aqui, no DCV. Com muito vinho para festejar um grande ano.
Só temos uma palavra a definir este momento histórico para o DCV,

OBRIGADO. YUhuhúú!!


Uma Carta de Vinhos como deve ser

piri2wNeste réveillon 2012 me ocorreu uma coisa inusitada ao visitar as dependências da Pousada Cavaleiro dos Pireneus, em Pirenópolis. Qual foi minha surpresa ao ler a Carta de Vinhos do restaurante da Pousada, o Salão do Imperador. Antes de passar à relação dos vinhos, havia um prefácio do sommelier responsável pelas ampolas. Nada demais não fosse o autor do texto, o amigo e profissional Paulo Kunzler.

Sempre achei que a apresentação de uma Carta tivesse que ter algo a mais do que simplesmente uma descrição dos rótulos. Devia ter algo inspirador ao cliente; algo que o fizesse desejar muito aquilo que irá beber. Algo que falasse aos sentimentos mais que à mente; espirituoso e quasi-poético…quem sabe! Creio que o amigo Paulo conseguiu um pouco de cada coisa neste texto despretencioso, ao apresentar sua lista de vinhos para o restaurante. Da carta em si, nem preciso dizer, um primor de informações rápidas e úteis sobre cada rótulo vendido, com harmonizações, claro, pois vinho é alimento e alimento só com vinho! Para ler o texto da Carta clique na foto.

O mundo hoje anda pouco intimista – no âmago da palavra. Não confundir com o superficialismo virtual dos reality-BBB-Facebooks-shows, que nada tem de intimidade e estão mais para invasivos…[risos], piri1do que realmente aproximar as pessoas de forma pessoal e humana. Diferentemente do que experimentamos ao conhecer a cozinha e a colega de profissão Taynara, jovem Chef contratada do restaurante da Pousada (formada na UEG-Piri). Ali sim, encontramos calor humano e muita intimidade verdadeira. Parabéns ao homem que expõe suas opiniões desinteressadamente e simplesmente por dizer aquilo que sai do coração, como fez a Carta de Paulo. VALEU pela inspiração!