Retomando a sequência da nossa série,
Vinhos: você sabia que… a enxertia foi usada na agricultura graças ao estudo da vinicultura!
É isto mesmo. Muita gente ouviu falar que hoje, após a infecção da praga chamada filoxera, as videiras são plantadas pelo processo conhecido por enxertia. Que trata-se de implantar um tipo de planta dentro do caule de outra planta. Pois bem, este processo foi primeiramente usado a partir de 1885 pelos cientistas Jules Planchon (francês), Charles Valentine (norte-americano) e Joaquim Pinheiro (português), para salvar os vinhedos do mundo da extinção.
Quando o minúsculo inseto Dactylasphaera Vitifoliae, conhecido popularmente como phylloxera, começou a devastar as videiras primeiro dos EUA e em seguida dos europeus, em 1863, o mundo vinícola da época partiu para busca desesparada de uma solução que protegesse suas plantas do ataque da praga. Após várias pesquisas em vão, de institutos da Europa e da América, resolveu-se oferecer um prêmio milionário a quem descobri-se uma saída para driblar a filoxera e salvar a produção mundial de vinhos. Essa solução foi dada através do uso da técnica de enxertia.
O método consiste em usar porta-enxertos de videiras americanas para receber enxertos das videiras europeias Vitis Vinífera. Como as cepas americanas são imunes ao ataque da filoxera, que atua na região próxima ao solo, suas sementes são usadas para o plantio direto, e ao nascerem e crescerem a uma certa altura (cerca de 20cm), as mesmas servem como receptoras dos enxertos das cepas europeias, cujas uvas são apropriadas para produção de vinho – processo tido como “cavalo e cavaleiro”. A imagem acima mostra o processo de enxerto de uma videira, tornando-se duas plantas em apenas uma: o cavaleiro (Vitis Vinífera, europeia) sobre o cavalo (Vitis Labrusca, americana).
Na próxima semana leia mais um artigo da série, “Vinhos: você sabia que…(4)“