A Sommeliére brasileira, radicada no Rio de Janeiro, Alessandra Rodrigues esteve no Merano Wine Festival na Itália e nos conta como foi. Confira.
Dos dias 9 a 12 de novembro/2012, tive a oportunidade de participar da 12ª edição do Merano Wine Festival (MWF), na região do Alto Adige, na Itália. Nessa linda cidadezinha, onde a maioria das pessoas fala alemão e italiano, e todas as placas e endereços, estão nas duas línguas, o evento teve sua abertura com o tradicional “Gala Dinner”. O menu foi preparado pelos chefs Danilo Bei, do restaurante Emilio, que fica em Casabianca e William Zonfa (considerado o melhor chef do ano, pelo guia de restaurantes do Gambero Rosso), do restaurante Magione Papale, em Aquila. Foram servidos pratos excepcionais, harmonizados com vinhos de altíssima qualidade! Várias apresentações artísticas foram realizadas durante o jantar, que foi servido pela Escola Hoteleira Leonardo da Vinci, de Aquila, proporcionando uma noite muito agradável.
O evento em si, idealizado e organizado por Helmuth Köcher, começou com a “Bio&Dinamica” e a participação de 60 casas vinícolas. Como essses vinhos me fascinam, aproveitei pra reencontrar produtores que aprecio muito, como o pugliês Filippo Cassano, da vinícola Polvanera (que faz dois primitivos bem diferentes, devido ao terroir diferente que possuem) e para descobrir coisas novas, como o Cabernet sauvignon produzido pela casa Oro di Diamanti, da Emilia Romagna, os Amaroni da Trabucchi d’Illassi, o Sauvignon da Villa Job, entre outras peculiaridades.
Esse ano, pela primeira vez no MWF, foram organizadas mini verticais de vinhos selecionadíssimos. Estive na degustação “Dosage Zéro Ca’ Del Bosco” e provei o primeiro Franciacorta produzido por eles, de 1976, com abertura da garrafa “à la volée”, além das safras 1983, 1989, 1993, 1998, 2001 e a mais recente, 2008. Cada taça proporcionava uma emoção diferente…maravilhosa!
No total, participaram do evento 300 casas vinícolas italianas (Endrizzi, Bindella, Castello di Ama, Fuligni, Marchesi Antinori, Caparzo, Arnaldo Caprai, Maculan, Montevertine, Sesti, Rocca delle Macìe, Planeta, Duca di Salaparuta,…), 60 bio&dinamica, 20 casas vinícolas de viticultura extrema (Marisa Cuomo, Gianfranco Fino, Masari, Masseria Fratasi,…), 29 produtores emergentes , além de 100 produtores internacionais, entre os quais, 26 Chateaux da Union de Grands Crus de Bordeaux (Domaine de Chevalier, Château Gazin, Château Brane- Cantenac, Château Dauzac,…) e 13 produtores de cervejas artesanais. Isso, na parte de bebidas!!! Teve também a parte gastronômica: mais de 100 casas apresentaram produtos típicos italianos como azeites de oliva – adorei os da Le Tre Colonne e os do Frantoio Hermes -, vinagres (Vom Fass), queijos raros (ótimos os da Fattoria della Capra Regina), molhos sicilianos, salames variados, panetones, geléias (especiais, as da Azienda Agricola Sigi), doces regionais e chocolates. Uma perdição!
Teve também uma área dedicada somente à culinária (GourmetArena), onde 19 artesãos contavam a história dos seus produtos e os colocavam pra serem degustados. Ali se apresentaram também 13 chefs renomados, que criavam e apresentavam seus pratos, de acordo com o tema “sustentabilidade na cozinha”.
Enfim, espero ter aguçado a curiosidade e poder voltar a Merano ano que vem, junto com alguns de vocês!
Um abraço,
Alessandra
Fotos de Donato Grieco