Garrafas marcantes de 2013!

Mais um ano se encerra e posto aqui algumas das garrafas mais marcantes do ano. Houve outras, mas como sempre, não foi possível ter a posse de algumas.

2013

Da esq.p/dir.: Barolo Pujana Domenico Clerico 1994; Brunello di Montalcino Sodera 2001; Chanin “Los Alamos” Pinot Noir (USA) 2011; Volnay Santenots 1Cru Domaine des Comtes Lafon 2004; Eyrie Vineyards South Block 2002 Pinot Noir; Bourgogne Blanc 2007 Domaine Comte Georges de Vogué, Eyrie Vineyards Dundee Hills 2010 Pinot Noir.

Volnay 1Cru Coche-Dury

Ano acabando e não poderia deixar de postar uma das garrafas mais emblemáticas de 2013. O raro Volnay 1 Cru do Domaine Coche-Dury. Jean François Coche-Dury tem fama de não ser nada simpático e não fosse a qualidade de seus vinhos já teria desaparecido desse mundo tão competitivo.

Esse Volnay vem de uma área de 0,33 hectares e por isso é bem escasso. É uma mistura de dois climats de Volnay: Taillepieds e Clos des Chênes plantados em 1962 e 1987.

O vinho mais emblemático de Coche-Dury é o Corton-Charlemagne, assim como a fama maior fica com seus Meursault brancos. Porém, os tintos são muito especiais, se não chegam a ser tão maravilhosos quanto os brancos, disputam a posição de melhores em suas regiões. É assim com  Monthelie, Auxey-Duresses e Volnay.

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Esse Volnay 1Cru era da safra 2009, muito aclamada pelos produtores da Borgonha e por isso atingiu preços estratosféricos. Posteriormente tem-se dito que a safra não foi tão maravilhosa assim para justificar o preço elevado. Difícil será rever o valor. Eu não pretendia abrir essa garrafa tão cedo, pois é de uma safra recente e provavelmente seria um desperdício, todavia um fato me fez correr: a rolha estava vazada e o rótulo e o vidro manchados de vinho. Tive que agir rápido para saber se eu tinha uma garrafa de vinho ou de vinagre.

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A cor ainda era bela, elegante e convidativa. O nariz remetia à carne crua, beterraba, terra molhada e cogumelos. Nada de fruta doce nem final de boca açucarado. Não é fácil encontrar vinhos com essas características e quando encontramos eles secam em um piscar de olhos. Tenho certeza de que essa garrafa não suportaria anos de guarda. Sorte foi ter detectado o problema e bebido o vinho!

Espumantes até 50,00 para o Natal e Reveillon 2014

Atendendo a pedidos, selecionamos DEZ espumantes para o leitor celebrar as Festas de fim de ano. Valorizando a indústria nacional, optamos por provar e escolher espumantes brasileiros, para que você não abra mão da qualidade e do preço:
abaixo de 50 reais. Aproveitem as dicas e boas compras.

DESEJAMOS UM ANO NOVO CHEIO DE BORBULHAS !!!

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* Antonio Dias Espumante Brut – 48,00.
* Prosecco Aurora – 26,00.
* Don Guerino Blanc de Blancs Brut – 43,00.
* Cave Geisse Esp. Brut Rosé – 41,00.
* Gran Legado Espumante Brut – 49,00.
* Ponto Nero Domno Esp. Brut – 38,00.
* Cave Pericó Esp. 2010 – 50,00.
* Champenoise Perini – 49,00.
* Salton Esp. Reserva Ouro – 32,00.
* Terranova Brut Miolo – 21,00.

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Vinhos até 50,00 para o Natal e Ano Novo

Aproveitando as festas de fim de ano, separamos para vocês 20 (vinte) rótulos de qualidade com preços até R$ 50,00. Vinhos provados e aprovados pelos editores do DCV – porque ninguém precisa pagar mais caro para celebrar o Natal e Reveillon 2014 !!

balemanha1. Weingut Heinz Riesling Pfalz – 48,00. (ver comentário)
2. WOLF Pinot Gris – 45,00.

bargent3. Amalaya Blanco, Salta – 46,00.
4. Masi Passo Doble – 50,00.
5. Alamos Carbernet – 45,00.
                 6. Las Moras Reserva Malbec – 45,00.

bafrsulbNZelandia7. La Capra Shiraz – 40,00.
8. Wild Rock Sauv.Blanc – 50,00.

bbrasil9. Innominabile Blend 2008 – 45,00.
10. Champenoise Brut ROSÉ PERINI – 50,00.
11. Espumante Hermann Bossa No.3 – 29,00.

bchile12. Laura Hartwig Cab.Sauvignon – 48,00.
13. De Martino Carménère 347 – 50,00.

bespan14. Corona D’Aragón Crianza – 40,00.
15. Oak Navarra, Pago de Cirsus – 51,00.
16. Infinitus Cabernet/Tempranillo – 46,00.

bitalia17. GAVI docg Bianco, S.Massone – 50,00.
18. Alido Sangiovese Toscana, BASCIANO – 46,00.

bportu19. FP Ensaios Baga – Filipa Pato – 40,00.
20. Monte da Cal, Dão – 38,00.

Os vinhos acima podem ser achados nas seguintes enotecas de Brasília: 
Supermercados Extra – Adega Brasília – Art Du VIN – Decanter – Mistral.

A nova região Beira Interior de Portugal

IMG 3186wSemana passada, a convite do amigo gaúcho Orestes de Andrade, participei de uma degustação de vinhos portugueses da região Beira Interior. Foi uma grata surpresa encontrar vinhos tão bons e a constatação – pela enésima vez – de que rótulos baratos existem aos montes, e por detrás dos Montes [risos]. Abaixo, trago a vocês alguns vinhos mais destacados que provei.
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2.5 Touriga DOC 2011 (2.5 Vinhos de Belmonte): Nariz agradável, parietal (100% touriga), anis e couro. Rápido estágio em barricas. Cor violáceo cristalino. Médio corpo e taninos presentes, indo muito bem com refeição – 85 pts.

Colheita do Sócio DOC Branco 2012 (Adega da Covilhã): Um vinho bem feito, preciso, com boa acidez, especialmente próprio para refeição. Aroma aberto, fresco, , apesar da maturação em madeira – 85 pts.

Alpedrinha DOC Branco 2010 (Adega do Fundão): Seguindo a aptidão da região na qualidade dos vinhos brancos, aqui temos um excelente exemplar. Mesclado pelas uvas Arinto, Síria e Fonte Cal, é finalizado por 3 meses em madeira, o suficiente para proporcionar uma maciez marcante nesta ampola. Sem perder a exuberância dos aromas dos brancos de Beira Interior, a maturação nas barricas lhe deu estrutura para combinar com vários preparos. Um vinho para comprar em caixas – Nota 88 pts.

Síria DOC Branco 2012 (Quinta dos Currais): Esta pequena vinícola [produz 180.000 grfs.] faz este branco exuberante. Aroma cítrico, fresco e jovial. O olfato chama ao palato com um apelo incrível, que ganha em amplitude a cada gole, persistindo deliciosamente na boca. Pela acidez, elegância e personalidade, na opinião deste Editor, este é o melhor representante da uva autóctone Síria, nesta região – Nota 90 pts!

Vinhas Velhas Tinto 2007 (Quinta dos Termos): Aromático, com especiarias e frutas silvestres pretas. Estágio na madeira por 12 meses muito bem harmonizado na acidez. Equilibrado e leve mineral, com persistência na boca. Produzido com vinhedos de 53 anos das uvas Alfrocheiro/Trincadeira/Touriga/Rufete. Um dos melhores da amostra – Nota 89 pts.
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OUTROS DESTAQUES:

– O PECADO Escolha 2007 (Q.Termos) – um sangiovese 100% “português”!
– RESERVA Tinto 2010 (Q.Currais) – 18 meses de barrica, violáceo e taninos selvagens.
– FUNDANUS Tinto 2008 (A.Fundão) – eleito entre 50 melhores vinhos p/ o Brasil, por Marcelo Copello, e produzido somente a cada 3 anos.

Exposição de Arte na 1a.Feira VINHO & ARTE de Brasília

Nos dias 4 e 5 de dezembro, Brasília foi palco da feira de “Arte e Vinho”, realizada no Espaço Patrícia Buffet, no Clube Assefe, com o patrocínio das enotecas Art du Vin e Decanter, e sob a supervisão dos amigos Adroaldo Quintela e Petrus Elesbão. Um evento que, muito mais que mostrar vinhos, trouxe ao público obras de arte em pinturas de seis renomados artistas da Capital: DONIZETE GARCIA, MALU PERLINGEIRO, MAURO LAFORGA, NANCY SAFATLE, SHEILA TAPAJÓS e SONNIA GUERRA. As obras variavam dos tons pastéis aos super coloridos, com temas humanos, paisagísticos e natureza morta. Possuíam tamanhos variados, desde pequenos quadros a grandes painéis, e preços para todos os bolsos. Quem aproveitou o tempo da feira pôde apreciar a boa qualidade dos artistas e suas interpretações.

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Os promotores da Feira – Marcos Rachelle, Adroaldo e José Filho

Para comentar os vinhos, apresento a vocês o esplêndido relato do amigo RENZO VIGGIANO, que expõe com precisão os destaques entre os 230 ofertados:

” Na Art du Vin tomamos, aos montes, um espumante português de inspiração francesa, muito bom mesmo, chamado, se não me engano, Colina. Na mesma mesa encontramos um corte branco de nome Mariana, exótico e delicioso. Contém Antão Vaz, Arinto e Alvarinho. Ainda ali, dois Alvarinhos de prima, um deles engarrafado na mais bela “bottiglia” dos últimos tempos, produzida com design italiano. Entre os tintos, destaco: Santa Ema Catalina, Marques de Murrietta, ambos espanhóis. Entre os italianos, Centine, da Toscana, e um Montepulciano d’Abruzzo,…cujo produtor é Farnese. A se destacar, também, um certo Cinque Autoctone, que eu não conseguir provar, mas que foi cantado em verso e prosa pelo Maia [outro confrade]. Entre os brasileiros, surpreendeu-me a melhora na qualidade dos vinhos da Rio Sol, do Vale do São Francisco. O tal Paralelo 8 está muito bom, assim como o outro, Maria qualquer-coisa, ou qualquer-coisa Maria, não lembro. E a conversa do enólogo português é ótima.”  Este vinho que o Renzo comenta chama-se Vinha Maria, um varietal Viognier delicioso, que foi inclusive servido em jantar que cozinhei para 14 Embaixadores num evento da Faculdade IESB, em 18/11/2011.

“Muito legal ver o crescimento, nesses oito ou dez anos, das vinícolas do Nordeste. Já havia ficado surpreso com outro nordestino, cujo nome esqueci outra vez, mas que é da Miolo. Segundo o representante da vinícola, o Jorge, esse vinho já acabou na vinícola, assim como o Alvarinho da Campanha Gaúcha…”  Parece-me que se trata do Winemakers Selection Cabernet, e também foi servido no mesmo evento descrito acima.

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” No lado da Decanter, o ótimo Albarinho da Bouza estava lá. Da Bouza, provei também um corte inusitado: Tempranillo com Tannat. Bom demais! E, com muita alegria, pois acompanho essa vinícola desde seu nascimento, provei um Quinta da Neve cortado em Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot. Também muito bom.”  
(Renzo Viggiano – especial para o DCV).

Cinco Brancos numa noite Suíça

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No último sábado (30) a confraria Amicus Vinum fez sua confraternização de fim de ano. Foi uma noite de degustação de vinhos brancos, com tema: a Suíça. MEMORÁVEL. O tema era para combinar com o jantar servido, por isso os vinhos brancos. Os anfitriões da vez foram Zeca Maia e Emmily, que não mediram esforços para que a noite fosse realmente típica (a mãe da Emmily, D.Trudes é nascida na Suíça). Até a decoração, com suplás, toalhas, guardanapos e bandeirolas tinham os motivos típicos. O Menu foi uma Raclette tradicional suíça: queijos derretidos servidos com batatas,  cebolas, picles, páprica, pimentas e conservas. Até o queijo era tradicional, produzido pelo queijeiro suíço Stephan Gaehwiler, artesão do queijo de Corumbá (GO) que fornece artesanalmente queijos suíços para Pirenópolis e Brasília, e até Embaixadas (França, Alemanha e inclusive Suíça), que dispensaram os importados e só consomem o da “Queijaria Alpina”, nome de sua agroindústria fundada há 30 anos. Legal, né. Grande sacada da confrade Emmily. Mais um ponto p/ Brasília. E VIVA A SLOW-FOOD.

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Sequência idêntica das 5 garrafas acima (ordem serviço: esquerda p/ direita)

Os cinco vinhos escolhidos pelo Maia e Adrolado Quintela foram – na ordem de serviço: 

1. Chablis F.Collin Barollet 2011 (França) – um vinho raso, despretensioso, cor palha/esverdeado, bom à mesa com peixes e aves e p/ o dia a dia. Definitivamente não faz jus aos “Chablis” de maior estirpe. Vi notas valiosas p/ este exemplar, mas creio haver um “leve” engano na avaliação [risos]. Sem comparações aos chablis que já provei. 85 pts.

2. Herdade da Comporta 2011 (Portugal) – meu preferido da noite, e segundo na escolha do grupo, com 3 votos. De todos o que mostrou mais elegância. Seu blend inusitado de Arinto e A.Vaz (uvas brancas) foi seu diferencial. Evoluiu muito na taça após 30 minutos, com seu gostoso buquê. Na boca boa acidez e persistência. Cor amarelo-ouro. Este alentejano foi o escolhido p/ harmonizar com a raclette. Nota 88 pts

3. ENZ Rui Reguinga 2011 (Portugal) – este o preferido do grupo (4 votos – um a mais que o Comporta!). Em princípio conquista pelo aroma cítrico e notas de frutas em calda. Médio final de boca, com acidez equlibrada. Cor amarelo-palha. Faltou-lhe personalidade na taça após meia hora, mas custo/benefício compensa (80,00). Feito da uva Encruzado, no Dão, com pequena maturação em carvalho. Nota 87 pts.

4. Chivite 125 Blanco 2007 (Espanha) – um dos poucos chardonnays da Espanha. Alcançou 90 pontos de alguns críticos em safras específicas, sem muita consistência. Chocante aroma de milho na entrada, permanecendo por horas até desparecer ao final da noite (ufáhh! [risos]). Cor dourado límpido, e boca com pouca acidez. Equilibrado e harmônico. Mas nada em parecido com a chardonnay que conhecemos, muito pelo contrário, apenas a miga Marcelle acertou sua casta. Seu preço: 52 €. Nota 86 pts.

5. Trossos tros blanc 2011 (Espanha) – feito da uva Garnacha branca (raridade!), talvez a safra esteja a prejudicar este branco de Montsant, da região do Priorat, onde saem vinhos espetaculares. Cor palha límpida, aromas tostados e toque mineral, denotando envelhecimento superior – melhor tomá-lo em 3/4 anos! Muito jovem, com estágio 10 meses em barricas. Preço salgado pelo que apresentou: 45 €. Menor nota minha da noite: 85 pts.

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