Conheça os Bistrôs de Brasília

Para alegria de todos e principalmente para alívio do nosso bolso, cresce em Brasília o número de restaurantes bistrôs e/ou tratorias/cantinas de pequeno porte e a preços módicos. Como diz uma grande amiga e notória Gourmet da Cidade: “estamos cansados de pagar caro por um prato de comida, no dia-a-dia”. É bem verdade. E isso não ocorre apenas no DF, não; verificamos em todo o País. Quem disse que uma boa refeição caseira precisa de “floreios”, resultando em preços exorbitantes?

Pois bem, muitos amigos me pedem reiteradas vezes para publicar uma lista dos restaurantes que conheço e que praticam, digamos, a boa comida do dia-a-dia sem esvaziar nossa conta bancária prá sempre, héhé! Então, relaciono mais de dúzia deles, conforme os critérios: qualidade organoléptica, elaboração cuidadosa, e claro, preços módicos e honestos – algo em torno de 30 e 40 reais por prato e/ou menu degustação/fechado. Os bistrôs normalmente caracterizam-se por: estabelecimentos de pequeno porte (8-10 mesas, ou 40 pessoas), preços que você e eu podemos pagar no dia-a-dia, nunca servem buffet ou self-service, esmeram-se na produção de refeições individualizadas e feitas on time, atendimento pessoal, seguem tendências culinárias como confort-food ou slow-food – muitos lembram comida caseira de verdade, poucos funcionários, custos reduzidos (por isso podem cobrar preços reduzidos), normalmente o dono é o Chef, e o melhor: quase todos oferecem vinhos em taça ou possuem uma carta enxuta e eficaz.

Por todos estes [bons] atributos eu sou fã de carteirinha destes estabelecimentos, pois além de manter empregos seguros (os riscos são menores), reproduzem a refeição nossa de todo dia, com menus que muito se assemelham à comida caseira. Quem nunca parou num pequenino e singelo bistrô ou tratoria na Europa e comeu seu melhor bife bourguignon ou quiche ou ossobuco da vida?!  😉

Bistros

* Empório Albamonte: SCLN 203 bloco C loja 7 – Asa Norte – 3033-2033

* Nossa Cozinha Bistrô: CLN 402 bloco C loja 60 – Asa Norte – 3326-5207

* Inácia Poulet Rôti: SCLS 103 Bloco B loja 34 – Asa Sul – 3225-4006

* 4Doze Bistrô: CLS 412 Sul Bloco C loja 03 – Asa Sul – 3345-4351

* Santé 13: CLN 413 Bloco A, loja 40 – Asa Norte – 3037-2132

* Croissanterie Café e Bistrô: SCLN 215 Bloco B Loja 21 – Asa Norte – 3965-7711

* Croissanterie Café e Bistrô: QI 09 Bloco C, lojas 6 a 60 – Lago Sul – 3965-7711

* Sincera Café: CLN 112 – Bloco C – Loja 2 – Asa Norte – 3033-6474

* Senhoritas Café: CLN 408 Bl. E loja 42 – Asa Norte – 3340 2696

* Versão Tupiniquim: SHCS 302/303 Bloco C – Asa Sul – 3322-0555

* Monardo Gastronomia: SCLS 201 Bloco B loja 9 – Asa Sul – 3425-3566

* Pinella Bistrô: SCLN 408 Bloco B, Lojas 18 e 20 – Asa Norte – 3347-8334

* Arrozeria: CLN 310 Bl. D loja 5/7 – Asa Norte – 3202-2024

* Café & Bistrô Sebinho: CLN 406, Bloco C, Loja 44 – Asa Norte – 3447-4444

* Bom Demais Bistrô: Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Conj. 22 – CCBB – 3108-7029

* Cantucci Bistrô: CLN 403, Bloco E – Asa Norte – 3328-5242

…e o número cresce sem parar!!

Aproveite as dicas e deixe-se levar pelas refeições artesanais e personalizadas dos bistrôs de Brasília, pagando um preço justo. Se você conhece algum restaurantezinho bacana e de comida caseira, com pratos bem apresentados, conte-nos aqui sua experiência.  Bon Apetit!!

Adega Almeida, novo conceito em vinhos e empório

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# Recém inaugurado endereço de vinhos e produtos selecionados oferece variedade de rótulos nacionais e importados a  preço de atacado em ambiente requintado e atendimento personalizado

# Exclusivo Espaço Sommelier para cursos, eventos, degustações 

                            

A Adega Almeida chega ao mercado de Brasília oferecendo um novo conceito de loja/empório para apreciadores de vinho e produtos selecionados. Uma equação bem solucionada entre preço – competitivo com atacadistas da região -, atendimento personalizado e ambiente planejado para proporcionar bem-estar a cada cliente.

 

 A casa com 220 m², localizada na 710 Norte, oferece uma variedade em bebidas nacionais e importadas com mais de 500 rótulos das vinícolas mais importantes do mundo; Espaço Empório, dedicado a produtos nacionais e importados criteriosamente selecionados como azeites, massas, chocolates e muitos outros; e Espaço Sommelier, reservado para cursos, degustações e eventos enogastronômicos e empresariais. O projeto arquitetônico  tem assinatura de Gustavo Assunção (Simmertria Arquitetura).

 

O empreendimento é comandado pelos primos Flávia e Marcello Almeida, e Juliana Ávila. A família Almeida tem experiência nos segmento. Flávia foi representante de vinhos por muitos anos, formou-se em gastronomia e comandou com a irmã o premiado Rayuella, misto de café e restaurante que funcionou durante anos na 412 Sul.  “A loja era um sonho e agora estamos polindo e cuidando com muito carinho de todos os detalhes a Adega Almeida. Desejamos fazer dela um diferencial no mercado, oferecendo preços mais acessíveis, atendimento eficiente e uma loja bonita e agradável de estar” comenta Flávia.  “Com certeza, o cliente vai encontrar mais do que produtos aqui. É um espaço para bons momentos, sempre com um fundo musical bacana e uma garrafa de vinho aberta para quem quer descobrir novos sabores enquanto escolhe o vinho que vai levar para casa”, comenta.

 

A proposta da Adega Almeida é também oferecer produtos e vinhos que não são encontrados facilmente nas prateleiras de Brasília.  Flávia destaca do empório o  sal rosa do Himalaia, o  chocolate alemão sem lactose e as azeitonas gregas. Da adega, vinhos selecionadíssimos como o Sassicaia e o Pêra-Manca.

 

Cursos e degustações

A agenda de cursos do Espaço Sommelier será inaugurada com um curso para iniciantes, o primeiro em parceria com o enólogo Grégoire Gaumont. Serão quatro aulas ministradas às terças, a partir do dia 18 março, das 19h às 21h30.  Durante os encontros, serão abordados temas como história do vinho, qualidade, técnicas de conversação e como degustar para melhor apreciar o produto. Também serão incluídas informações sobre harmonização entre pratos e a bebida.  As aulas divididas em parte teórica e prática, com degustação de dois rótulos por aula. O investimento é de R$ 349,00 e as inscrições podem ser feitas na Adega Almeida.

Grégoire Gaumont

Formado em Enologia pela Faculdade de Montreiul Bellay, em Saumurs, Vale de Loire, França. Exerceu a função de Sommolier Chef do Estado Maior do Exército em Paris e, em seguida, mudou-se para a Inglaterra. Lá foi  Sommolier do Hotel Vin, na cidade de Royal Tumbridge Wells, onde trabalhou com os dois maiores Sommoliers do mundo, Gerard Basset e Henri Chapon (ambos Master of Wine). Antes de se estabelecer em Brasília, trabalhou ainda como Sommolier Chef do Hotel Le Méridien Waldorf, em Londres.

Adega Almeida

SHCGN 710/711 Bloco F loja  43

(61) 3036.8580

[email protected]

www.adegaalmeida.com.br/

Funcionamento: Seg a Sex, das 9h às 19h e Sábado, das 9h às 13h.

Entrevista com René Mosse – Autenticidade do Loire.

Entrevista com um dos vinhateiros que mais admiro no Loire. Seus vinhos não chegam ao Brasil, contudo, muita gente por aqui já provou. Se tiver uma chance não perca a oportunidade. Abaixo um pouco das ideias de René Mosse.

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Esta entrevista com René Mosse ocorreu em sua sala de jantar, em junho de 2011.
Retirada do site do importador norte-americano Louis/Dressner Selections. Tradução-DCV
 
Conte-nos sobre a história da propriedade.
 
Chegamos em Anjou, em 1999, para assumir a propriedade de uma família que não tinha nenhum sucessor. O proprietário estava prestes a se aposentar, e compramos a terra dele. Na época, a propriedade era 9 1/2 hectares de vinhas, e hoje nós trabalhamos em 17 hectares. Ao longo dos anos, temos replantado um monte de parcelas, bem como adquirido parcelas de Cabernet Franc. Nós ainda estamos no processo de melhoramento da vinha, uma obra que nós sentimos que nunca termina. Antes da nossa chegada as vinhas tinham passado por três gerações de viticultura com química intensiva, e desde o nosso primeiro dia começamos lentamente a conversão das vinhas em viticultura orgânica e desde 2001 – para Viticultura biodinâmica.
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Como você virou um vigneron? 
 
Eu trabalhava em todos os tipos de trabalhos antes de eu chegar onde estou agora. Antes da compra da fazenda, eu tinha um bar de vinhos / bistro em Tours com Agnès onde você podia beber uma garrafa ou levá-la para casa. Isso me levou a conhecer um monte de vignerons do Loire, principalmente Christian Chaussard  e François Chidaine. Ficamos amigos, saimos, e esta foi a minha primeira exposição real à vinha. Eu finalmente parei de trabalhar em Tours e por um período de tempo fui cozinheiro para diversos vignerons, o que foi muito divertido. Eles organizavam degustações ou celebrações e gostavam de oferecer comida. Isto foi quando eu realmente comecei a conhecer um monte de vignerons e um deles me contou sobre uma formação vitícola em Amboise, para velhos. Ops, quero dizer para adultos! Agnès e eu fizemos o programa juntos. Eu, então, fui contratado em uma propriedade em Touraine, onde ela se juntou a mim no trabalho. Depois eu trabalhei na Borgonha por um ano e meio e uma vez que foi feito, decidimos começar a nossa própria propriedade, em 1999. 
 
Como você foi parar em Anjou?
 
Acabar em Anjou foi um pouco de coincidência. Eu sou da Touraine, onde há denominações para branco (Vouvray, Montlouis) e tinto (Chinon, Bourgeuil). O que é interessante sobre Anjou é que você pode fazer vinhos tintos e brancos sobre os mesmos terroirs , e em Touraine isso é uma raridade. Foi também muito mais barato para começar a propriedade aqui do que em uma das denominações que acabei de mencionar. Logo, o que percebemos sobre Anjou era que a venda do vinho não seria fácil. A média de clientes franceses é careta quando você menciona Anjou. Enquanto um Bourgeuil ou Vouvray significa qualidade, quando se pensa em Anjou eles pensam em dores de cabeça e dores de estômago. Vignerons aqui fazem vinhos que são fortemente sulfurados e chaptalizados, salvo algumas casas grandes que colocam à venda um produto de qualidade, a região teve um tempo difícil para corrigir má reputação. Estou feliz, no entanto, em dizer que nos 10 + anos que temos trabalhado aqui, tem havido uma evolução positiva. Um monte de vignerons mais jovens vêm aqui para iniciar seus próprios negócios, trabalhando bem e em menor escala. Hoje estou feliz de ser um vigneron em Anjou, mas quando começamos ficamos realmente preocupados se não tínhamos feito uma péssima escolha. 
 
Como é o trabalho nas vinhas? 
 
Trabalhamos as vinhas organicamente e biodinâmicamente: sem produtos químicos, herbicidas e trabalhamos os solos. Somos certificados orgânicos, mas não biodinâmicos. 
 
E na vinícola? 
 
Eu faço tudo! Não, isso não é verdade. Uma vez que tenhamos colhidas as uvas,  as brancas são prensadas diretamente e colocadas em barris no dia seguinte. As tintas fermentam em aço inoxidável e são então envelhecidas em barril por cerca de um ano. 
 
Como membro da AVN (Association des Vins naturais) nos diga como você se sente sobre o “vinho natural”?
 
Quando começamos, “vinho natural”, pelo menos em nossa forma de falar sobre isso hoje, não existia. Para nós era tudo sobre como trabalhar organicamente nas vinhas. Nós nunca manipulamos na adega, mas nunca foi a nossa intenção sermos rotulados como parte de um movimento. Quando começamos a grande maioria dos vignerons que tinham vinhedos orgânicos nem sabiam que tinham, simplesmente sempre funcionou assim. E quando eu vendi vinho em Tours, nunca falei sobre se o vinho tinha sido inoculado ou chaptalizado, ou isto ou aquilo. O que fizemos foi procurar qualidade, algo que falou por nós quando se bebia. Quando bebemos um Bernard Baudry ou um François Chidaine François por exemplo, podemos provar a qualidade, e isso foi o que nos atraiu para o vinho. Este foi o final dos anos 80 / início dos anos 90, e nenhum daqueles caras estavam trabalhando organicamente na época. Eu nunca falo de vinho natural quando sou perguntado sobre os nossos vinhos. Para mim, trabalhar tão bem quanto você pode na vinha e não intervir na adega é a única maneira de fazer vinho excepcional. Se você me perguntar eu vou dizer que é o vinho feito o mais natural possível. Não tenho laços ou intenção em defender “vinho natural” ou de ser parte deste movimento. Um monte de coisas que vem desses enólogos naturais é completamente intragável e eu me recuso a agir em conluio com esses caras. Qualidade é o que importa. Eu não me importo como o seu vinho foi feito se é intragável.