Rajat Parr, sommelier indiano radicado há anos nos EUA, juntamente com Nathan Roberts e Duncan Arnot Meyers (da vinícola sensação americana Arnot-Roberts) se unem para fazer um vinho. Resolvem produzir um Gamay de classe mundial, o que me leva imediatamente a pensar nos melhores Beaujolais do planeta. Foillard, Metras, Lapierre, Thenevet, Chamonard… O vinho é batizado de RPM (Roberts, Parr, Meyers) e com a ajuda de Steve Edmunds conseguem uvas das duas únicas plantações de Gamay existentes na Califórnia, cultivadas por Ron Mansfield.
O solo se parece com o de Fleurie e os três visitaram Jean Foillard em seu vinhedo Cote du Py em Morgon.
Conhecendo a admiração do Rajat pelos Beaujolais e sendo fã dos vinhos da Arnot-Roberts, tenho a certeza de que preciso que obter esse vinho. A primeira safra, 2011, já está esgotada e a segunda, 2012, só é vendida pelo mailing list da vinícola (também esgotada). Consigo uma garrafa do 2012 e vou repleto de esperança em ter minha expectativa confirmada.
Todavia, me deparo com um vinho negro, tânico e bem mais denso que os exemplares franceses. No lugar daquela fruta vermelha saltitante (morangos) encontro aquele cedro, caixa de charuto… Os caras pesaram a mão e, na minha avaliação, não chegou perto dos exemplares originais. Contudo, se você se abstrair da comparação, é um vinho bem feito e interessante. Apenas não me empolgou. Com certeza, pela expectativa gerada.