Nesta 5a.feira, dia 01 de novembro, foi realizada a 2a. Vertical do vinho Merlot Terroir Miolo, promovida por este Editor do Blog DCV Decantando a Vida. A primeira degustação ocorreu em 2014 e você pode acessar aqui o artigo completo. A prova foi realizada às cegas, no Bistrô da Enoteca World Wine (410 Sul, Brasília). Os avaliadores foram sommeliers e especialistas reconhecidos. São eles: Sérgio Pires (Prof. ABS/DF), Jorge Paim (Sommelier), Raimundo Neto (Amicus Vinum), Ayrton Gissoni (Blog Enofilia), Marcos Rachelle (Sommelier, WorldWine), Marcelle (Amicus Vinum), e Antonio Coêlho (DCV).
Apenas para recordar o motivo que nos levou a promover nova degustação vertical deste ícone da produção nacional vinícola, foi a mais recente (2018) premiação que o Merlot Terroir obteve em Bordeaux-FR, conquistando sozinho medalha de ouro, entre todos vinhos nacionais do concurso Challenge International du Vin. antes disso, como todos sabem, o MT conquistou em 2010 o prêmio de melhor Merlot do mundo entre ampolas até 15 Libras, em Londres. A seguir apresentamos o resultado final da prova às cegas, com as 35 notas dos jurados, mas antes teceremos algumas considerações a respeito desta apuração.
1. Repetidamente, a constância na qualidade das cinco safras mostrou-se impecável. Os aromas, cores e sabores mostraram enorme regularidade.
2. A média de notas superou a da 1a. vertical de 2014, com 1/3 das notas individuais acima dos 90 pontos. A média geral alcançou 87,5 pts, um ponto além dos 86,5 de 2014; um patamar incrível para vinhos made in Brazil(!), inclusive nas avaliações deste Editor que vos escreve.
3. Mais uma vez se confirma – e lá se vão uma centena de nossas declarações – a vocação nacional para vinhos: a guarda. Nesta vertical fica flagrante tal assertiva, com a classificação seguindo quase a ordem decrescente, de 2004 a 2015. E vamos às avaliações.
MT 2004 – A preferência desta safra foi de cinco jurados, tornando-se a melhor da noite. Produção: 18.000 gfs. Cor atijolado e bordas rubi. Olfato de frutas negras, couro, animal. Acidez super equilibrada com taninos macios, num “corpo extremamente elegante”. Final de boca bem longo. Depósitos na garrafa pelo tempo de guarda. Um show de terroir brasileiro. 91 pts!
MT 2012 e MT 2011 – Empatados na preferência dos jurados. O 2012 revelou-se expoente desde a prova de 2014, quando obteve incríveis 86 pts no lançamento à época, e a indicação de que seria “uma promessa e que ficássemos de olho nele”. Na boca, equilíbrio e harmonia, com final muito duradouro e ótima estrutura. Leve couro, alcaçuz, mentol. O 2011 foi surpreendente, superando a fama de “patinho feio” da prova de 2014, onde obteve 83 pts. Comprovou grande evolução em garrafa, com bela cor rubi e bordas violáceas. Notas de estrebaria, mentol, couro e frutas negras no aroma. 88 pts (ambos).
MT 2008 – Seguiu de perto os dois anteriores (2012 e 2011) e foi o segundo melhor na avaliação de dois jurados. Prod.: 30 mil gfs. Cor rubi com halo violáceo e aromas frutas vermelhas, mentol e leve defumação. Harmonia pura e equilíbrio em todos quesitos, tanto que contou com duas notas superiores a 90 pts.! Nas palavras da jurada Marcelle, este “se confundiria com um bordeaux com facilidade”. 87,5 pts!
MT 2015 – Logo no início das provas verificou-se o menos pronto exemplar da vertical. Ainda apresenta as qualidades dos demais mas em níveis menores. Cor centro rubi e halo violeta pela metade. Baixa intensidade aromática, em toques de frutas vermelhas e couro. O único das cinco safras com notas herbáceas. Boa adstringência e corpo médio. O menos harmônico entre todos, necessitando ainda de tempo para evoluir com qualidade. 84 pts.
(*) Metodologia de apuração: média aritmética simples, com alinhamento do desvio padrão. Foram identificadas baixas faixas de dispersão nas notas da maioria das cinco safras.
Por fim, gostaria de agradecer: a todos jurados pela colaboração e seriedade com que participaram, trazendo suas experiências nesta 2a. vertical; ao Marcos Rachelle, da Enoteca World Wine; E aos amigos Jorge e Petrus pela busca das safras 2015 e 2004, sem as quais não seria possível a realização desta histórica prova vertical.