Dias desses recebi um “presente de grego”. Sabendo que eu me interesso por vinhos, um conhecido me ofereceu um vinho de jabuticaba! Nem me lembro onde ele adquiriu, mas curioso fui atrás do que seria este vinho. Encontrei tantas denominações e variedades que vocês não acreditam. Vejam algumas: vinho de melancia, vinho de maracujá e até vinho de amoras. Na verdade, estas bebidas são como licores à base de suas frutas específicas, e não se sabe ao certo porque os produtores as chamam de “vinho”; certamente por motivos mercadológicos. Uma empresa de vermutes da Polônia comercializa diversos “vinhos” de maçã e morango. Outra na Alemanha produz um “vinho” de cereja. Erkh! Um projeto promovido pela Fapesp (SP) e apoio da Embrapa criou “vinhos” de abacaxi e pêssego. Lembremos da famosa Sidra, que é produzida com maçãs e é popular nas festas de reveillon. E o tal vinho de jabo[u]ticaba – a grafia permite as duas formas – que ganhei, afinal, não era tão ruim e caiu “bem” com a sobremesa que comi: uma tartelette de morango da Torteria di Lorenza (foto)… “Bem” coisa nenhuma [risos], era um licor vagabundo que me deu uma azia danada.
Para não dizer que não avisei, saibam que vinho é definido pela O.I.V. (Office International de la Vigne et du Vin) como a bebida alcoólica resultante da fermentação do mosto (suco) de uvas frescas. Qualquer outra bebida fermentada não obtida dessa forma não pode ser denominada vinho (como é o caso do “vinho” de jabuticaba, do “vinho” de maracujá, etc.).