Num recente almoço em família provei dois vinhos de enorme qualidade e originalidade. O amigo Roberto Carvalho preparou um bacalhau a Zé do Pipo e nós levamos os vinhos, sendo que o amigo Joel Camargo levou este Rosé do Boutari, que deu o que falar, para harmonizar com o bacalhau.
– Rosé Sec Boutari Macedônia 2007. Excepcional vinho das montanhas da Macedônia, próximo 30 Km da divisa com aquele novo* País (ex-Iugoslávia), cujo produtor Boutari, é um dos grandes nomes do vinho grego na atualidade. Um rosé fantástico, de uma cor virtuosa. Para beber saboreando e deliciando-se. Encorpado igual a um tinto – tomado às cegas muitos enófilos irão pensar tratar-se de um tinto. Feito com uvas autóctones, possui uma tipicidade estupenda, boa acidez, fresco e vivo, mostrando toda força milenar vinífica grega. Feito da uva Xynómavro, somente encontrada na macedônia grega. Intenso aroma de frutas vermelhas e longo final, permanecendo por “váááriooooos” minutos na boca. 89 pts (conceito Ótimo). Tem uma secura e acidez perfeita para acompanhar bacalhau. Quem diria, heim. Experimentem!
– Stamp of Austrália Chardonnay/Semillon Branco, Hardy’s 2007. Um ótimo corte de Chardonnay/Semillon, que dão um sabor distinto a este representante da Austrália. Aroma de pêssego e melão, com cor palha e tons verdes. Na boca sutil untuosidade e limão, com ótima acidez e leve frescor. A colheita das uvas, ao que parece feita à noite, lhes dão um sabor diferente, além do aspecto mais floral, que deve ser resultado da mescla da semillon, uma vez que não é característica marcante da chardonnay. 88 pts (conceito Muito Bom). Mais um excelente vinho para este verão, com peixes e frutos do mar, e até bacalhau. Inclusive boa pedida para acompanhar os perus e chesters de fim-de-ano!
*Notas históricas: a República da Macedônia é hoje um pequeno País independente desde 1991, com a desanexação da antiga Iugoslávia. Ela pertenceu a Grécia durante o século XX, tendo sido anexada a Iugoslávia após a 2a.Guerra Mundial. Vinho também é cultura!