Mais uma vez tive a oportunidade de tomar esse grande vinho chamado Bahans Haut-Brion, safra 2004. O Bahans é o segundo vinho do Chateau Haut-Brion, que é o único premier cru classé de Pessac-Léognan, na classificação do Médoc de 1855. As uvas que fazem parte do corte do Bahans são cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc, e a proporção varia a cada ano, dependendo da qualidade da colheita de cada uma destas castas. Esse tem 73% de c.s, 22% merlot e 5% c.franc.
Possui uma cor ainda bem escura com aromas de ameixa, chocolate e madeira tostada que lembra café. Um vinho que marca pela elegância, médio corpo, sem aquele excesso de madeira e menta que encontramos na maioria dos vinhos do novo mundo. Um vinho de classe, de uma safra sem muita badalação em Bordeaux, e por isso mesmo, não tem preço estratosférico. Ainda vai crescer com a guarda, mas que hoje já proporciona imenso prazer.
Uma curiosidade é que esse vinho deixou de existir, pelo menos com esse nome. O Chateau Haut-Brion, que produz o vinho, foi adquirido em 1935 por um banqueiro norte-americano chamado Clarence Dillon. Em primeiro de agosto desse ano(2009), seu bisneto, o príncipe Robert de Luxemburgo assumiu a presidência do Domaine Clarence Dillon (empresa que controla algumas propriedades em Bordeaux, incluindo o Haut-Brion), e anunciou que esse vinho à partir da safra 2007, se chamará “Le Clarence de Haut-Brion”, em homenagem ao bisavô. O vinho não sofreu mudança só de nome, o rótulo também foi mudado, se parecendo bastante com o do primeiro vinho da casa, e a garrafa deixou de ser aquela de formato clássico Bordeaux, sendo engarrafado na mesma do Haut-Brion.
Alguém já adquiriu uma garrafa dessa nova roupagem ?