Pela primeira vez na minha vida de enófilo provei um vinho com defeito, um vinho avinagrado!
Uma fatalidade dessas pode acontecer com qualquer um, mas que é RARO, isto é; não pensem o contrário.
O fato aconteceu na verdade com minha sogra [ainda bem, né…desculpe sogrinha!], que ao abrir uma garrafa ficou impressionada com a acidez do líquido. Logo me ligou perguntando o que seria aquilo; se poderia ser uma ampola de má qualidade? Dia seguinte estava eu na casa dela para checar o ocorrido e me deparei com minha primeira experiência de um vinho defeituoso… E olha que se tratava de uma ampola “de responsa”, um legítimo italiano de um grande produtor – Nipozzano, de M.Frecobaldi. Sorte foi ter outra garrafa da mesma safra para comparação! O vinho não importa qual era, mas fato que estava totalmente acidificado; em evoluída fermentação acética.
Comparem na foto abaixo o mesmo vinho: o da taça da esquerda é são e da direita é o defeituoso (avinagrado).
Tecnicamente existem defeitos nos vinhos que muita gente não conhece, tais como: Brettanomyces, Gaseificação, Oxidação, Acidez Volátil (nosso caso específico), TCA/TBA. (fonte: OIV-Organisation Internationale de la Vigne et du Vin, França, Manual Práticas enológicas). Estes defeitos são classificados como graves, e os vinhos afetados por eles não são indicados para consumo humano. Existem ainda os defeitos leves, que na maioria dos casos não prejudicam a qualidade organoléptica do vinho e pode ser consumido. Normalmente estes defeitos leves giram em torno de características subjetivas e do costume de quem aprecia a bebida, gostando ou não do tipo de vinho produzido. Mas, ressalta-se que contra os defeitos graves não há conversa: seu destino é a panela de cozinha, na melhor das hipóteses. >:o)
Portanto, use a máxima ao beber vinho e preservar sua saúde: beba vinho de qualidade!