Château Mylord na Grand Cru

mylordNa sexta-feira passada provei um vinho Bordeaux da magnífica safra 2005. Foi o Château Mylord 2005, que brindou um ótimo jantar num lugar inesperado até aquela ocasião. O local foi a enoteca Grand Cru aqui em Brasília. A última vez que estive por lá, ano passado, era apenas uma loja de vendas de vinhos com um visual pra lá de bonito, que servia alguns petiscos típicos deste tipo de loja. Para minha surpresa, ao chegar na adega/bistrô com minha esposa, deparei-me com uma quantidade grande de fregueses aguardando uma mesa. Logo percebi que a adega havia se tornado realmente uma Enoteca/Bistrô de elevado nível. O proprietário Fernando achou a fórmula correta – ao meu ver – de trabalhar o negócio do vinho, brindando os enófilos sérios e amantes da bebida de Baco, com um Menu de comidas apropriado ao local. Como sempre divulgo a máxima: “vinho e comida são inseparáveis”, começam a surgir as enotecas que não somente vendem vinhos, mas passam a servir um leque de comidas dignas aos vinhos degustados no local – não aqueles petiscos mirrados e exageradamente caros ao que se propõem. Pois bem, o bistrô/Enoteca Grand Cru do DF está belíssimo, romântico e seu cardápio de quatro pratos, assinado pela Chef Andréa Munhoz, muda diariamente. Com um leque de opções que somente uma enoteca pode oferecer – a preços de custo – o enófilo pode escolher o vinho que lhe agrada, no catálogo com mais de 1.800 rótulos do portfólio desta empresa importadora, saboreando uma boa refeição. Os donos de enotecas começam a ouvir a voz de Deus – os consumidores!!

Nesta ocasião provei o Bordeaux Mylord 2005, que foi aberto por meia hora e refrigerado com perfeição pelo competente sommelier Lázaro. O vinho manteve a qualidade dos Bordeaux 2005 que já provei. Nariz lembrando carvalho e couro, com uma cor rubi intenso e tons violáceos. Notas de frutas negras, como amoras, se sobressaem no médio corpo. Pareceu-me um vinho rápido, devido ao curto final de boca. Uma ótima estrutura e harmonia entre acidez e taninos. O château Mylord é daqueles primos-pobres da apelação de Bordeaux, myl-borra1conhecidos como denominações “satélite”, com vinhos consumidos mais jovens mas ainda assim de grande qualidade, sendo inclusive produzidos sem filtragem – vejam as borras no final da taça (foto). Usam sempre as castas bordalesas, claro, mas com a Merlot em maior volume. Tanto que este 2005 está no auge para consumo e não creio que possa evoluir bem por mais 3 anos. Para quem deseja aproveitar este exemplar na sua exuberância deve provar agora. Nota 88 pts.

Muitos Vinhos e uma festa de Babette!

iconbabet
Clique para ver o vídeo


No último sábado (5), minha equipe de Gastronomia da Faculdade promoveu uma autêntica festa de
Babette, regada a muitos Vinhos! A ideia era simular uma prova de cozinha que faremos na semana de 21/6. Foram convidadas 23 pessoas para a comilança [risos]. Os pratos para este banquete eram seis, com guarnições e acompanhamentos distintos, resultando em 15 preparações simultâneas. Os intrépidos cozinheiros-Chefs deste memorável jantar foram:

Renata Berford, Pedro Eneas, Jorge Lourenço, Gláucia Reis e Antonio Coêlho.

O Menu:

– Frango à portuguesa com arroz pilaf;

– Corvina pochê, molho holandês e batata inglesa;

– Carré de Porco Persillade, gallettes de batata e molho criollo;

– Jambonneau de frango (recheio com duxelles) e omelette;

– Filé mignon, molho Bordelaise e vegetais glaceados;
– Entrecôte recheado, molho de manteiga aromatizada e batata paillasson; e

– Panacota de morangos flambados.


Foi um desafio enorme mas muito gratificante, pois demos conta do recado e todos os comensais saíram satisfeitos com o que provaram. Para vocês terem ideia do sufoco que enfrentamos, vejam os números astronômicos deste jantar: a) 5 Kg de verduras e frutas; b) 3,7 Kg de condimentos e temperos; c) 1 Lt de vinho; d) 2,2 Lts de azeite, óleo e manteiga; e) 7,5 Lts de fundos e molhos; f) 14,3 Kg de carnes. Total = 34 Kg de mantimentos, para 23 felizes convidados…Woww!!

Além da magnífica refeição, não poderiam faltar as bebidas. Vinhos da melhor qualidade para todos os gostos; de espumantes a tintos, passando por brancos e fortificados. Mais sucos e refrigerantes (erch, êpáhh…). Para não perder o costume trago abaixo a lista deles com uma breve avaliação. Os destaques ficam para o Colección Universo, um blend maravilhoso da Neuquén, feito com Malbec, Merlot e Cabernet. Sabor amoras e ameixas. No início aparece o carvalho e baunilha resultante dos 15 meses em barricas, mas logo em seguida se aveluda e causa furor em elegância. Leva ainda 18 meses na garrafa antes da comercialização. Estupenda surpresa. Nota 91 pts. Outro que fez bonito na noite foi Crasto Douro, um velho conhecido que novamente manteve a classe, com ar imponente. Bela estrutura e finíssimo. Toques frutas secas e leve achocolatado. Delicioso e sempre pedindo um pouco mais. 87 pts.

vinhobab

Os Vinhos:

Angelica Zapata Chardonnay 2005 (branco); Espumante Möet-Chandon Brut; Espumante Terranova Miolo; Espumante Rosé Brut Sacchetto (Itália); Nativa Carménère 2008 (Chile); Don Elias Res.Cab.Sauv. 2008 (Chile); Colección NQN Blend 2005 (Argentina); Terra Plana Herdade da Cal (Portugal); Crasto Douro DOC 2007 (Portugal); Lote-43 Miolo (Brasil); Merlot Terroir 2008 (Brasil).

Um Chef professor fala ao DCV

max1Trazemos a entrevista com um Chef de cozinha argentino, professor da Faculdade IESB (Brasília), e que está no País há pouco tempo passando sua experiência e maestria aos alunos brasileiros. O professor Maximiliano Sommo é nascido em Córdoba, Argentina, e concluiu seus estudos no IAG – Instituto Argentino de Gastronomia, em Buenos Aires. Estudou com grandes Chefs (Europa e EUA), além de ter passado por restaurantes em Barcelona (Espanha) e Córdoba. Dentre suas especialidades estão: Cozinha Avançada, Buffet, Cozinha à Vácuo, Cozinha Asiática e Cozinha Molecular (de Vanguarda), lecionando no IAG desde 2007.

DCV – Como foi a escolha de vir dar aulas no Brasil e o que está achando de viver aqui?
Max: Fiquei sabendo da parceria com o IESB em 2005, e na verdade me ofereci ao diretor do IAG para vir a Brasília. Mas minha passagem pelo IAG era inevitável; tinha que conhecer bem o funcionamento do Instituto, porque aqui o trabalho é exatamente igual que em Buenos Aires. Assim, comecei com aulas de Português, sempre com a esperança de poder trabalhar em terras brasileiras para aprender o idioma, a cultura gastronômica e conhecer sua gente.

aulamax1amax2aulamaxa
Pratos preparados pelo Chef Max Sommo, nos laboratórios do IESB, em Brasília

DCV – A gastronomia como ciência tem diversos ramos. Quais dentre eles que mais lhe agradam? E por quê? Qual escola culinária mais gosta de seguir?

Max: Gosto muito da cozinha salgada; trabalho há dez anos com cozinha e na verdade sempre me interesso pela cozinha atual, sem deixar de lado o clássico porque acho que uma base forte é muito importante. As tendências gastronômicas que vivi mais de perto são Novelle Cuisine francesa e cozinha de vanguarda. Mas também gosto muito de trabalhar na área de Garde Manger e Eventos. Das escolas que mais me identifico é com a cozinha francesa. Ela é a base do que se ensina nas escolas de cozinha do mundo. Tem grandes cozinheiros e sobretudo muito respeito pela arte culinária, pelos produtos que utiliza.

DCV – Dizem que vinho e comida são inseparáveis. O que você pensa dessa relação? Quando cozinha, quais vinhos aprecia com a comida?
Max: Falou já Alexandre Dumas que o vinho “constitui a parte espiritual da gastronomia…”. Acho que significa que o vinho é um elemento sumamente importante à gastronomia: buscar a harmonia entre gostos, sabores, odores. Poder complementar a comida evitando que entre eles se oponham e neutralizem, logrando assim um resultado global dos sentidos, é uma arte. Acho o vinho, pela complexidade gustativa e aromática, um companheiro inseparável da gastronomia.

…Profissionalmente tento harmonizar cada prato com o vinho que corresponde. Acho que “La cata” (as provas e as degustações) é o eixo da conduta de todo cozinheiro, que deve ter a sensibilidade e saber avaliar se é correta a harmonização ou retificar se for necessário.

DCV – É notório que a vitivinicultura argentina é muito forte. Será que devido a isto sua gastronomia é bastante elaborada e de grande qualidade? O que você pensa disso?
Max: Acho que não é por causa só da vitivinicultura que a gastronomia é elaborada e de qualidade. São dois fenômenos que estão muito relacionados e crescendo ao mesmo tempo. Mas, sim, acho que foi devido ao importante aporte dos imigrantes europeus na Argentina e que conheciam muito bem as técnicas vitivinícolas e o cultivo das variedades aptas para vinhos finos, que a vitivinicultura argentina é de qualidade e o mesmo com a culinária, que somou técnica aos produtos regionais.

DCV – Apesar do pouco tempo de contato, qual sua impressão da culinária brasileira?
Max: Acho uma gastronomia muito interessante devido à diversidade de produtos que tem e as pessoas estão se interessando pela alta cozinha. Então, está tendo uma geração de novos Chefs brasileiros que levam os sabores tradicionais à alta cozinha, pessoas que conhecem profundamente ingredientes e sabem aproveitar a maior biodiversidade do mundo, os aromas e sabores que a natureza oferece. Quero nomear a Alex Atála, como referente dessa geração – um GRANDE chef.

DCV – Bate-Bola: um prato e um vinho para harmonizar?
Max: Vou falar do prazer que significa para mim uma boa carne vermelha na brasa acompanhada de um Malbec.

Harmonizando Vinho com Pirarucu – II

Momento telúrico no DCV. Dando continuidade à postagem do dia 10, transcrevo abaixo o ensaio poético sobre o clamor da selva Amazônica. Inspirem-se.

O ENCONTRO

Encontro de cores

Encontro de sabores

Encontro de amores

Encontro de lazeres

Encontro de prazeres

Encontro de saberes

Encontro da natureza

Encontro da pureza

Encontro da beleza

Encontro da certeza

Encontro do sem fim

Encontro das águas do Amazonas

Encontro de vidas

Encontro de mim.

Estêvão Santoro

Harmonizando Vinho com Pirarucu do Amazonas

findelmundoNa última 2a.feira passei por uma experiência de volta às origens alimentares. Não é de hoje que todos sabem da minha predileção pela gastronomia ítalo-brasileira. Mas o que poucos sabem é que sou nascido em Manaus, capital do Amazonas. Na academia – faculdade de Gastronomia – aprendemos muito sobre várias culturas gastronômicas e o curso dado naquele dia retomou as origens de minha família. O curso foi de Culinária Indígena, dado pelo professor Estêvão Santoro, que também é nascido no Amazonas. Dentre as curiosidades e dados pitorescos da cozinha das etnias indígenas brasileiras, foram apresentados pratos de sabor inigualável, como: purê de banana pacovã (da terra); salame de cupuaçu; cuscuz amazônico (feito com farinha do Uarini); e o famoso Pirarucu de Casaca (o bacalhau brasileiro!). O auditório lotou (com mais de 50 ouvintes) para ver a produção na cozinha demonstrativa do IESB. Vejam as fotos. Além do aspecto técnico-cultural, Estêvão criou um ambiente lúdico ao qual raramente presenciei. Tanto que até poeta o professor manauara virou, e emocionou a todos com a declamação de poesia própria sobre o clamor das selvas.

Para acompanhar o delicioso peixe amazônico, pensei em duas ampolas brancas para harmonizar, que tivessem um leve toque amadeirado. O primeiro foi o Chardonnay Reserva Del Fin del Mundo Patagonia 2005 (Argentina). Vinho com sabor de frutas cítricas, abacaxi, e boca amanteigada, com passagem de oito meses em barricas de carvalho, combinando com a forma de feitura do Pirarucu de Casaca, que se assemelha ao bacalhau salgado, mas com sabor menos acentuado, tornando-o uma iguaria cada vez mais apreciada pelo mundo afora. O segundo vinho é um Quinta do Cidrô Chardonnay (seis meses de barrica), para lembrar a terrinha portuguesa do bacalhau. 

Escola Miolo inicia Turmas

mioloescA Escola do Vinho Miolo de Brasília inicia suas atividades com cursos de degustação mais completos, dinâmicos e atrativos. No próximo dia 15 de Maio, no Hotel Naoum Plaza, o Sommelier consultor do Miolo Wine Group, Sr. Jorge Paim, ministrará um curso com degustação de 14 vinhos. 

Data: 15/05/2010 – Sábado.
Hora: 09:00 h.
Duração: 4 horas/aula.
Local: Hotel Naoum Plaza (SHS Qd 5 bloco H) 
Valor do Curso: R$ 120,00 (por pessoa, incluso curso de degustação e Almoço / Feijoada).

Reservas e Informações: (61) 3427.4266 ou (61) 9986.5161 com Jorge.
E-mail: [email protected]

Vinho francês em restaurante francês

guilhemOutro dia conheci um novo restaurante francês. Bem, não era tão novo, pois já existe a par de anos, mas nunca havia comido nele. Trata-se do Toujours Bistrot, na 405 Sul – nova casa do proprietário do restaurante Fred. Não podia ficar sem falar nele por dois motivos. O primeiro é que o cardápio é recheado de pratos próprios da cozinha francesa (nem sempre isto ocorre em outras lojas) e segundo, porque o vinho que tomei lá marcou meu paladar até o momento destas palavras. Sabem aqueles vinhos que marcam não por serem caros ou “badalados” mas pela impressão que deixam em atentos paladares. O bacana é como alguém consegue fazer um vinho tão bom com tanta simplicidade.

Estou falando do vinho Guilhem Moulin de Gassac 2006, da tradicional Mas de Daumas Gassac, que provei com um “Confit de pato com pele crocante à perfeição, sobre batatas de ervas a dorê” (foto). De cair o queixo! O rótulo não é o mais caro da vinícola – ao contrário (60,00). É o básico modelo que marca pela elegância e mostra a força e qualidade dos Vin de Pays (não AOC’s)guilhem1franceses. Na verdade, a Mas de Daumas Gassac rotula seus grandes vinhos como “vin de pays” apenas para fugir aos rigores das denominações do Languedoc, de onde vem este delicioso vinho. No Languedoc as castas básicas para tintos são Carignan, Grenache Noir, Cinsaut, Mourvèdre e Syrah, dentre outras. O Guilhem leva quase 80% de Carbernet sauvignon, e torna a Mas de Daumas uma das únicas na região a usar composições diferentes em seus produtos, o que fazem com enorme qualidade e propriedade, sendo reconhecidos mundialmente. Temos aqui mais uma prova de que preços de vinhos franceses chegam a rivalizar com demais países quando sabemos experimentar e pesquisar um pouquinho. Se você já provou vinhos franceses a bons preços, comente conosco.

Vinhos a 50 reais p/ o Jubileu de Brasília!

Em homenagem aos 50 anos da Capital estamos publicando
esta coletânea de ótimos vinhos com preços até 50 reais!


Um amigo cozinheiro (Jorge, da creperia C’est si Bon) certa vez me pediu que fizêssemos uma coluna para apresentar vinhos de qualidade, que pudessem ser comprados a qualquer hora e com facilidade, a preços acessíveis ao público. Pois bem, preferimos seguir em outra direção e preparamos uma lista especial para esta ocasião – o JUBILEU de Brasília. Separamos vinte rótulos, todos indicados pelo DCV como muito bons e ótimos, para deleite dos leitores. Ressaltamos que há pouco tempo o binômio bom e barato não combinava com o mundo do vinho. Para alegria do consumidor esta realidade mudou e mais vinhos de qualidade passam a fazer parte do leque de opções para os apreciadores da sagrada bebida. É hora de experimentar. Então, aproveitem estas “barbadas” e comemorem o aniversário de nossa amada Cidade, com vinhos especialmente indicados! Que venham mais 50 anos de muita prosperidade e qualidade de vida para nós e as futuras gerações. PARABÉNS Brasília!

bafrsulÁFRICA DO SUL
* Fleur du Cape Pinotage 2005, R$50,00
* Porcurpine Ridge Syrah 2006, R$50,00

bargentARGENTINA
* Santa Júlia Res.Tempranillo – Zuccardi 2006, R$ 45,00
* Anubis Malbec 2008, R$19,90
* Septimo Dia Malbec – Bodega Septima 2005, R$ 50,00

baustraAUSTRÁLIA
* Jacob Creek chardonnay 2004 – Branco, R$ 50,00

bbrasilBRASIL
* Vallontano Tannat 2005, R$37,90

bchileCHILE
* Toro de Piedra Gran Res. – Cabernet 2003, R$ 50,00
* Viu Manent Res. – Carménère 2006, R$ 48,00

bespanESPANHA
* Artazuri 2005, R$ 50,00
* Pata Negra Gran Reserva 2007, R$45,90
* Abadia Vegas 2007, R$19,90

bfranaFRANÇA
* CASCAI Rosé – Chateau Ferry Lacombe 2008, R$ 50,00
* Cyrcus L’Ostal Cazes – Syrah 2003, R$ 49,00
* Chateau Bel Air 2006, R$42,06

bitaliaITÁLIA
* Monte Antico – Toscana 2005, R$ 50,00
* Fontella DOCG Chianti 2007, R$ 49,00

bportuPORTUGAL
* Vinhas Velhas Branco – Luis Pato 2006, R$ 47,00
* Monte Velho – Adega Alentejana, R$26,00
* Alandra 2006, R$15,00
* Vidigal Dão DOC 2007, R$25,83

Esses vinhos podem ser encontrados nos seguintes distribuidores, variando o preço:
Expand, Mistral, Vinci, Grand Cru, Adega Brasília, Super Adega, Portofino e Pão-de-Açúcar

Vinho de Jabuticaba. O que é isto?

jabutic-1Dias desses recebi um “presente de grego”. Sabendo que eu me interesso por vinhos, um conhecido me ofereceu um vinho de jabuticaba! Nem me lembro onde ele adquiriu, mas curioso fui atrás do que seria este vinho. Encontrei tantas denominações e variedades que vocês não acreditam. Vejam algumas: vinho de melancia, vinho de maracujá e até vinho de amoras. Na verdade, estas bebidas são como licores à base de suas frutas específicas, e não se sabe ao certo porque os produtores as chamam de “vinho”; certamente por motivos mercadológicos. Uma empresa de vermutes da Polônia comercializa diversos “vinhos” de maçã e morango. Outra na Alemanha produz um “vinho” de cereja. Erkh! Um projeto promovido pela Fapesp (SP) e apoio da Embrapa criou “vinhos” de abacaxi e pêssego. Lembremos da famosa Sidra, que é produzida com maçãs e é popular nas festas de reveillon. jabuticabaE o tal vinho de jabo[u]ticaba – a grafia permite as duas formas – que ganhei, afinal, não era tão ruim e caiu “bem” com a sobremesa que comi: uma tartelette de morango da Torteria di Lorenza (foto)… “Bem” coisa nenhuma [risos], era um licor vagabundo que me deu uma azia danada.

Para não dizer que não avisei, saibam que vinho é definido pela O.I.V. (Office International de la Vigne et du Vin) como a bebida alcoólica resultante da fermentação do mosto (suco) de uvas frescas. Qualquer outra bebida fermentada não obtida dessa forma não pode ser denominada vinho (como é o caso do “vinho” de jabuticaba, do “vinho” de maracujá, etc.).