Vinhos Daguenau e Barmes no Dom Francisco!

Grande noite com vinhos do Loire e Alsace escoltados pela irretocável cozinha de Francisco Ansiliero. Ele preparou salada, caldeirada de congrio rosa e camarões e para sobremesa um abacaxi gratinado com mel.


O primeiro vinho foi o Crémant d´Alsace brut do produtor Barmes e Buecher. Biodinâmico, esse crémant rivaliza com muitos champagnes com sua cor amarelada, aromas de panificação e bem seco. Feito com Auxerrois (42%), Pinot Gris (36%), Chardonnay (13%), Pinot Blanc (8%), Pinot Noir (1%), é um espumante safrado de 2008 que sofreu a degola apenas em 2010.


Dando sequência aos trabalhos, foi aberto o primoroso Buisson Renard 2007, ainda feito pelo Didier. Um Pouilly-Fumé de tirar o fôlego. Cor amarelo palha, com passagem por madeira, mas sem encobrir a fruta e toda acidez característica dos vinhos desse produtor. Um vinho marcante e obrigatório aos apreciadores de vinho branco.


Finalizando o jantar foi aberto o raro Jurançon Les Jardins de Babylone 2007 de Dagueneau e Guy Pautrat. Um vinho de sobremesa que poderia facilmente ser servido como principal. Nada daquele doce enjoativo, com uma acidez crocante que era necessário lembrar ser um vinho de sobremesa para sentir o seu adocicado. Fácil e encantador, esse exemplar feito com a uva Petit Manseng tem tudo que um vinho de sobremesa deve ter. Untuosidade e adocicado sustentados pela acidez. 

Minimus Anima 05 – Vinho Brasileiro de Alta Qualidade

Vinho brasileiro de emoção, qualidade, caráter e sofisticação. Cor púrpura, de aromas cozidos e gosto agradavelmente amargo; passando longe daqueles sabores “jammy” tão comuns nos dias atuais.

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Esse exemplar já começa inusitado no corte elaborado com 70% de Cabernet Sauvignon de colheita supertardia, parcialmente passerizada e 30% de Alicante Bouschet bem madura. Isso resultou em um vinho original, provocante e curioso que leva a meditação. Baxíssimo uso de SO2, apenas 45 mg/l, quando o permitido por lei no Brasil é de até 350mg/l (Na Comunidade Européia os limites são de 160mg/l para tintos e 210 mg/l para brancos).

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Nessa época Marco Danielle não utilizava carvalho na produção de seus vinhos e isso aportou uma elegância poucas vezes vista em um vinho brasileiro, que em sua maioria tenta copiar os vinhos chilenos e argentinos, saturados de carvalho novo. Como já disse, a fruta no nariz é cozida, aromas de canela e cravo, na boca o vinho é levemente amargo, com taninos totalmente agradáveis, sem aspereza. Infelizmente esse exemplar já esgotou há tempos e só quem teve método, disciplina e paciência para guardar uma dessas garrafas poderá desfrutar o prazer que um vinho emocionante como esse pode propiciar.

Os melhores vinhos do primeiro semestre 2012

A foto abaixo ilustra os melhores vinhos do primeiro semestre de 2012. Para não fazer injustiça, o melhor de todos não está na foto, pois não pude ficar com a garrafa, que foi o Grands-Échézeaux do Domaine de La Romanée Conti postado aqui. Da esquerda para direita:

Romorantin 2005 de Claude Courtois (Loire)

Evidence 2003 de Claude Courtois (Loire)

Côtes du Jura 1996 – Domaine Baud (Jura)

Chateau Yvonne 2007 (Loire)

Gravner Anfora Ribolla 2004 (Friulli)

Ch. Haut-Brion 1999 (Bordeaux)

Clos du Calvaire 2008 – Didier Dagueneau (Loire)

Provignage 2007 – Henry Marionnet (Loire)

Lenswood 1996 (Austrália)

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Fantástico!!! Vinhos Dagueneau voltam a ser importados.

 

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Após um período sem importador no Brasil, os magníficos vinhos de Didier Dagueneau retornam ao país pelas mãos da importadora Casa Flora. Os vinhos Dagueneau são vinificados, desde sua morte prematura em 2008, por seu filho Benjamin Dagueneau.

Até 2009 os vinhos eram trazidos ao Brasil pela Expand, em 2010 passaram para Grand Cru, que só os manteve naquele ano, e desde então estavam sem importador. São vinhos raros, distintos e longevos. Sauvignon Blanc com passagem por madeira, mas sem deixar encobrir a fruta e acidez, que por sinal é sempre cortante nos vinhos desse produtor.

O DCV, em um serviço de pesquisa, listou os preços cobrados por Grand Cru e Expand, quando eram importadores desse produtor, para compararmos com os que serão praticados pela Casa Flora (ainda não os tenho).

Preços praticados pela Grand Cru em 2010:

Brancos Secos

Dagueneau Pouilly-Fumé 2007                       R$ 330,00

Dagueneau Pouilly Fumé Pur Sang 2007         R$ 420,00

Dagueneau Buisson Renard 2007                   R$ 460,00

Dagueneau Pouilly Fumé Silex 2007               R$ 580,00

Preços praticados pela Expand em 2009:

Brancos Secos

Dagueneau Pouilly-Fumé 2004                       R$ 285,00

Dagueneau Pouilly Fumé Pur Sang 2004         R$ 385,00

Dagueneau Buisson Renard 2004                   R$ 385,00

Dagueneau Pouilly Fumé Silex 2004               R$ 498,00

Branco de Sobremesa

Les Jardins de Babylone Jurançon 04 (500ml) R$ 598,00

 

 

 

O Sancerre de Didier Dagueneau!

Durante anos, Didier sonhava em fazer vinho a partir deste vinhedo localizado em Chavignol, provavelmente o mais prestigiado da parte superior do Vale do Loire. Seu querido amigo e mentor, Edmond Vatan, o inspirou e finalmente no término dos anos 1990, ele tinha uma pequena parcela de 1/2 hectare no coração do vinhedo. Comprou-a e em seguida teve que lutar com as autoridades locais da AOC, por alguns anos, para plantar. Finalmente em 2000, foi concedido o direito de plantar uma pequena porção de vinhas a cada ano.

Confesso que sou avesso ao óbvio, ao lugar comum. Sempre foi assim. Na época do cd os meus preferidos sempre foram os mais difíceis de encontrar, fosse no país ou no exterior. Hoje, com a internet, praticamente não há mais música difícil de encontrar.

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No vinho é a mesma coisa. Os vinhos que procuro normalmente são coisas bem intrigantes de se conseguir, por isso quando meu amigo Guilherme Mair, do Um papo Sobre Vinhos, me convidou para tomarmos um exemplar do Didier Dagueneau, que jamais vi aqui pelo país, fiquei emocionado.

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O vinho era o Sancerre Le Mont Damné 2008, Chavignol de Dagueneau. Que vinho, como todos dele, que mineralidade e acidez, envolvidas em uma cor amarela, cristalina de muito brilho. Um sauvignon Blanc como só ele sabia fazer. Barricado, mas sem excesso, salivante e com aromas delicados de manteiga com limão. A acidez dos vinhos do Dagueneau chegam a incomodar os desavisados, mas acompanhados de um queijo de cabra formam um verdadeiro amálgama de sabores.

 

Vertical do raro Bordeaux Moulin D´Issan!

Pela primeira vez o DCV realizou uma degustação vertical do vinho Moulin D´Issan em Brasília. Esse vinho é um dos grandes achados de Bordeaux, pois tem qualidade, consistência e sem o preço abusivo (R$ 140,00) normalmente atrelado aos vinhos daquela região. Veja história desse achado aqui.

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Foram degustadas as safras 2004, 2006, 2007, 2009 e como vinho surpresa foi servido o segundo vinho do Chateau, chamado Blasson D´Issan 2007. Como disse, o que ficou claro foi a qualidade e consistência das safras. A degustação foi às cegas e não sabíamos qual safra estava sendo servida. O sommelier Francisco, ao final, revelou a sequência 09,07,06,04 e Blasson 07. O mais evoluído foi o 07, o que levou a maioria (inclusive eu) achar se tratar do 04. Já o 2004 era o mais distinto, levando a crer ser o vinho surpresa, incrivelmente em forma para o mais antigo dos degustados.

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Posso afirmar que o Moulin D´Issan tem o mesmo nível de qualidade do Chateau Reignac ou Ch. Haut-Condissas, vinhos que têm desbancado grandes nomes de Bordeaux (como Petrus, Lafite, Cheval Blanc…) em degustações às cegas promovidas constantemente pelo Grand Jury Européen.

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O Moulin D´Issan pode ser encontrado em Brasília na Vintage Vinhos do Brasília Shopping– tel. (61) 3326-1500. Procure pelo Alberto (Gerente). A safra corrente é a 09, as outras foram garrafas que venho comprando ao longo dos anos.