

O Domaine Zind-Humbrecht é adepto da vitivinicultura biodinâmica e um dos melhores da Alsácia. Sob direção de Leonard Humbrecht desde 1959, e agora supervisionada por seu filho Olivier, faz vinhos encorpados e arrebatadores, exibindo as características de cada terreno selecionado, dentro das propriedades da vinícola. Obcecados com controle de qualidade, limitam a produção das parreiras ao mínimo e utilizam leveduras selvagens para fermentar seus vinhos.
Tive a oportunidade de provar dois vinhos desse produtor. Primeiro o Pinot Noir. Essa cepa, bastante difundida na Borgonha, gera grandes vinhos também na Alsácia. O exemplar tomado era da safra 2005 e se mostrou muito elegante, com sua cor mais clara e aromas de amora, tabaco, chá preto e rosas murchas, lembrando um borgonha envelhecido. Um vinho muito diferenciado. O outro foi o Zind 2004. Um branco feito de chardonnay, auxerrois e pinot blanc, um corte bem inusitado. Corpo médio, acidez viva, com aromas de limão e melão. Perfeito para acompanhar comida japonesa. As grandes estrelas da vinícola, como o Clos Jebsal Pinot Gris e o Rangen St- Urbain Riesling, ainda não tive a oportunidade de provar, mas pela qualidade do que foi provado, devem ser coisa muito séria.
Bordeaux também faz bons vinhos brancos. Muitas vezes nos esquecemos deles em razão da fama e da gama dos tintos. Esse exemplar é o L de La Louviére, segundo vinho do Chateau La Louviére, de Pessac-Leognan. Propriedade de André Lurton, tio de Pierre Lurton (diretor de Cheval Blanc e Chateau d´Yquem).
O vinho é feito de colheita manual, com seleções sucessivas, fermentado em barrica de carvalho e sem fermentação malolática. O chateau tem raízes no século XIV e foi adquirido por Lurton em 1965. A safra bebida foi de 1994 e o vinho apresentava uma cor dourada brilhante, com aromas de frutas bem maduras como pêssego, abacaxi em calda e algumas notas de mel, mas com uma acidez já em declínio. É um vinho que permite uma guarda longa, mas essa safra poderá não agradar aqueles que fazem questão daquela acidez picante. 90% Sauvignon Blanc e 10% Semillon.
A loja/importadora Adega do Vinho, em parceria com a Porto a Porto e Cristina Neves Comunicação e Eventos, fizeram o lançamento dos vinhos da vinícola italiana de Montalcino, Camigliano, em Brasília. O lançamento aconteceu no restaurante Dom Francisco na 402 sul, e os vinhos apresentados pela enóloga da vinícola, a italiana Paola Falabretti, foram os seguintes, na ordem de serviço:
1- Chianti Colli Senesi 2007 (Sangiovese, Canaiolo e Malvasia Bianco)
2- Poderuccio IGT 2007 (Sangiovese, C.Sauvignon, Merlot)
3- Brunello di Montalcino D.O.C.G. 2003 e 2004 (100%Sangiovese Grosso)
4- Brunello di Montalcino Gualto D.O.C.G. Riserva 2003 (100% Sangiovese Grosso)
A estrela da noite foi o Brunello Gualto, que só é produzido nos melhores anos, e utiliza os quatro melhores vinhedos da vinícola.
Aconteceu em Brasília, nos dias 18,19 e 20 de maio, o curso de vinhos da Wine e Spirit Education Trust (WSET), entidade londrina, que é representada no Brasil pela The Wine School, do chileno Eugenio Echeverría, instrutor do curso.
A organização WSET tem 40 anos de experiência mundial, desenvolvendo e ministrando programas educativos, e titulações no segmento de vinhos, licores e destilados. A entidade é também a única reconhecida pelo governo britânico, para ministrar cursos com certificado oficial, para pessoas interessadas em trabalhar nesta indústria. Por seus cursos já passaram Jancis Robinson, Clive Coates, Dirceu Vianna Jr. e Guilherme Corrêa. O curso se repetirá em Brasília, no mês de Agosto, dias 10,11 e 12, no Dom Francisco Asbac.
Simplesmente IMPERDÍVEL, o jantar harmonizado, promovido pela importadora/distribuidora Adega do Vinho, no restaurante Le Plateau D´Argent (Hotel Mercure Brasília Eixo-SHN, quadra 05 bloco G), nessa quinta-feira 27/05/10 às 21:00. Eles estão trazendo a vinícola Cordilheira de Sant´Ana, que fará uma apresentação de seus ótimos vinhos.
Sou grande fã do Chardonnay dessa vinícola, que tive o prazer de conhecer ano passado, na feira anual de vinhos brasileiros-Vinum Brasilis, realizada pela confraria Amicus Vinum. Esse vinho é encorpado, amanteigado e muito aromático. Só a presença dele já vale a ida ao evento. Além dele haverá o Gewurztraminer, que é o vinho-sensação da vinícola. O jantar seguirá as seguintes etapas:
Entrada – Bruschetta de Carpaccio ao molho de mostarda dijon e alcaparras. Vinho – Cordilheira de Sant´Ana Chardonnay.
1 Prato – Medalhão de Salmão sobre legumes grelhados, ao molho de laranja e gengibre. Vinho – Reserva dos Pampas.
2 Prato – Costeleta Suína ao Molho Picante, com purê de mandioquinha. Vinho – Cordilheira de Sant´Ana Tannat.
Sobremesa – Torta mil folhas com Calda de morango. Vinho – Cordilheira de Sant´Ana Gewurztraminer.
A degustação será conduzida pela proprietária e enóloga Rosana Wagner e tem o custo de R$110,00 por pessoa. Reserva e informação: 3424-2017.
A loja Portofino (308 norte), que representa a importadora Decanter, fez o lançamento dos vinhos da Quinta Dona Maria em Brasília, apresentando os seguintes vinhos:
Dona Maria Branco 2008 (Arinto, Antão Vaz e Viosinho)
Amantis Branco 2008 (100% Viognier)
Dona Maria Rosé 2008 (60% Aragonez, 40% Touriga Nacional)
Dona Maria Tinto 2006 -50% Aragonez, 20% C.S, 15% A.Buschet, 15%Syrah
Amantis tinto 2005 -30% Syrah, 30% Petit Verdot, 30% C.S, 10% T.Nacional
Dona Maria Reserva 2005 – 50% A.Bouchet, 50% Syrah e P.Verdot
Julio Bastos 2004 – 100% Alicante Bouchet
Vinhos muito bem feitos, alguns com cortes inusitados para portugueses, aumentando a diversidade já existente de exemplares desse país. Os que mais me agradaram foram o Rosé (muito refrescante e com aquela bela cor provençal) e o Amantis Branco Viognier. Sem falar no top, Julio Bastos que encantou todos os presentes.
Já comentei aqui, algumas vezes, sobre a mudança de nome do segundo vinho do Château Haut-Brion. Chamava-se Bahans-Haut Brion e agora se chama Le Clarence de Haut-Brion (a partir da safra 2007), em homenagem ao banqueiro Clarence Dillon, que adquiriu o Château em 1935. Deparo-me novamente, com uma garrafa, ainda do antigo nome, desse maravilhoso vinho, safra 1999. Cereja, ameixa e um mineral perfumado tomam conta desse vinho. Pelos aromas pode-se até confundir com um vinho do novo mundo, mas ao bebê-lo, encontra-se aquela acidez que dificilmente encontramos nos exemplares chilenos e argentinos. Ainda não tomei o vinho em sua nova garrafa, mas espero que tenha mudado apenas a embalagem. Postagem também publicada em: www.cafecaviar.com.br/blog/bahans-haut-brion-1999/
Vinho da Bodega Noemía, que pertence a Condessa Noemi Marone Cinzano, situada na Patagônia e de baixa produção. A bodega faz 03 vinhos: O top da casa que é o Noemía, feito de vinhas velhas de Malbec plantadas em 1930, em pé franco, sem enxerto. O J.Alberto, feito de vinhas plantadas em 1955, 95% malbec e 5% merlot e o A Lisa 91% malbec e 9 % merlot. Os três vinhos são conduzidos pelo enólogo Hans Viding-Diers.
O vinho tomado foi o J. Alberto 2003. Nessa safra, em especial, apresenta uma frutosidade marcante, sem perder a elegância. Um vinho completamente equilibrado, com tudo em seu devido lugar: álcool, taninos, fruta, acidez e corpo. Muito redondo, envelheceu com categoria. Não tem como melhorar, quem tiver tome agora ou deixará passar o seu auge. O melhor vinho Argentino que tomei.
O vinho Numanthia 2004, da Bodega Numanthia Termes, tem uma cor negra intransponível. É um vinho espanhol da região de Toro, feito 100% de Tinta de Toro e 14,5% de álcool. Esse vinho, assim como a maioria dos de Toro, é um vinho muito intenso, com muito extrato, álcool e taninos precisando ser amansados. Percebe-se que é um vinho muito bem acabado, mas que necessita de mais uns 04 anos de garrafa. O vinho foi colocado em decanter, mas demorou muito para mostrar alguns aromas, principalmente de especiarias.
Produzido de vinhedos velhos de 70 a 100 anos, é envelhecido por 19 meses em barris de carvalho francês e engarrafado sem filtragem. O top da casa é o Termanthia, de vinhedos de 140 anos e produção limitada a 3.800 garrafas por ano. O nome Numanthia vem de uma cidade espanhola destruída pelas legiões romanas, após 20 anos de resistência, em 133 a.C.