Don Melchor 89 e La Croix 05

lacroixNessa semana, respondendo o convite dos amigos, pude tomar dois vinhos de distinta categoria. Meus amigos Diniz e André Azevedo me convocaram para tomar um La Croix de Beaucaillou 2005 e um Don Melchor 1989.

O La Croix de Beaucaillou é o segundo vinho do sensacional Ducru-Beaucaillou. Um vinho francês de extrema categoria, feito de um corte de cabernet sauvignon com merlot, da sensacional safra de 2005. O vinho tem um nariz exuberante, muito aromático, com muita flor e um carvalho tostado. Na boca é encorpado e muito suculento, me fez pensar como estará esse vinho daqui a dez anos. Muito bom hoje, mas vai melhorar bastante com a guarda. Uma grande dica para quem for ao exterior, pois esse vinho custa 4 vezes menos nos EUA.

O outro vinho, um Don Melchor 1989, oferecido pelo amigo André, já era um velho conhecido. Essa donmelchorsafra eu nunca tinha tomado, a mais antiga tinha sido a 1993, que me recordo ter muita madeira e muito mentol. O 1989 estava bem diferente, tinha um aroma de Porto, fumaça, frutas secas e um defumado. Um vinho mais rústico que o primeiro, e apesar de não ter sido uma grande safra para o Don Melchor, foi o mais interessante dos que tomei. Quem tiver essa safra em casa a dica é beber já, pois não irá evoluir mais.

Quanto aos amigos, continuem me convidando para essas degustações que não recusarei o convite. Agradeço pelos vinhos e muito mais pela amizade de vocês.

Bordeaux 1982!

petrusA safra de Bordeaux 1982 foi a que tornou Robert Parker o imperador do vinho. Todo o mundo do vinho estava ávido por uma safra do mesmo nível da de 1961. Havia 21 anos de frustração, e a toda colheita sonhava-se com a grande safra.
Os donos de Château anunciavam aos quatro ventos que era a melhor safra desde 1929, o próprio Parker estava desconfiado de tanto alarde, e só emitiu opinião ao beber os vinhos nas barricas em 1983. Ficou tão maravilhado com a qualidade que morreu de medo de voar da França aos EUA, com receio de o avião cair, e ele não poder publicar suas impressões sobre os vinhos degustados. Publicou elogios sublinhados, descreveu os vinhos como “profundos”, “opulentos”, “carnudos”, “picantes”, “maduros”, “ricos”, “viscosos”, seus comentários eram recheados de entusiasmo. Já os outros críticos americanos de destaque na época, Robert Finigan e Terry Robards, se não falavam mal da safra, também não se entusiasmavam com ela. O primeiro dizia que os vinhos eram muito extravagantes e sugeria a compra dos 1980 e 81 em vez dos 82. Robards disse que os 1970 eram uma escolha melhor.
Na verdade nem Finigan, nem Robards foram negativos em relação aos vinhos, só não foram suficientemente positivos como foi Parker. A crítica inglesa também era comedida em seus comentários. O mercado americano que já estava familiarizado com o periódico de Parker vibrou com a publicação da The Wine Advocate de abril de 83, com todas aquelas notas altas, e tratou de encomendar caixas e mais caixas de Bordeaux 82, fazendo uma grande publicidade em cima disso. A safra 82 ficou conhecida como “Bordeaux americano”, do tanto os EUA compraram.
Até hoje persiste a idéia de que Parker foi o primeiro a destacar a grandeza da safra 82, fato negado por ele mesmo, atribuindo esse mérito ao crítico francês Michel Bettane. Graças à posição assumida em relação à safra 82, Parker ascendeu e decretou o declínio de seus concorrentes.

Fonte: O Imperador do Vinho (Elin McCoy)

Foto: Eugênio Oliveira (Petrus 82, que Parker disse ter sido o vinho mais perfeito e simétrico que ele já provara, em 1983).     

Era dos Ventos surpreende em Paris!

Beber o dia como se fosse noite
Beber a lágrima como se fosse mar
Beber a luz como se fosse alma

Beber tua boca como se não fosse flor
Beber teus olhos como quem não toca as mãos
Beber teus sonhos como quem rouba a lua

Beber dos ventos, confundir o tempo,
Beber da Era a solitária valsa
Beber das terras, as chuvas, e os sóis, entorpecer

Morrer de vinhos, moinhos de mim…
(outrora vez)
Beber o fim.

Com esse poema do Luis Zanini (impresso no contra-rótulo da garrafa), começo a aventura de abrir uma garrafa, do tão aguardado por mim, Era dos Ventos Peverella 2008. Após tomar conhecimento do projeto no blog Enoteca do Bruno Agostini, fiquei sabendo que se tratava de uma nova vinícola em que os sócios eram o Pedro Hermeto do restaurante Aprazível-RJ, o Luis Zanini da Vallontano e o Álvaro Escher, enólogo do lendário Cave Ouvidor. Com a presença desse último no projeto, não havia como não me lembrar do seu vinho, ainda mais por se tratar da mesma uva, a rara Peverella. Uma uva branca, trazida para o Brasil por imigrantes italianos do Alto Adige e do Vêneto, no final do século XIX, e que na década de 40 foi a uva branca mais plantada na serra gaúcha.
Hoje essa uva praticamente não existe mais na Itália, e no Brasil está ameaçada de extinção, pois os viticultores arrancam suas plantações para plantar uvas comercialmente mais rentáveis. O Álvaro e o Luis, fãs dessa uva, convenceram viticultores a não arrancar videiras de 80 anos, e fizeram o vinho em questão.
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Encontrei o Luis em um evento que a Vallontano participava, e perguntei a ele sobre o projeto Era dos Ventos. Ele se assustou e perguntou como eu sabia disso. Disse que era fã do Cave Ouvidor e que estava muito interessado em conhecer o vinho. Criou-se uma empatia e ele me disse que eu seria o primeiro a conhecer o vinho, assim que estivesse disponível. Passados alguns meses, falo com o Luis e ele me diz que o vinho está disponível e que serei a primeira pessoa física a adquiri-lo.
Entrei em contato com o Pedro Hermeto no Rio, que me atendeu com muita cordialidade, e comprei  os vinhos.
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O vinho é feito todo em madeira, as cubas de fermentação são octogenárias de carvalho europeu. A fermentação ocorre 50% em barrica francesa e 50% em barrica americana, nenhuma delas nova. Não há filtração, estabilização, nem controle de temperatura. A busca desse vinho, é encontrar o gosto da terra em que essas uvas nasceram, respeitando ao máximo a natureza ao elaborá-lo. Tem muitos princípios biodinâmicos, muitos orgânicos, e muitos pessoais, do que eles acreditam ser o correto, com processos nada intervencionistas. Como me disse o Luis, é um vinho para as pessoas que querem se aprofundar na questão “vinho-terra”, não é um vinho para competição, degustação às cegas, etc…é para ser bebido de sandálias, na maior simplicidade possível, quase “franciscano”, em profunda sintonia com a natureza. Foram feitas aproximadamente 500 garrafas desse vinho dourado, complexo e aromático, e uma delas já cruzou fronteiras indo pousar em Paris. Levada por Jonathan Nossiter, a pedido do Luis, para apresentá-la a Jean Marc Roulot, do Domaine Guy Roulot, prestigiosa vinícola em Mersault na Borgonha. Roulot é casado com Alix de Montille, também enóloga e filha de Hubert de Montille (o senhor carequinha do cartaz de Mondovino), lenda de Volnay, também na Borgonha. O vinho foi aberto junto com um Fendant, suíço do Domaine de Beundon, um francês Juraçon de Yvonne Hégoburu e um Pouilly-Fuissé da Domaine Valette, todos brancos. O Era dos Ventos foi o primeiro a acabar, Roulot disse: “Isso é vinho de verdade, vinho de terroir, não parece com nada que eu tenha provado da América do Sul”. O vinho tinha conquistado o exigente paladar de Roulot. O Luis só errou ao colocar no contra-rótulo a frase: “Este vinho contém 11% de espírito”. Na verdade contém 111%. O Era dos Ventos soprou em Paris.

Lágrima Canela 2007

lgrima canela 2Walter Bressia já era um reconhecido enólogo Argentino quando no início de 2003 resolveu fundar, junto com sua esposa e filhos, sua própria vinícola, a Bodega Bressia. Batizou o vinho que produz de “vinho de família” em que utiliza o conceito minimalista para o desenvolvimento de todos os vinhos que produz, com o mínimo de intervenção humana apoiada por tecnologia apropriada.

A Bodega Bressia produz 08 vinhos, sendo 06 tintos (Ultima Hoja, Monteagrelo Malbec, C.S, Syrah, Bressia Profundo e Bressia Conjuro-o Top dos tintos) e dois brancos (Monteagrelo Chardonnay e Lágrima Canela), que ele chama de “vinhos para alma”. Os vinhos são maturados em barricas de carvalho francês e americano, permitindo um estilo equilibrado em concentração de madeira. A bodega produz também um espumante chamado Bressia Royale e uma Grappa chamada Bressia dal Cuore.

Tomei o Lágrima Canela 2007, que é uma mistura de Chardonnay com Semillòn, feito em Tupungato-lgrima canela 1Mendoza a uma altitude de 1.100 metros, fermentado e maturado em barricas novas de carvalho francês e americano durante 14 meses. Vinho de cor amarelo ouro, bastante fechado aromaticamente,
mas que na boca mostrava untuosidade, acidez, frescor e final longo, mas achei a madeira um pouco carregada. Talvez a guarda amenize essa aresta. O Lágrima Canela, safra 2006, foi eleito o melhor vinho branco argentino pelo Guia Descorchados 2009 e é um vinho difícil de encontrar até na Argentina. No Brasil há um importador lá no sul, quem quiser mais detalhes me mande um comentário que responderei prontamente.

The Cover Drive 2003

cover drive1Conheci esses dias o vinho australiano The Cover Drive produzido por Jim Barry em Clare Valley e Coonawarra. Na parte sul de Coonawarra havia o Penola Cricket Ground (um campo de cricket, aquele que parece jogo de betes) que foi inaugurado em 1950, e desativado em 1996. Jim Barry comprou a propriedade de 30 acres e plantou um vinhedo de cabernet sauvignon. O pitch, aquela superfície rígida no meio do campo, e o pavilhão original foram mantidos, com o vinhedo sendo plantado ao redor, preservando um pouco da história. Desse vinhedo vem parte das uvas que farão parte do vinho, o restante vem de parcelas selecionadas das plantações que a família Barry mantém em Clare Valley.

O rótulo do vinho retrata um senhor de bigode, com a vestimenta do jogo de cricket, em movimentocover drive2 de quem acabou de rebater uma bola, em referência ao campo de jogo que virou vinhedo.
O The Cover Drive 2003 é 100% cabernet sauvignon, com 15% de teor alcoólico, cor negra que mancha a taça, com aromas mentolados e um pouco adocicados. Encorpado, e de final longo. Um vinho bem estilo novo mundo que pode ser acompanhado de carne vermelha ou tomado sozinho devido à baixa acidez.

Pascal Jolivet Indigène Pouilly Fumé 2006

indigne 2A 200 km ao sul de Paris se encontra a região de Pouilly, na encosta direita do Loire. A proximidade com o rio favorece a existência do microclima onde a umidade desempenha um papel importante. A seleção das vinhas, de diversos solos formados na era do gelo, confere ao vinho um toque mineral.

Fermentado naturalmente em suas próprias leveduras, o vinho é amadurecido em suas borras por 12 meses antes de ser engarrafado, sem filtração nem refrigeração. É um vinho 100% sauvignon blanc, como todo pouilly-fumé, de cor amarelo esverdeado, aromas florais, médio corpo. Não é um vinho untuoso nem de final longo. Combina bem com entradas, pratos de mariscos, queijo de cabra curado e peixes cozidos.

Cave Ouvidor – Na Natureza Selvagem

Novamente pude tomar essa raridade de vinho (só 1.000 garrafas) feito em Garopaba-SC. O vinho no caso é o Cave Ouvidor Insólito 2005. Feito da uva Peverella, que também é conhecida como Malvasia di Vicenza, originária do Tirol na Austria, e que foi introduzida no Brasil em 1930. Uma uva rara hoje em dia no país, pois quase todos vinicultores arrancaram suas plantações para plantar uvas de maior apelo comercial.
praia do rosa 2009 010 mediumvitor escherpraia do rosa 2009 015 medium
O vinho foi feito pelos irmãos Alvaro e Vitor Escher em um sítio em Garopaba, em que não há energia elétrica até hoje. Eles compraram as uvas no Rio Grande do Sul e vinificaram em Garopaba. Não há vinhedos em Garopaba. A primeira vez que ouvi falar desse vinho foi em 2007, através do Ed Motta que teceu elogios de “melhor vinho branco da América do Sul” e “às cegas diria se tratar de um branco natural do Loire”. Ele disse, que quem o tinha apresentado esse vinho foi o Jonathan Nossiter. Mais tarde, lendo o livro Gosto e Poder, descobri que quem apresentou o vinho ao Jonathan foi o Luis Zanini da Vallontano, que considero o verdadeiro descobridor dessa pérola.
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Já tive vários contatos com o Vitor Escher para compra de seus vinhos, e no fim de 2009 meu amigo Ricardo Salmeron foi passar o reveillon na praia do Rosa, vizinha ao sítio. Liguei para o Vitor e pedi que recebesse meu amigo para compra de algumas garrafas. Acesso difícil, principalmente em dia de chuva, o sítio fica no alto de um morro, e só carro 4X4 consegue subir. Ao chegar, meu amigo se deparou com nosso Alex Supertramp (personagem do filme Na Natureza Selvagem) e suas centenas de livros espalhados pela casa. Um forasteiro do vinho. Passaram uma tarde tomando seus vinhos e ouvindo estórias de vida, meditação, religião, vinhos, alimentação e tudo mais. Percebe-se que o estilo de vida levado naquele sítio é repassado ao vinho (o Alvaro já não faz mais parte do projeto), totalmente fora do circuito econômico, complexo, difícil de agradar logo de primeira, que te faz prestar atenção e se perguntar se está gostando ou não. Um vinho totalmente na contramão do que é feito hoje em dia em matéria de brancos. Um líquido transgressor, que me faz recordar brancos do Jura, naturais do Loire, brancos oxidados do Veneto, e que para outros lembra um Jerez. Uma cor marrom castanha, oxidada propositalmente, que leva muita gente a crer que o vinho está ruim. No nariz, mel, resina, cera. Na boca pouquíssima acidez, levemente picante e grande untuosidade. Não é um vinho fácil de agradar, principalmente aos iniciantes em brancos. Contrário aos vinhos de hoje, sem nenhum apelo comercial, mas que talvez por tudo isso se torne o vinho maravilhoso que é. Segundo o Vitor, contradizendo tudo que foi noticiado, haverá sim uma nova safra do Cave Ouvidor. Vamos aguardar e torcer que aconteca o quanto antes.
Foto Vitor Escher: Eduardo P.L
Foto da  vista do sítio e  barricas: Ricardo Salmeron.

Quem gosta de Pinot Noir?

bichot 1Sempre tive a sensação de que em degustações com muitos rótulos, de diversos países e estilos, os tintos mais prejudicados sempre são os feitos de Pinot Noir. Esses vinhos por serem mais delicados, normalmente menos encorpados e mais ligeiros que os exemplares de outras castas, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Tannat, levam desvantagem na apreciação em feiras e degustações em que a miscelânia de rótulos prevalece.
Vinhos feitos somente de Pinot Noir, principalmente franceses (há vinhos de Pinot do novo mundo que mais parecem Cabernet), precisam de observação, atenção e até mesmo de uma concentração quase impossível de se obter nessas grandes feiras de vinhos. Os exemplares bastante frutados, com muita madeira, alto teor alcoólico, adocicados e bem encorpados roubam a atenção, e quando um pinot é levado à boca parece que foi diluído em água, dando uma sensação de um vinho inferior que não é.
Não estou dizendo que sou contra a presença desse tipo de vinho nas feiras, só acho que quem gosta de Pinot, deveria começar a provar os tintos por eles, só passar para outras castas quando tiver completamente saciado, e não retornar a eles durante o evento, pois corre o risco de se decepcionar com algo que já tenha gostado.
Digo isso pois foi o que ocorreu comigo ao provar 03 exemplares franceses de Pinot Noir em recentebichot 2 feira. Os vinhos eram o Château de Dracy 2007, Chassagne-Montrachet 2007 e o Pommard Clos des Ursulines 2006, todos de Albert Bichot, que faz vinhos de negociante e de produtor. Provei os vinho e os tinha achado interessantes, principalmente o Pommard. Depois de inúmeras provas de espanhóis, italianos, californianos, chilenos, argentinos… retornei ao estande dos pinot e me decepcionei com algo que tinha gostado. Acho que é por isso que muita gente aqui no Brasil diz não gostar de Pinot Noir, experimentam em condições adversas mas não percebem isso.
 

Top´s Chilenos para encerrar o ano!

tops chilenosEm um dos últimos encontros enológicos do ano, foram reunidos vários ícones do Chile. Vinhos que sempre tive vontade e/ou curiosidade de tomar, mas que sempre me faltava coragem de pagar o preço cobrado por eles. Os vinhos foram os seguintes (na ordem do serviço):

1- Le Dix de Los Vascos 2003 (Domaines Barons de Rothschild-Lafite), 100% C.S.
2- Viñedo Chadwick 2004, 100% C.S
3- Toknar 2006, 100% Petit Verdot (Viña Von Siebenthal)
4- Almaviva 2006, 63% C.S., 26% Carmenère, 9% C.Franc, 2% Merlot
5- Viña Maipo Syrah Limited Edition 2005 , 91% Syrah, 9% C.S.
6- Albis 2004, 75% C.S, 25% Carmenère (Viña Haras de Pirque)
7- Clos Apalta 2006 (Casa La Postole) 43% Carmenère, 30% Merlot, 21% C.S., 6% Petit Verdot
8- Manso de Velasco 2006 (Miguel Torres) 100% C.S.
9- Haras Elegance 2006 (Haras de Pirque) 100% C.S

Estávamos em 13 pessoas e deu para apreciar bem cada um dos vinhos tomados. O meu preferido foi o Viñedo Chadwick 2004, mas todos os outros eram de alta qualidade. Como maior surpresa destaco o Toknar 2006. Grandes vinhos para encerrar o ano. (A foto do Le Dix está separada pois esqueci de colocar a garrafa junto das outras). Boas Festas!

O vinho brasileiro que conquistou a Madonna!

madonnaRecentemente Madonna esteve no Brasil. O que pouca gente sabe é que ela se encantou por um vinho feito aqui no país. O relato a seguir foi reproduzido do programa Adega Musical, conduzido pelo grande Manoel Beato, sommelier do grupo Fasano, e que atendeu a cantora. 
Primeiramente ela desembarcou em São Paulo e passou uma tarde no hotel e restaurante Fasano, onde participou de um almoço. Beato foi incumbido de servi-la sendo a primeira pessoa a entrar na sala. Serviu-lhe água e propôs os drinks, enquanto ela pedia a carta de vinhos. Folheou-a e sugeriu, para a mesa de seis pessoas (02 brasileiros e 04 americanos), um vinho tinto brasileiro. Naquele momento os brasileiros da mesa disseram que os vinhos nacionais ainda não estavam à altura dos estrangeiros, e que valia a pena escolher um importado. Madonna escolheu, então, um vinho Malbec argentino do produtor Joffré, e perguntou se o vinho era bom. Beato respondeu que sim e foi buscar o vinho. Mas, quando estava voltando, a assessora dela disse que eles tinham mudado de ideia e que queriam um rosé, e pediram um rosado da melhor qualidade. O sommelier serviu um vinho da provance chamado “R” cru classé do vf rosDomaine de Rimauresq. Beberam o vinho, adoraram e pediram uma segunda garrafa. Foi quando Beato teve a ideia de servir um vinho rosado nacional, escolhendo o Villa Francioni rosé, da região de São Joaquim, Santa Catarina. Ele abriu o vinho, serviu o copo da Madonna e perguntou se ela tinha gostado. Ela sorriu e disse que tinha adorado, e que precisava comprar aquele vinho. Portanto, muitas vezes o preconceito em relação ao vinho nacional parte de nós mesmos. O VF rosé conquistou a Madonna.
Foto Madonna: UOL, VF: Divulgação