Eduardo Zenker e o Carménère Brasileiro

Eu havia servido esse vinho no estande do DCV durante a última Vinum Brasilis em agosto do ano passado. Como em feiras se provam inúmeras amostras, nem todo vinho recebe atenção merecida. Lembro bem que esse exemplar causou amor e ódio nos provadores. Alguns afirmavam que o vinho continha defeito enquanto outros juravam que o tal “defeito” era na verdade uma diferenciada qualidade.

Há muitos viticultores e enólogos que buscam em seus vinhos fugir da padronização, do lugar comum, da mesmice. Álvaro Escher, Marco Danielle, Luís Zanini, Jean Cara, Lizeti Vicari, Bettu, Rogério Gomes são alguns desses nomes. Junte a eles outro viticultor outsider chamado Eduardo Zenker de Garibaldi/RS. Ele não é apenas mais um produtor de vinhos, já postei sobre seu espumante Inusitado, totalmente na contramão do mercado, e agora volto a falar de seu vinho tinto que agora pude provar com calma e atenção.

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Benedito é um Carménère brasileiro safra 2011 com 12,8% de álcool e tiragem de 254 garrafas. Antes que perguntem, não tem traço algum de um Carménère chileno carregado de goiaba e menta. Esse Benedito tem a cor bem turva lembrando muito os vinhos naturais do Loire e até mesmo os Borgonhas do Pacalet. No nariz uma dose de pitanga e muita massa de tomate. Em boca apresenta uma acidez marcante e uma picância que parece que o mesmo ainda está fermentando. Para mim esses predicados inusitados tornam-se qualidade, pois aprecio exemplares fora do padrão comercial do mundo do vinho. Parabéns Zenker, continue nos surpreendendo.

Inusitado-Espumante Brasileiro de Garagem

O Brasil já produz certa quantidade de vinhos tranquilos de garagem como Era dos Ventos, Elephant Rouge, Quinta da Figueira e outros tantos, mas vinhos espumantes de garagem ainda não há notícia de muitos. O DCV está programando uma degustação exclusiva desses vinhos e para mostrar um deles, a postagem de hoje é sobre o ótimo Inusitado Nature 2011que foi apresentado pela primeira vez ao público na feira Vinum Brasilis 2012.

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Quem produz o Inusitado é o viticultor Eduardo Zenker em Garibaldi/RS. O espumante é feito de cinco castas tintas pelo método tradicional: malbec, pinot noir, cab.sauvignon, carmenere e cab.franc, mas é vinificado em branco, o que justifica o nome do vinho. O nome da vinícola é Arte da Vinha e se propõe a fazer vinificações artesanais de vinhos espumantes e tranqüilos. Zenker faz tudo, planta, colhe, vinifica, engarrafa, batiza e produz a comunicação visual dos vinhos.

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O Inusitado não é um espumante corriqueiro, agrada principalmente quem aprecia vinhos com evolução. Aromas de panificação, levedura, mel, caju e cajuína podem espantar os acostumados ao limão e maçã dos espumantes de maior frescor. A boca também difere com seu bem-vindo amargor final no lugar do doce enjoativo presente na maioria dos exemplares. Cor e corpo densos, atinge em cheio quem adora de vinhos fora do padrão. Sorte termos o Zenker e outros viticultores que inconformados não se acomodam com o que o mercado pede.

Vinho Brasileiro Casa Olivo S.Blanc

Sauvignon Blanc com 12,4% de álcool de videiras plantadas a 1.033 metros de altitude. Esse número dá nome ao vinho e é o terroir mais alto do Rio Grande do Sul em Monte Alegre dos Campos, Vacaria (Campos de Cima da Serra). A Casa Olivo trabalha com 06 cepas, c.sauvignon, merlot, chardonnay, viognier, s.blanc e pinto grigio e o enólogo é Jamur Mascarello. O primeiro vinho tinto, a ser lançado ainda esse ano, terá o intrigante nome Passo da Caveira. A vinícola fica em Antônio Prado/RS.

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O sauvignon blanc 2011 é bastante interessante, com uma cor mais amarelada que os tradicionais apresenta muita fruta madura como abacaxi e mais tarde um herbáceo característico da cepa. Boa acidez para um vinho de corpo médio. Essa é primeira safra desse vinho que promete.

Vertical de Sassicaia

O Sassicaia é um vinho italiano inovador. Durante vinte anos, o Marquês Mario Incisa della Rocheta, proprietário da Tenuta San Guido, produziu o vinho sem comercializá-lo.

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Originalmente era consumido por amigos e pela família, e às vezes vendido a particulares. Foi quando no fim dos anos 70 o filho do Marquês, Nicolò, conseguiu persuadir o pai a comercializá-lo com assessoria profissional dos primos Antinori. A Tenuta San Guido, hoje é propriedade do neto do Marquês, Piero Incisa Della Rocchetta que acumula a função de gerente de exportação. O vinho foi o primeiro italiano envelhecido em barricas e foi também o primeiro vinho italiano a receber máximo louvor no periódico do Robert Parker (safra 1985). Normalmente é composto de 85% cab.Sauvignon e 15% cab.franc.

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Pude participar de uma vertical desse vinho a convite do amigo Celso Jabour e seu filho Guto. Estavam presentes as safras 79,81,02 e duas garrafas do 08. As safras 79 e 81 ainda continham o dizer “Vino da Tavola” estampado no rótulo. Nessas duas primeiras safras os vinhos já estavam bem evoluídos, com cor atijolada e aromas terciários (de guarda) de frutos secos, fumo, couro, balsâmico. Na boca quase não havia mais taninos, facílimos de beber e até meio amedrontadores quanto a uma possível guarda. Estavam na hora de serem consumidos.

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Em seguida partimos para o 2002. Esse já apresentava um perfil bem distinto, com taninos presentes e macios, cor rubi brilhante, sem nenhuma turbidez e aquele nariz de terra molhada que todo Sassicaia no auge tem. Foi o meu preferido. Seguimos para as duas garrafas finais do 2008. Ainda longe do seu apogeu, tem a cor mais púrpura, aromas de pimenta verde, violeta e muito tanino (principalmente quando tomado ao lado dos mais antigos). Vinho para guardar. Os supertoscanos (o Sassicaia é um) não são vinhos que envelhecem tão bem, devem ser tomados até 10 anos da colheita e essa vertical corroborou esse pensamento.

Jean-Georges, O melhor de Nova York

Esse foi sem dúvida o melhor restaurante que já tive a oportunidade de ir. Estava com três amigos e tínhamos essa casa na lista de recomendações. Fizemos a reserva para o almoço e não nos foram dadas maiores recomendações, porém, após ter ido, lendo no site do restaurante, vejo que eles requerem uso de paletó para os homens, (gravata não é obrigatória) e não admitem jeans, tênis e camiseta. Hoje percebo que estávamos completamente em desacordo com as recomendações do site, mas isso não nos impediu de termos uma das melhores refeições de nossas vidas.

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Chegando ao restaurante dez minutos antes de nossa reserva, fomos acomodados no Nougatine que é o bar/restaurante do hotel que estava lotado; enquanto preparavam nossa mesa. Na hora da reserva é importante lembrar-se de não fazê-la para o Nougatine Jean-Georges e sim para o Jean-Georges que é o restaurante ao lado.
No almoço eles oferecem um menu preço – fixo em que você escolhe uma entrada e dois pratos principais. Apesar de eu ter escolhido o Sesame Crab Toast, Miso-mustard, Asian pear and Shiso (caranguejo tostado com gergelim, mostarda e pêra) a melhor delas é o Atum com abacate e gengibre (Yellowfin Tuna Ribbons, Avocado and Spicy Radish, Ginger Marinade), espetacular.

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Meu primeiro prato foi o pargo com crosta de nozes e sementes, molho doce/ azedo (Red Snapper Crusted with Nuts and Seeds, Sweet and Sour Jus) e o segundo um robalo negro com couve de Bruxelas assada e molho de maçã com especiarias (black sea bass, roasted brussels sprouts, spiced apples jus). Cozimento perfeito, textura, aromas e sabores inéditos que tornaram essa refeição inesquecível. Ah, não posso deixar de falar na temperatura dos pratos, quentes como devem ser, isso é básico, mas tem sido negligenciado na maioria dos restaurantes brasileiros. Comida morna é comida fria.

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O atendimento é excelente. O maitre falando e voz baixa descreve cada prato servido, o sommelier Charles Puglia tem ótimas indicações (peça a carta de vinhos avulsa). O almoço foi escoltado pelos vinhos Pinot Gris Ostertag da Alsácia e Auxey-Duresses 1cru 2009 do Domainte Roulot (este escolhido pelo Duda Zagari/Confraria Carioca, estava fantástico, se achar compre) e a sobremesa foi uma taça do Sauternes Ch. D´Yquem 1991. O restaurante tem três estrelas no Guia Michelin e quatro no New York Times.

Jean-Georges– 1 Central Park W New York, NY 10023 (212) 299-3900

Vinhos Chilenos Aristos

Muita gente compra, ou já comprou vinhos (eu me incluo nessa) baseado no fato de que o produtor do vinho que está sendo comprado é um renomado viticultor de jóias raras; principalmente no velho mundo. Quem nunca se coçou para comprar vinhos chilenos, argentinos, norte-americanos, australianos… Confiando no produtor europeu de renome? Antinori, Lafite, Mouton, Pavie, Sassicaia…

Na maioria das vezes tentamos nos enganar achando que vamos encontrar traços desses grandes vinhos nos exemplares feitos fora da região de origem. Não vamos, é a realidade. Não adianta o DRC adquirir terras no Chile, Argentina, Espanha, Nova Zelândia que ele não vai conseguir fazer um vinho semelhante ao que fazem na Borgonha.

Digo isso, pois a tentação do momento são os vinhos da vinícola chilena Aristos.  A família borgonhesa Domaine du Liger-Belair que faz vinhos estupendos como o La Romanée, adquiriu terras no Chile e em parceria com o especialista em terroir Pedro Parra e o enólogo François Massoc, estão fazendo dois tintos e um branco naquele país. As primeiras safras (o branco Duquesa D´A 2007 chardonnay, Baron D´A 2007 e o Duque D´A 2008) vieram dos vinhedos da vinícola Calyptra; apenas o Duquesa D´A 2008 Chardonnay é que veio de vinhedos próprios no vale de Bio-Bio.

Esperançoso pelo pedigree dos envolvidos adquiri os vinhos Duquesa D´A chardonnay 2008 e o tinto Baron D´A 2007. Total decepção. Antes que me perguntem se foi pelo preço, digo que não, pois se tivessem me agradado não me importaria, mas desagradaram.  O chardonnay Duquesa D´A 2008 é um vinho falso, cheio de maquiagem, com um excesso de 26 meses de carvalho francês NOVO. Toneladas de baunilha e côco são os aromas enjoativos que proliferam na taça. O vinho é untuoso demais, sem delicadeza, quase doce, já tomei inúmeros exemplares assim, como fui cair nessa?!!! Só salvou a cor.

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O tinto Baron D´A 2007 eu achei que seria melhor. Um corte de  C.sauvignon, Shiraz, Petit Syrah e Merlot prometia algo mais inusitado. Não sei qual a porcentagem das outras uvas, mas parecia puro C. Sauvignon chileno com todo seu mentolado, sua rusticidade e novamente a madeira em desequilíbrio (24 meses de madeira nova), tornando esse vinho sem nenhum diferencial.

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Fiquei sabendo que pretendem lançar um pinot noir. Pedro Parra disse não ter ocorrido ainda por não terem encontrado uma pinot a altura. Nesse eles não me pegam.

Os melhores vinhos do ano na revista Gosto

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A revista Gosto n.39 que acaba de chegar às bancas, traz o ranking Top 200 dos vinhos degustados durante o ano de 2012. Liderado por Guilherme Rodrigues e José Maria Santana o melhor branco importado foi o Silex 2008 de Didier Dagueneau (já postado no DCV- Clique aqui). Eleito melhor branco nacional o Era dos Ventos Peverella 2010 de Álvaro Escher, Luís Zanini e Pedro Hermeto (que aparece na foto segurando a garrafa). Para saber mais sobre os outros vinhos adquira a revista nas melhores bancas do país.

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Degustação Didier Dagueneau na Revista Gosto!

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Provar um vinho de  Didier Dagueneau é um privilégio para qualquer apreciador de coisas únicas, mas provar toda sua linha com bônus de um  Astéroide  é um evento. Foi isso que ocorreu em São Paulo, na degustação da  revista Gosto, capitaneada pelo grande conhecedor  Guilherme Rodrigues. Um convite dele não se recusa. Estiveram presentes também,  J.A. Dias Lopes,  José Luiz Pagliari,  Alexandre Rodriguese  Jo Mendes. Essa degustação histórica ocorreu no restaurante North Grill onde Saul Galvão fazia todas suas degustações para o  Estadão. A degustação está relatada na Gosto (edição de Natal, acima) que acaba de chegar às bancas por Guilherme Rodrigues. Abaixo as minhas impressões.

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Começamos com um  Blanc Fumé de Pouilly 2008. Esse vinho é um apanhado geral dos vinhedos dos Dagueneau. Uvas de várias parcelas, inclusive as não aproveitadas no Silex, entram na composição deste que é o vinho de entrada da vinícola. De cara ele impressiona pelos aromas e acidez, aliás, características marcantes dos vinhos Dagueneau são acidez e mineralidade; é uma coerência encontrada em todos seus vinhos. Cor bem clara e final longo, um vinho convidativo que se bebe sem esforço e logo se recarrega a taça.  Essa garrafa só irá ser desbancada se houver outro vinho do mesmo produtor na degustação (o que ocorreu). Caso contrário pode comprar e ser feliz, até porque é o mais acessível.

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Na sequência um  Pur Sang 2008. Aromas terrosos, inéditos em vinhos brancos para mim, surgiram na taça tornando-o um dos prediletos da noite. Esse que sempre foi um dos meus preferidos, continua em forma.

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A seguir, apreciamos o  Sancerrele Mont Damné 2008(quarta safra desse vinho). Trazido pela primeira vez ao Brasil, quantidades ínfimas (0,5 hectare), é o vinho mais “gordo” de seu portfólio, mas sem deixar o binômio acidez/ mineralidade. Veja o post específico desse vinhoaqui.

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Silex 2008. Dos vinhos “encontráveis” esse é o mais famoso. Novamente cor bem clara, muita pedra de isqueiro, pedra molhada, flores brancas e cítrico. Sauvignon Blanc ácido e mineral, parceiro perfeito para um queijo de cabra.

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Buisson Renard 2007. Foi o único que não era da safra 08. Também puxado para untuosidade, dentro do portfólio Dagueneau é o que mais se aproxima do le Mont Damné nesse quesito. Aromas de manteiga com limão e cor um pouquinho mais esverdeada que os outros.

Finalizando os vinhos tranqüilos, a cereja do bolo,  Astéroide 2008, que receberá postagem exclusiva. Clique aqui para ler.

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Arrematando, outra preciosidade que chega pela primeira vez ao país.  Jurançon les Jardins de Babylone 2008. Vinho de sobremesa com 10,5% de álcool, o que deve ter dado trabalho em obter a AOC Jurançon (subversão que Didier aprovaria plenamente), acidez perfeita que não o deixa enjoativo e permite ser tomado com pratos principais e não apenas acompanhando sobremesa. Untuosidade e acidez permeiam esse exemplar que é o único a não usar Sauvignon Blanc, ele é feito da  PetitManseng em parceria com Guy Pautrat.

Como muitos sabem, após o falecimento de Didier Dagueneau quem assumiu a enologia foi seu filho Louis-Benjamin Dagueneau. O mundo do vinho certamente ficou desconfiado com o rumo que tomariam os vinhos. Benjamin não estava em uma posição fácil, acabara de perder o pai e havia a expectativa natural em torno dos novos produtos. No entanto, ele superou a pressão de substituir uma personalidade lendária no mundo do vinho que foi Didier. Com reflexão, inteligência e extremo cuidado ele tem mostrado que os saudosos não têm com o que se preocupar. Vinhos perfumados, complexos, de baixo álcool, silenciosos, atraentes e harmônicos continuam a ser feitos por esse novo talento chamado Benjamin.

Entrevista com João Paulo – Sommelier do ´GERO Brasília

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1- Você é de São Paulo, conte-nos como veio parar em Brasília e o que está achando da cidade?

Vim para Brasília após receber uma proposta do Célio para inaugurar o Gero. Já havia trabalhado no grupo Fasano,  no restaurante Parigi e feito alguns freelancer no Restaurante Fasano. Como sempre gostei do grupo aceitei o convite para voltar. A cidade de Brasília no começo foi um pouco difícil para me adaptar, porém hoje em dia gosto muito, principalmente da qualidade de vida que a cidade tem a oferecer. Brasília tem tudo para se tornar um forte polo gastronômico no Brasil.

2- Em SP há mais degustações que em qualquer outra local do país, como tem feito para se manter atualizado aqui na cidade?

A cidade de Brasília ainda perde para a de São Paulo no quesito feiras e degustações de vinhos. Acho que as importadoras deveriam trazer mais produtores e realizar mais eventos na cidade. O consumo de vinhos em Brasília é um dos maiores do Brasil por isso creio que o público mereça uma atenção maior da importadoras. Sempre me atualizo com as degustações oferecidas pelas importadoras que possuem rótulos que trabalhamos na carta do Gero. Também tento conhecer vinhos diferenciados levados por clientes ao Gero.

3- Trabalhar no Grupo Fasano implica provar muita coisa boa trazida por clientes, o que mais te marcou até agora nesse período de ´GERO?

Alguns clientes trazem vinhos especiais mediante uma taxa de rolha. Existem rótulos preciosos em que fico grato em fazer o serviço. O vinho que mais me marcou foi um Haut-Brion 1982. Particularmente é o que mais admiro dentre os 1er Grand Cru Classe de Bordeaux. O vinho estava no auge, com aromas de couro, curral, fruta em compota, trazendo toda a complexidade e elegância da  sub-região de Pessac-Leognan.

4- Você tem o costume de ler livros sobre vinho? Indique um que você leu recentemente.

No momento estou relendo um dos meus livros de cabeceira chamado ” O Gosto do Vinho” , escrito por Émile Peynaud e Jacques Blouin. Um livro complexo que mostra a diversidade de palavras que podemos usar para descrever um vinho, o processo de fabricação e a parte de enogastronomia.

5- Sabemos que vinho é diversidade, mas indique um único rótulo da carta do ´GERO que seja o seu favorito.

Admiro os vinhos biodinâmicos, em especial gosto de um tinto francês chamado Cheverny Rouillon, safra 2009, do produtor Clos du Toue Bouef. Um vinho de corte Pinot Noir e Gamay da região de Cheverny localizada no Vale do Loire. Leve, muito equilibrado e com constante evolução na taça. Evolui para uma gama de aromas de fruta escura, bala toffe, chocolate, alcaçuz… É um vinho de indicação por ser bem diferente de grande parte dos vinhos que temos na carta.

6- Fiquei feliz em ver a casa cheia, você acha que já podemos dizer que o público de Brasília adotou o´GERO?

O Gero tem um pouco mais de 2 anos na cidade de Brasília e posso dizer que ele já pertence a cultura do brasiliense. Temos trabalhado todos os dias para que o Gero se mantenha dentro dos padrões de qualidade das casas do Grupo Fasano e que continue sendo considerado por nossos clientes o melhor restaurante da cidade.

 

 

Flatiron- A melhor loja de vinhos de Nova York

Muita gente já sabe que os EUA são um paraíso para se comprar vinhos. Seu incentivo tributário facilita a importação e faz com que encontremos vinhos do mundo todo a preços mais baratos que nos países de origem. Não bastando, eles também são ótimos produtores dessa bebida que tanto gostamos. Verdade que seus vinhos não são baratos, principalmente etiquetas badaladas como Opus One, Screaming Eagle, Insignia, Caymus, Araujo ou Sine Qua Non. Por outro lado, esses vinhos que citei não me encantam (ainda bem). São exemplares exagerados na extração, madeira, álcool e doçura; tudo que procuro evitar quando compro vinhos. Com o valor de uma garrafa dessas compro 05 das que me fazem meditar. Quais são elas? Para ficar nos americanos Eyrie Vineyards, Arnot-Roberts, Beaux-Fréres, Channing Daughters Orange Wine, Williams Selyem, To Kalon I Block Fumé Blanc, Evening Land, Wind Gap. Ah, você é daqueles que não sobrevivem sem um Borgonha (eu entendo e compactuo) então está no lugar certo, Fourrier, Lafarge, Forey…

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Estive em NY e fiz uma peregrinação por lojas de vinho daquela cidade. Para facilitar a vida do internauta posso afirmar que a melhor loja da Big Apple chama-se Flatiron (www.flatiron-wines.com) que fica na 929 Broadway, New York, NY 10010. Todos os vinhos que citei nesse post não possuem importador no Brasil, alguns são difíceis de encontrar (mesmo nos EUA) e essa fantástica loja os têm. Se você gosta de Bordeaux, Loire, Jura, Austria, Eslovênia, Itália… É lá que você tem que ir. Procure pelo Jeff Patten, ele te dará toda atenção necessária. Se ele não estiver tente Josh, Dan, a Lacey ou quem estiver por lá. Atendimento motivado, comprometido e com conhecimento. A Flatiron inaugurou em maio de 2012 e quem a montou sabia o que estava fazendo. Imperdível.