A sommelière Alessandra Rodrigues, que já foi entrevistada aqui no DCV, esteve na Itália participando da Vinitaly, e nos traz suas impressões em uma postagem dividida em partes (primeira parte):
“Apesar da demora, finalmente consegui escrever algumas coisas sobre a minha viagem para Itália e para França no mês de abril. Como vocês já devem ter imaginado, fui para Verona, para o Vinitaly, um dos maiores eventos (feiras) sobre vinhos, com produtores de todas as regiões da Itália expondo seus vinhos, além de outros, de várias partes do mundo. Ali ocorrem degustações, harmonizações, várias palestras e infelizmente é impossível participar de tudo (4.213 expositores esse ano)!!
No primeiro dia da feira, fui gentilmente convidada pelo sr. Giovanni Busi pra degustar os seus excelentes vinhos. Ele é proprietário da Villa Travignoli, uma casa vinícola com 70ha de vinhedos, com altitude entre 250m – 400m, localizada em Pelago (perto de Firenze). Lá são cultivadas uvas autóctonas como Sangiovese, além das já conhecidas uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay. O Chianti Rufina DOGC é de ótima qualidade, assim como o Chianti Rufina DOCG Riserva. Pude experimentar todos os vinhos produzidos por ele, até chegar ao Vin Santo (70% Malvasia e 30% Trebbiano) – todos realmente de qualidade muito boa!!
Em seguida fui convidada pelo meu querido amigo jornalista Maurizio Gily para uma degustação promovida pelo Consorzio Tutela del Pecorino di Farindola e pela Cantina Frentana – da região de Abbruzzo – e pude provar produtos típicos dessa região, de excelente qualidade! Infelizmente essa região é pouco conhecida no Brasil, mas é surpreendente. Foram servidos:
Mortadella di Campotosto
Queijo Pecorino di Farindola – fresco
Queijo Pecorino Canestrato di Castel del Monte – 1 anno de maturação ou cura, como dizemos no Brasil
Lentilhas de Santo Stefano – lentilhas bem pequenas e extremamente saborosas.
Com todas essas iguarias, foram servidos: o espumante Cococciola, produzido com o método Charmat e com um bouquet extremamente floreal, que me lembrava muito o jambo amarelo (alguém se lembra dessa fruta?). Logo depois foi servido um vinho feito com a uva autóctona Pecorino (mesmo nome do queijo), também com notas florais (abacaxi principalmente) e notas minerais. Um vinho surpreendente! Depois sim, provei o nosso já conhecido Montepulicano D’Abruzzo de 2006!”
Alessandra Rodrigues.