Redoma tinto 1995

Tenho uns vinhos tão bem guardados em casa, que às vezes esqueço que eles existem. Esse Redoma tinto 1995 era um desses. Um vinho feito por Dirk Niepoort no Douro, com as castas Tinta Amarela, Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinto Cão. A casa Niepoort também é muito famosa pelos vinhos do Porto que produz.

O primeiro Redoma foi produzido em 1991 e a safra 1995 é a terceira de sua existência, sendo precedida pela 1994. Quando redescobri esse vinho em minha adega, tratei de arrumar um pretexto para abri-lo, já com medo de estar estragado.

redoma1redoma3redoma2

Hoje em dia, todo mundo que quer fugir da receita de vinhos pesados, alcoólicos, super encorpados e com excesso de madeira, tem como opção um vinho português. Eles têm uma infinidade de uvas autóctones, que dão origem aos mais diferentes estilos de vinhos. Concordo com tudo isso e acrescento que um vinho português envelhecido, gera um estilo bem peculiar, difícil de ser encontrado. Esse Redoma estava assim, com a cor rubi, atijolado, com aromas de iodo, merthiolate, húmus, couro e mantendo um traço de acidez. Com certeza não agradaria um iniciante ou quem prefere vinhos jovens, mas me agradou em cheio. Vou até ver se não tenho outra garrafa esquecida.

Icewine, uma grata surpresa!

icewine1Eu nunca tinha tomado um Icewine, aquele vinho de sobremesa, feito a partir de uvas congeladas pela natureza. Confesso que tenho pouquíssima experiência com vinhos de sobremesa, quase não os compro. Quando meu amigo Edinho sugeriu abrir uma garrafa dessas ao fim de uma degustação, não me entusiasmei muito, mas aceitei a oferta. Benditaicewine2 hora que provei esse néctar, nunca imaginei que iria me empolgar tanto com um vinho de sobremesa. Um Icewine canadense, feito da uva Vidal, extremamente cativante. Apesar de doce, não era enjoativo, tinha um contraste de doce/azedo, um tamarindo, e continha inúmeras camadas de aromas como doce cristalizado de caju, doce de banana, doce de jaca… O vinho termina com aquela sensação de quero mais. O vinho se chamava The Lost Bars 2006, e a partir de agora vou prestar muita atenção nesses Icewines.

Bressia Profundo, um argentino diferente

bressia1Profundo. Não poderia haver nome melhor para definir esse vinho de Walter Bressia, feito em Luján de Cuyo, Mendoza. Ele faz parte dos assemblages que estão sendo feitos atualmente na Argentina, com outra proposta de estilo. Fugindo daqueles adocicados excessivos, corpo mastigável e madeira exagerada, esse vinho prima pela elegância. Não vá tomá-lo achando que é um francês, não é isso. É um vinho Argentino, novo mundo, mas de extremo bom senso, sem os exageros comuns dos vinhos sul-americanos.bressia2

Tomei o Bressia Profundo 2005, essa é a safra corrente desse vinho, e acho que ele envelhecido deve ser bem diferente, mais prazeroso ainda. Nessa safra o blend é de 50% malbec, 30% c.sauvignon, 10% merlot e 10% syrah. Nas palavras de Walter Bressia, Profundo significa paixão (malbec), alma (merlot), vigor (C.S) e perseverança (syrah), e foi isso que ele buscou em cada uma dessas cepas para fazer esse vinho. Foram produzidas apenas 8.000 garrafas numeradas dessa safra. Clique aqui para ver a postagem sobre o Lágrima Canela 2007, vinho branco de Walter Bressia.

III Vinum Brasilis consolida a maior Vitrine do vinho nacional

logoiiivbA terceira edição do VINUM BRASILIS quebra seu próprio recorde e consolida-se definitivamente como a maior vitrine do vinho nacional, longe da Serra Gaúcha. Isto é o que foi visto, provado e atestado pelas quase uma centena de profissionais do ramo e 610 almas privilegiadas que compareceram ao esplêndido Salão de festas do Clube Assefe, em Brasília-DF. Idealizado há seis anos pela Confraria Amicus Vinum, os Encontros de vinho ganham força com a incansável perseverança do confrade Petrus Elesbão. O evento desta 5a.feira (26) inicia – queremos crer – um ciclo sem volta para maior vitrine nacional do vinho brasileiro. Vejam mais imagens que não deixam dúvidas e que definem a pujança da cultura do vinho na Capital brasileira onde junta: perseverança, crença, força de trabalho, qualidade e mais que nunca, um benchmark referencial a outros eventos. Resta-nos, então, deixar os parabéns a todas as vinícolas que acreditaram e expuseram o que o Brasil produz de melhor, além dos valorosos amigos, parceiros, apoiadores e patrocinadores. Valeu, galera. E que venha o IV VB 2011 !!!

3vb-13vb-33vb-2
Às 17:00 entram os 80 profissionais, restauranters, sommeliers e jornalistas. Até o DCV apoiou!
3vb-53vb-6
3vb-73vb-83vb-9
…depois a coisa “BOMBOU”: um público de 530 convidados lotou o Salão, a partir das 19 h.

O sucesso do Vinum Brasilis 2010

O III Vinum Brasilis (26/08/10) mais uma vez superou as expectativas. Em novo local para acomodar um maior número de participantes, a feira anual de vinhos brasileiros aterrisou no novíssimo salão de festas do clube da Assef. Um ambiente de extremo bom gosto, com ar-condicionado e pé direito bem alto, propiciando conforto e bem estar aos 600 enófilos.

O encontro, na verdade, começou às 13:00 do dia do evento, quando recebemos  Oscar Daudt (Enoeventos-RJ), Didu Russo (Blog do Didu-SP) e Eugênio Echeverria (Ministrador dos Cursos da WSET no Brasil) para um almoço no restaurante Dom Francisco 402 do meu amigo Edinho. Nesse almoço pudemos degustar algumas raridades brasileiras como o Aurora Millésime C.S. 1999 e Maximo Boschi Merlot 2000.

vinum1vinum2vinum3

Fotos esq.p/dir.Foto 1: Oscar Daudt, Eugênio Oliveira, Antônio Coelho, Didú Russo, Eugênio Echeverria e Gustavo (Pão de Açúcar). Foto 2: Vinhos do almoço. Foto 3: Petrus e Didú Russo

Mais tarde, já no encontro, pude atestar a qualidade de vários rótulos brasileiros que se diferenciaram:

Elos Touriga Nacional-Lídio Carraro, Cave Geisse Brut Rosé, Luiz Argenta Chardonnay, Arinarnoa e Gewurztraminer Casa Valduga, Rio Sol Winemaker´s Touriga Nacional, Taipá Rosé Pericó, Cordilheira de Santana Gewurztraminer e Chardonnay , Pizzato Chardonnay e DNA 99, Salton Virtude 09 com bem menos madeira, Dal Pizzol Touriga Nacional e vários outros. Alguns produtores também marcaram presença, como Jane Pizzato (Pizzato), Juliano Carraro (Lídio Carraro), Rosana Wagner (Cordilheira de Santana) e Daniel Geisse (Cave Geisse), além dos já citados que enalteceram o evento.

vinum5vinum6vinum4

Fotos esq.p/dir.Foto 1: Participantes do evento. Foto 2: Oscar Daudt e Eugênio Oliveira. Foto 3: Salão movimentado.

Não poderia deixar de comentar o sistema de Van para levar os convidados em casa. Eram 10 Vans à disposição dos participantes, que puderam degustar os vinhos sem se preocupar em voltar dirigindo para casa. Havia um acordo, de que não se esperaria mais de 20 minutos por um deslocamento. Presenciei uma Van, levando apenas 01(uma) pessoa para casa, o que mostra total respeito ao convidado. Essa regalia fazia parte do ingresso.

vinum7vinum9vinum8

Foto 1: Oscar Daudt, Didú Russo, Eugênio Echeverria. Foto 2: Jane Pizzato servindo Renato Tosta, Foto 3: Oscar Daudt, Didú Russo, Eugênio Oliveira.

Esse evento só foi possível devido à determinção e garra do amigo Petrus Elesbão, que mesmo com problemas particulares, conseguiu reunir essa quantidade de vinícolas e público interessado. Ano que vem a festa se repetirá, provavelmente em lugar maior, mas com o mesmo sucesso.

Bacalhau com sabor caseiro? Existe!

bacabottargaRetornei ao Bottarga Ristorante – um misto de culinária franco-italiana – com uma dica de um colega sobre um tal de bacalhau, eleito não sei por onde e nem sei a fonte, o Melhor bacalhau do DF. Pela minha eterna curiosidade e “garimpagem” fui provar o bendito prato. Para grata surpresa de todos a iguaria superou expectativas. Um sabor bem caseiro, artesanal, com verdurinhas, boa cocção, 3 a 4 grandes postas servidas sem dó. Vejam a receita oficial: bacalhau assado no azeite de vitela acompanhado por batatas assadas, tomate, cebola roxa e azeitonas. INIGUALÁVEL !! Elegi o meu bacalhau preferido.
stump
Um comentário que não podia deixar escapar: o Brasil é maior consumidor de bacalhau do planeta, e apesar disso Brasília conta com apenas três boas casas… é pouco mas são perfeitas: restaurante Sagres (uma dúzia de pratos), a rede Dom Francisco (dois pratos) e Bottarga (com “o” prato)!

Para acompanhar provamos o vinho The Stump 2006, australiano, muito bom! “Stump Jump” é o nome de uma técnica inovadora australiana, um arado especial que expõe as raízes e poupa tempo e esforço ao agricultor. O vinho é uma mistura de uvas brancas que variam de acordo com a colheita, embora tradicionalmente se utilizem Riesling, Sauvignon Blanc e Marsanne. Sem passagem por carvalho, é um vinho fresco com aromas agradavelmente herbáceos. Uma citricidade ótima que combinou com o bacalhau, pois como disse, o mesmo era bem leve devido as postas maravilhosamente frescas. Esta ampola que provei tinha o corte com 63% Riesling, 20% Sauvignon Blanc, 10% Marsanne, 7% Roussanne.

III Vinum Brasilis, amanhã começa.

vinum brasilisAmanhã é o grande dia, os ingressos se esgotaram e agora é só contar as horas. A novidade é a inclusão da vinícola Pizzato entre os participantes. Ela que acaba de participar do evento anual promovido pelo jornal Estado de São Paulo, chamado Paladar, em que foi apresentada uma vertical de merlot, desde a primeira safra 1999 até a 2005. Foi também apresentado o lançamento do vinho DNA 99.

Von Siebenthal em Brasília

toknar

Vai acontecer no Dom Francisco do Park Shopping, dia 25/08, o jantar harmonizado da vinícola chilena Von Siebenthal, com a presença de seu proprietário e enólogo. Seus distintos vinhos são comercializados em Brasília na Adega do Vinho (tel.3233-0006). Clique na imagem para detalhes.

ALICE e um Malbec francês

cahorsVoltar a provar das caçarolas da chef Alice é sempre um prazer e uma deliciosa experiência! Uma quiche de mestre, super saborosa e levíssima, com carne bourguignonne – carne cozida em vinho tinto, pequenas cebolas e batata assada com manteiga de ervas. Por fim, sobremesa de quindim; combinou perfeitamente com o menu do festival Brasília Restaurant Week 2010, que ocorreu no final de julho; e tem a proposta de levar, duas vezes ao ano, que dezenas de restaurantes ofereçam uma refeição completa ao començal, com entrada, prato principal e sobremesa, a preços “módicos”. DEZ! O Alice Brasserie fica na QI 17, Ed.Fashion Park, Lago Sul. Reservas fone: 3248-7743.

Para acompanhar o jantar levei um vinho de Cahors, o Prieuré de Cénac, Cahors – Ch.Saint Didier Parnac 2005. Notas de couro e especiarias, com aroma alcóolico, mas que na boca desaparece e dá lugar a um bem estruturado e elegante exemplar francês, de alto nível. Excelentes taninos, que criam uma ótima companhia à comida. Harmonia e austeridade são marcantes. Nada agressivo em comparação com maioria dos malbec de nossos hermanos argentinos. Um autêntico malbec, da pátria mãe da casta. 90 pts, sem titubear! A partir dos anos 1990 as apelações do sudoeste da França voltaram a produzir os vinhos conforme a tradição (com mínimo de 80% malbec em cortes), mas aplicando conceitos contemporâneos, resultando em vinhos bem modernos. O famoso guia de vinhos franceses Bettane & Desseauve caracteriza os novos tempos dos Malbec de Cahors como: vigorosos e elegantes. Foi esta exatamente a percepção que tive ao provar esta ampola. Quem já tomou outros malbecs franceses dê seu depoimento. O que achou?

Um Borgonha “de entrada” Leroy

leroy1Marcelle Bize-Leroy cresceu vendo seu pai Henri Leroy, selecionando vinhos como negociante, para então revendê-los com seu nome. Ter crescido provando vinhos das inúmeras denominações da Borgonha deu a Marcelle um olfato apuradíssimo e um conhecimento ímpar da região. Conhecida como Mme. Lalou Bize-Leroy, ela já foi co-gerente do Domaine de la Romanée-Conti, e sua família tem uma desavença jurídica sobre a propriedade desse Domaine.leroy2

O vinho tomado foi um Borgonha “básico”, branco, 1997, da Maison Leroy, que é o segmento negociante dela, aonde seleciona os melhores produtores e experimenta anualmente sua produção. Os vinhos que ela julga estarem à altura de receber o nome Leroy são comprados e armazenados, até que ela os considere prontos para irem ao mercado. Apesar de ter 13 anos de vida, o vinho tinha uma vitalidade que muitas vezes não é percebida em vinhos mais novos. Uma cor dourada linda, untuosidade e frescor que poucas vezes são encontradas juntas.