La Bodega del Pintor, uma vinoteca diferente em Buenos Aires

Eis uma dica de compras de vinhos em Buenos Aires: La Bodega del Pintor. Uma enoteca que vende vinhos diferenciados, de autor, vários de butique, e que fogem dos padrões comuns dos vinhos argentinos. Um dos proprietários é o artista plástico Julián Bernateneum homem de visão e excepcional conhecimento de vinhos do País. Excelente local para escolher vinhos realmente de qualidade e não mercadológicos. Lá, inclusive, são lançados alguns dos melhores achados, em degustações disputadas e aclamadas.

Abaixo, temos os vinhos escolhidos na loja, exceto os dois últimos, que adquiri em Colonia del Sacramento, no Uruguai, que também são Tannats raros só encontrados naquela região. A embalagem foi feita manualmente, pelo próprio artista plástico, que é pintor e escultor. Em breve oportunidade apresentarei a vocês as impressões de degustação destas ampolas. Por enquanto encontram-se sob “custódia” [risos]. Na sequência das fotos, temos: Yacochuya Malbec Top da vinícola (feita por M.Rolland); San Pedro de Yacochuya Blend (mesma bodega); Piedra Parada (de Chubut); El Peral Malbec; Lunta Malbec (Roberto La Mota, um dos mais respeitados enólogos argentinos); Malamado (considerado melhor combinação p/ chocolate que provei); Faldeo del Epuyén Chardonnay-Riesling (também de Chubut – tido como o vinho mais Austral do planeta); e Coquena Rosé.


Nesta pequena casa ouvi um comentário que comungo como verdadeiro e serve de lição para muitos vinicultores brasileiros. Disse Julián: “-Tenho na loja grandes vinhos produzidos artesanalmente mas de forma profissional. Nada feito como amadores – no sentido pejorativo da palavra, se vocês me entendem. Pelo contrário, vinhos criados por quem conhece e entende muito do assunto.” Sabedoria pura, que concordo plenamente. Parece que ele leu meus pensamentos. Como encontrei este endereço escondido no meio da cidade? Grande indicação da sommelière Gabriela Lafuente, do restaurante El Baqueano, já comentado aqui no DCV.

Serviço: La Bodega del Pintor – San Telmo, Carlos Calvo #420 – (5411) 4362-5186 – B.Aires.

El Baqueano, o grau máximo da gastronomia Argentina

Uma festa de sabores e sentidos foi o resultado de nossa experiência na última passagem pela capital portenha. Já não fosse a alta gastronomia praticada na cidade de Buenos Aires, descobrimos o seu mais elevado nível de culinária, executada no limite da perfeição.
Este restaurante pratica uma gastronomia de autor com pratos portenhos sobre técnicas culinárias contemporâneas, usando sempre carnes autóctones e, às vezes, exóticas para alguns. O grau de qualidade impressiona tanto nos preparos quanto na apresentação. O Menu é no estilo degustação, servido em sete etapas.

Funciona assim, o comensal encontra a sua disposição um cardápio fixo (o El Baqueano só trabalha com reservas), que pode ser harmonizado com vinhos, ou não. Ele muda conforme escolha do Chef-Proprietário Fernando Rivarola, que geralmente ocorre a cada mês, ou depende das estações, do fornecimento das carnes e dos insumos disponíveis. O Chef Rivarola aplica técnicas da cozinha molecular e das desconstruções vanguardistas, para transformar em nobre delicadeza os pratos rústicos do interior da Argentina, resultando em prazer e sabor inimagináveis!

A harmonização com vinhos é um dos pontos fortes do Menu – e não podia ser diferente, não é mesmo, devido ao tradicional conhecimento e consumo de vinhos de nossos hermanos [risos]. A carta e harmonizações são de responsabilidade da simpática e competente sommelière Gabriela Lafuente, que testa inicialmente uma dúzia de ampolas com cada prato criado pelo Chef da cozinha. Só então, aprovados, eles tornam-se parte do Menu da vez (ver fotos dos vinhos). Nossa colega Gabriela orgulha-se inclusive de rotineiramente fazer estágios na adega do restaurante D.O.M., em São Paulo. Por curiosidade e brincadeira, questionada sobre o porquê do Brasil, ela respondeu enfática: “-Aqui [na Argentina] temos muita teoria e ciência enológica mas pouco conhecimento diversificado de vinhos como no Brasil. Por isso mantemos este intercâmbio com o DOM (de Alex Atala), e também por ser parceiro de eventos do Chef do El Baqueano.”. Vivendo e aprendendo, hein!

Voltando às delícias que aportaram em nossa mesa de jantar, vou explanar sucintamente a vocês o elaborado cardápio. Foi um menu de sete etapas (fotos na sequência): 1. Consumê divino com Quarteto de texturas de batatas; 2. Salada escabeche com paleta de Vizcacha (um roedor da Patagonia); 3. Coxinha de Jacaré; 4. Versão pessoal da Moussaka com coelho selvagem e batatas crocantes; 5. Javali com arroz dos andes e ovos pouchê; 6. Peras em 5 texturas com chocolate e sorbê de pinacolata; e 7. Creme de queijos com duo de castanhas e sorbê de torrontés.
 

     
Localizado no boêmio bairro de San Telmo, escondido do jeito que hoje está, tenho para mim como o melhor restaurante da Argentina. Mil vivas à minha esposa Márcia que desta feita o garimpou para nossotros, héhé! Não percam a chance de visitá-lo na primeira oportunidade.

Era dos Ventos MERLOT: entre os melhores vinhos tintos brasileiros ?!

Esta foi a pergunta que fiz ao Zanini e Álvaro, ambos criadores deste espetacular vinho nacional!

Para minha felicidade, o Vinum Brasilis 2012 trouxe outra enorme surpresa – e que sorte a nossa que foi apresentada ao público no movimentado estande do DCV; bombou de tantos curiosos participantes. Os produtores poetas dos vinhos Era dos Ventos, desconhecidos do grande público, apresentaram pela primeira vez sua produção do vinho tinto, que para mim configurou-se no melhor tinto brasileiro que já provei. Como já confessei aos internautas em postagens anteriores, tenho em meus registros mais de 170 rótulos nacionais analisados individualmente (um ranking pra lá de respeitável [risos]), todos publicados na página “Avaliações-DCV“.
 
Era dos Ventos MERLOT 2007 – esta magnífica ampola tem de tudo para se tornar um grande vinho. Aromas intrigantes de terra e frutas maduras; selvagem. Taninos presentes que não prejudicam o todo mas lhe dão a dureza para ampla longevidade. Cor rubi-violáceo, mostrando qualidade de vinho novo apesar de seus cinco anos. Personalíssimo e com tipicidade à flor-da-pele, é daqueles produtos de terroir flagrante, algo que experimentei em poucos, como no Bettú Cabernet Sauvignon, no Merlot Terroir Miolo e no Lídio Carraro Tannat Grande Vindima. Por ser uma vinícola artesanal este exemplar foi produzido quase em escala de colecionador, com apenas 250 grfs. Assim, o preço também reflete esta escassez: algo em torno de 230 reais. Fora da realidade, claro, mas quem sabe eles resolvam entregar ao Brasil umas milhares em pouco tempo…sonhar é preciso!!
 
Ele é hoje em minha humilde opinião o melhor vinho tinto produzido no Brasil, com um conceito Ótimo, na escala de categorias do DCV. Por fim, em detrimento dos diversos vinhos expostos na Feira e no estande DCV, fui compelido a confidenciar sobre esta ampola que me causou enorme surpresa! Gostaria de, num futuro próximo, voltar a provar este achado, e que possa novamente compartilhar com vocês a respeito de seu valor e qualidade ímpares. Só o tempo dirá se fui acertivo ou se foi apenas uma empolgação de primeira prova. Aguardo ansioso nova oportunidade… Isto é, sim, uma cutucada direta aos produtores Zanini e Álvaro [risos]. 😉
 

Degustação Quinta da Figueira (Florianópolis) – Veja como foi!

A degustação dos vinhos da vinícola de garagem Quinta da Figueira (Florianópolis) ocorreu ontem no restaurante L´affaire que é comandado pelo chef Marcelo Piucco.

Os vinhos degustados foram os seguintes, em ordem de serviço:

Garapuvu Chardonnay 2010: vinho de amarelo intenso, com notas evoluídas de oxidação e aromas de querosene e tinta guache. Surpreendeu a maioria dos participantes pelo estilo alaranjado.


Reserva Perpétua Lote I: corte de 2 vinhos. Um Cab.Sauvignon 09 com 14 meses de barrica de terceiro uso e um Cab/Merlot (50/50) 2010 com 06 meses de madeira de primeiro uso. Resultando em um corte final de 80% C.S. e 20% Merlot das safras 09 e 10. É um vinho estruturado, com pegada e taninos marcados. Já mostra uma evolução na cor e foi o preferido de muitos.


Reserva Perpétua Lote II: corte de 40% do Lote I com 60% de Merlot 2011 sem passagem por madeira. Um vinho muito mais fácil de beber com taninos amaciados e muito gastronômico. Dividiu a preferência da maioria com o vinho anterior. O corte final é de 68% merlot e 32% C.S das safras 09,10 e 11.


Istepô 2012: Um 100% merlot que ainda não foi lançado, com zero SO2. O vinho deve ser aerado para que dissipe o gás e com ele os aromas indesejáveis. Após esse período o vinho se torna intrigante, mas não agrada facilmente quem não está acostumado com o estilo.


Ponte Velha 2010: Um corte clássico de Cab/Merlot em partes iguais. É um vinho encorpado e estruturado que pede acompanhamento de comidas fortes.


Miramar 2011: Sangiovese, C.S e Merlot. Um vinho que pareceu muito contido ainda nos aromas, mas de boca macia e marcante acidez. Bastante gastronômico que provavelmente melhorará com a guarda.


Os participantes acharam os nomes dos vinhos bastante criativos assim como os rótulos muito bonitos. Muitos se sentiram culpados por não terem encontrado o enólogo Rogério Gomes na Vinum Brasilis no mês passado. www.quintadafigueira.com.br

 

 

Amanhã Degustação Quinta da Figueira (Florianópolis)

Devido ao sucesso dos vinhos de garagem no estande do DCV durante a Vinum Brasilis, muitos participantes pediram degustações específicas dos produtores.  Atendendo a esses pedidos, começaremos com uma degustação dos vinhos de Florianópolis da vinícola Quinta da Figueira.

Local: Restaurante L´Affaire (no Hotel Mercure branco, ao lado do Eixo Monumental)

Data e Hora: 04/09/12 – Terça-feira às 19:45

Valor: R$ 50,00

Inscrições somente pelo email: [email protected] ou tel. 61- 8412  9781, para receber informações sobre depósito bancário. 


 

Aquavit recebe Convidados na Vinum Brasilis

O Aquavit é o restaurante mais exclusivo de Brasília. Fica a 30 km do centro da cidade, em uma mansão que só funciona para o jantar de quarta a sábado. O chef é o dinamarquês Simon Lau que já foi eleito o melhor da cidade algumas vezes. O cliente consome o menu que estiver em cartaz, podendo optar por três, quatro ou cinco etapas, harmonizado com vinho ou não.


A mansão é bela, com uma vista inigualável da cidade. Durante o dia o visual é mais bonito ainda, mas pelo fato de só funcionar à noite os comensais ficam privados da paisagem que inclui um por do sol que chega a ser dramático ao entrar pela sala de vidro. A única forma de desfrutar esse por do sol é participando do menu “Festa de Babette” em que o restaurante passa o filme ao entardecer, antes do jantar. Por falar nisso, esse menu está de volta (apenas uma vez ao ano) dos dias 12 a 15 de Setembro em sua VIII edição. É necessário reservar com antecedência.

Foi nesse clima de exclusividade que o restaurante recebeu a imprensa que esteve em Brasília cobrindo a Feira de vinhos Vinum Brasilis. Aproveitamos a ocasião para fazer uma degustação dos primeiros 08 vinhos da vinícola Tormentas, em que estavam presentes vinhos de baixíssima tiragem, como o Tormentas 2004, que só houve 141 garrafas. Esses vinhos foram cortesia de Luiz Cola/ES que generosamente os dividiu conosco. Veja a cobertura da degustação em: http://www.vinhosemaisvinhos.com/2012/08/impressoes-da-inedita-e-historica.html

Fomos recepcionados com toda atenção e cordialidade pela equipe do Aquavit que nessa noite nos brindou com o menu de 4 etapas. Foram elas:


Mexilhões em sua gelatina com Salsinha, Folhas Verdes, Croutons e Vinagrete.


Pirarucu Defumado com Maionese de Tucupi, salada de batata e croquete de pirarucu.


Costela de Cordeiro e Tian de Verduras, nhoque de mandioca à salvia e redução de cordeiro.


Pudim de leite Clássico, ameixas assadas com baunilha e espuma de amêndoas.

Aquavit (www.restauranteaquavit.com) tel. 61- 3369 2301 – Funciona de quarta a sábado à partir das 21:00. Fotos: Luiz Cola, Oscar Daudt, Eugênio Oliveira.

Peverella: o início, o meio e… O Futuro!

Tudo começa com Álvaro Escher e Luis Zanini fazendo o curso de enologia. Identificam-se nas idéias, atitudes e ideais. Conversando com o sogro do Zanini, seu Laurindo, ficam sabendo que o vinho que mais o agrada é o Peverella. Mas como assim? Que uva é essa? Dessa curiosidade resolvem resgatar a cepa e fazem o seu primeiro Peverella, ainda na estrebaria transformada em adega no ano de 2002.

 

A partir daí, Álvaro desenvolve um projeto com seu irmão Vítor Escher, chamado Cave Ouvidor, em que compram uvas Peverella em Bento Gonçalves e as vinificam em um sítio em Garopaba/SC. Lá são feitas as safras 2004 e 2005 do mítico e inesquecível Cave Ouvidor.


O projeto é desfeito e em 2008 Álvaro e Zanini retomam o plano Peverella lançando em 2010 a primeira safra da Era dos Ventos 2008. No ano de 2012 é lançada a segunda safra da Era dos Ventos Peverella 2010. É importante ressaltar que em 2006 o Zanini entrega alguns exemplares de pequenos viticultores de Bento Gonçalves a Jonathan Nossiter. Vinhos esses que expressavam a identidade do produtor e não cópias do vinho globalizado que dominam o mercado até hoje. Nossiter se encantou com o Cave Ouvidor Peverella do Álvaro e o adotou. Como na época seu filme Mondovino estava em alta, Nossiter tinha grande penetração na mídia e o Cave Ouvidor ganhou outro padrinho, o músico Ed Motta, que divulgou o vinho aos quatro ventos. O resto é história, como a que Pedro Hermeto serviu o Cave Ouvidor a Albert de Villaine, proprietário do Domaine de la Romanee-Conti, quando o mesmo esteve em seu restaurante, Aprazível, no Rio de Janeiro.


Contei tudo isso para chegar à degustação que idealizei há um ano e que se concretizou na semana passada. Com o lançamento da safra 2010 da Era dos Ventos, entrei em contato com o Zanini para ver se conseguia uma garrafa do 2011, que ainda está em barrica, para fazer uma vertical de 03 safras de Era dos Ventos Peverella. Depois de vários e-mails, telefonemas e contatos, chegamos à conclusão de que faríamos essa vertical aqui em Brasília durante a Vinum Brasilis desse ano. Conseguimos reunir as garrafas do Cave Ouvidor Peverella 2004 (só foram feitas 350 garrafas desse vinho), 2005 (1000 garrfas), Era dos Ventos 08, 10, 11 e 12 (500 a 800 garrafas de cada safra). Essas duas últimas safras o Zanini retirou da barrica só para a vertical. Como surpresa da degustação, Zanini conseguiu de volta a garrafa do Peverella 2002 que ele havia presenteado seu sogro, seu Laurindo, que generosamente a cedeu.


Foi durante um almoço inesquecível, escoltado pela cozinha do chef Marcelo Piucco (restaurante L´affaire), que degustamos essas 07 safras desse líquido dourado, feito com paixão e emoção. O Peverella 2002, assim como o 2004 e o 2012 foi feito sem nenhum SO2, estava surpreendentemente perfeito, mostrando que vinhos sem sulfito podem ser longevos. O 2012 é o mais turvo e demonstra um longo caminho pela frente. O 2005 o mais oxidado e os 2008, 2010 e 2011 são os mais exuberantes e complexos no nariz. O 2004 é uma jóia, com acidez, corpo oleoso e bela cor de ouro polido. O grande prazer desses vinhos é quando sua temperatura vai subindo, exalando uma paleta de aromas que foram identificadas como cravo, pipoca, pólvora, floral, jerez, resina, cevada… Vinhos únicos, complexos e emocionantes.


O que mais me impressionou foi a coerência do projeto. Facilmente se percebia que eram vinhos do mesmo enólogo, fossem eles feitos apenas pelo Álvaro ou por ambos. Os sete vinhos tinham exatamente o mesmo perfil, independente da qualidade da safra e assim disse Álvaro Escher: “Traga-me uma uva do inferno que te farei um grande vinho”.


Quero deixar meu eterno agradecimento ao Zanini, Álvaro, Pedro Hermeto e seu Laurindo, que reuniram as garrafas e compraram a minha ideia de fazer essa vertical, que começou humilde e se transformou em um evento inédito e histórico. Agradeço também a presença dos amigos que além dos citados Zanini e Álvaro, foram: Ana Paula Valduga(RS), Alessandra Rodrigues (RJ), Didú Russo (SP), Oscar Daudt (RJ), Sonia Denicol (SP), Luiz Cola(ES), Guilherme Rodrigues(PR), Luiz Miguel(DF), Petrus Elesbão(DF), Duda Zagari(RJ). Ausências sentidas: Pedro Hermeto (RJ), Ricardo Salmeron (DF) e Bruno Agostini (RJ) pessoas que têm o espírito ligado a esses vinhos.


No futuro a Peverella se tornará cada vez mais conhecida, cultuada e desejada. Resta-nos aguardar os próximos lançamentos dessa uva, que pelas mãos de alquimistas da enologia, continuarão nos surpreendendo. Fotos: Luiz Cola, Alessandra Rodrigues e Eugênio Oliveira.

Outras de coberturas em: http://www.vinhosemaisvinhos.com/2012/08/cave-ouvidor-e-era-dos-ventos-uma.html

http://www.didu.com.br/2012/08/vertical-de-peverella-pode-imaginar-isso/ (video)

 

 

Degustações paralelas no Vinum Brasilis 2012

Ainda sob o efeito inebriante desta inesquecível festa do vinho brasileiro, conto a vocês alguns outros eventos paralelos que ocorreram na Capital. Um dos grandes marcos – no meu caso particular – foi a incrível degustação propiciada pelo amigo Marcelo Copello, do Rio. Ao chegar em Brasília Copello trouxe de sua adega particular três preciosidades (duas totalmente raras nas bandas do Brasil). Numa noite regada a jantar com nossas esposas (Renata, do Copello, e Márcia, mulher deste Editor que escreve), além da companhia do parceiro Eugênio, provamos “coisas de outro mundo”… Obrigado, Copello [risos]. As ampolas da noite foram:

De Bartoli Vecchio Samperi Riserva 
20 anos – uma raridade produzida na Sicília, sul da Itália, cuja cor lembrava literalmente suco de tamarindo (foto da taça acima). Uma cor intrigante, que para os desavisados resultaria em um vinho estragado (oxidado). Mas o vinho estava inteiro, íntegro. Da cor verdadeiramente marrom, caramelo em ponto de bala, como dizemos na gastronomia. Não se enganem, pois é um vinho branco. Curiosamente, a impressão de adocicado fica só no nariz, pois na boca tudo muda de figura. Este fantástico branco é quase austero; seco, mesmo! De acordo com o Copello, que o garimpou em suas viagens pela Itália, sua produção é artesanalmente feita com paciência de Jó: são 20 anos de maturação em barricas, antes do engarrafamento! Lembra até um Marsala, mas bem diferente no paladar. Amei o vinho, em todos seus quesitos.
     
RoymeniΣΣa Organic 2003 – vinho do norte da Grécia, mais precisamente da Macedônia, produzido com a uva autóctone Negoska, uma parente da Xynomavro. Um vinho tinto totalmente diferente dos demais gregos que já provei. Aromas de iodo e leve especiado. Não sabemos de onde surgiu ampola tão rara e inusitada. Delicioso no paladar de frutas vermelhas, com estrutura e tipicidade, chegando a lembrar os vinhos feitos de baga portugueses. Elegantíssimo!

Pintas DOC 2001 – por fim provamos este clássico de Portugal. Um vinho carnudo, forte, de pesado corpo. Maravilhoso no aroma e sabor. De final longo. Foi encerramento com chave de ouro deste encontro regado a muito pate-papo e troca de experiências que jamais esquecerei.

Vinum Brasilis 2012-Veja como foi.

Recorde de vinícolas participantes na Vinum Brasilis 2012. Foram 33, mais o estande do DCV que apresentou 09 vinícolas. A relação oficial é a seguinte:

Irmãos Basso, Domno Brasil, Don Laurindo, Cave Geisse, Gran Legado, Hermann, Casa Valduga, Dal Pizzol, Don Guerrino, Don Giovanni, Vallontano, Cordilheira de Santana, Maximo Boschi, Santa Augusta, Pizzato, Irmãos Molon, Luiz Argenta, Miolo, Salton, Quinta Don Bonifácio, Lídio Carraro, Quinta da Neve, Pericó, Dezem, Antônio Dias, Rio Sol, Sanjo, Camponogara, Kranz, Aurora, Valmarino, Fabian, Perini.

No estande do DCV foram apresentados os seguintes produtores: Era dos Ventos (RS), Coopernatural Hex Von Wein (RS), Quinta da Figueira (Florianópolis), Estrelas do Brasil (RS), Quinta Ribeira de Mattos (RS), Tormentas (RS), Éléphant Rouge (RS), Arte da Vinha (RS), Pirineus Vinhos e Vinhedos (Cocalzinho-Goiás).

Com um número de 2.200 participantes o público pôde apreciar o que há de melhor na produção nacional. Vinhos tintos, brancos, espumantes e rosés. Teve até espumante com flocos de ouro. O Nero Gold da Domno com flocos 23k.

Como novidade de outros estandes enumero o Carmenére da Fabian, o brut rosé da Kranz e o Malvasia da Dezem. Não tive tempo de visitar muitos estandes, pois estava divulgando os vinhos dos garagistas no DCV que mais uma vez foram bastante procurados pelo público.

 Era dos Ventos: foram servidos o Peverella 2010 com todo seu teor de gasolina e o primeiro vinho tinto do projeto: o Merlot 2007. Esses vinhos podem ser adquiridos por meio da Confraria Carioca no Rio de Janeiro tel. 21- 2244-2286.

Coopernatural Hex Von Wein: conhecido como vinho das bruxas pode ser adquirido pelo site www.vinhoorganico.com.br. Foi servido o Cab. Sauvignon.

Quinta da Figueira (Florianópolis): Foram servidos 05 vinhos. Reserva Perpétua Lote I, Reserva Perpétua Lote II, Istepô (zero SO2-100% merlot), Ponte Velha (Cab.Sauv./Merlot), Miramar (Sangiovese, C.S, Merlot). Vinhos podem ser comprados pelo site www.quintadafigueira.com.br

Estrelas do Brasil: Brut Champenoise 2006, Brut Rosé Champenoise 2009, Dall Agnol DMD 2005 (C.sauvig.) e Dall Agnol Superiore 2005 (Esgotado). Podem ser comprados pelo site: www.estrelasdobrasil.com.br

Quinta Ribeira de Mattos 2005. Foi servido o n.2, vinho de minha adega particular que não existe mais à venda.

Tormentas Garagem Branco 2011: Vinho que ainda pode ser adquirido comprando-se um lote de outros vinhos em www.tormentas.com.br

Élephant Rouge 2008: Vinho também esgotado, mas que ainda pode ser encontrado em alguns restaurantes de SP ou pelo e-mail [email protected]

Arte da Vinha: foi apresentado o Espumante Inusitado branco, feito de 05 uvas tintas e o Carmenére Benedito 2011 que só gerou 254 garrafas. Contato: [email protected]

Pirineus Vinhos: Os vinhos do Goiás. Intrépido 2010 Syrah e Bandeiras 2010 Barbera. Contato: [email protected]


Parabéns ao Petrus Elesbão que mais uma vez não mediu esforços para que tudo ocorresse da melhor forma possível nessa feira que já faz parte do calendário do vinho brasileiro.

Acompanhe outras coberturas do evento em:

http://www.enoeventos.com.br/201203/vinum/vinum.htm 

http://www.didu.com.br/2012/08/a-melhor-mesa-da-vinum-brsilis-2012/

http://www.didu.com.br/2012/08/mais-videos-da-vinum-brasilis-2012/