Café e vinho, muito em comum

cafe15aNesta sexta-feira e sábado (9 e 10/03) conclui meu curso de cafés ao participar do Curso de Barista, da escola Antonello Monardo. Durante o curso o que mais se falava era de aromas, sabores, safras, terroir, degustação. Jargões bem conhecidos por nós aqui no Blog, não é mesmo?!! O curso é bem completo indo do plantio dos grãos à prática do preparo de um bom café.

Foto: Sulayne (Mestre Barista), Coêlho e Antonello.

cafes
Fotos dos drinks com café feitos no curso. Existem inúmeras formas de prepará-los.


Impressionante notar o crescimento do Brasil na produção dos cafés chamados Gourmets – de exportação – que hoje chegam a quase uma centena deles. Apesar de sermos o maior produtor e consumidor de café no mundo, não dominamos a exportação de café industrializado/refinado; cujo título fica entre Alemanha e Itália. Portanto, vamos beber e exigir bons blends, galera!
cafe16a


Após a conclusão do curso, duas constatações são inevitáveis: a boa é que agora sei passar um café de primeira linha. E a ruim é que vou ter que jogar no lixo minha máquina automática de fazer café Nespresso. ABAIXO os cafés de sachês!!! Héhé! 😉

Serviço:

Cafés Antonello Monardo – SCLS 201, Asa sul, Bsb-DF. Fone: 3425-3566.

Vinhos Brancos Eslovenos

A Wine Network trouxe para Brasília vinhos brancos eslovenos de altíssima qualidade ainda desconhecidos pelo público brasileiro. Os vinhos servidos durante a degustação foram os seguintes:

Silveri White – Rebula
Silveri Rosé – Pinot Noir
Silveri Brut – 60% Chardonnay, 20% Rebula, 20% Sauvignon

Ferdinand Sivi Pinot 2010
Furlan Pinela 2010
Furlan Zelen 2010
Servidos com tartar de atum e geléia de gengibre

Ferdinand Belo 2005
Edi Simčič Tokata 2009
Servidos com polvo com batatas ao murro em massa filo

Edi Simčič Triton Lex 2007
Ferdinand Rumena Rebula 2006
Servidos com cupim no sous vide e molho de gorgonzola

PRA VinO Ledeno Vino Šipon 2007 (ice wine)
Servidos com sorvete de chocolate branco, acompanhado de framboesa e chocolate com pimenta

marcoaurelio3

O ice wine é um vinho feito a partir de uvas colhidas na temperatura de -7 graus, sob luz de velas, motivo pelo qual leva este nome. Por ser um vinho doce, o ice wine é pefeito para acompanhar sobremesas. No Brasil, o ice wine canadense é bastante conhecido. A Wine Network apresentou o ice wine da PRA VinO que é três vezes campeão mundial, tem produção anual de apenas 600 garrafas e foi muito elogiado durante a degustação.

marcoaurelio2

A seleção dos vinhos foi feita em parceria com o Sr. Boris Gašparin, presidente dos Sommeliers da Eslovênia. A harmonização entre os pratos e os vinhos foi sugerida pelo renomado Chef Janez Bratovž (proprietário do Restaurante JB, localizado na capital eslovena, Liubliana). Com base na sugestão de Janez Bratovž, o Chef André Amorim criou pratos contemporâneos usando ingredientes brasileiros e técnicas francesas.

marco aurelio - francisco by lia de paula

Vinte e quatro pessoas compareceram ao evento, dentre jornalistas especializados em gastronomia, sommeliers, donos de restaurantes e de empresas importadoras de vinhos. Dentre os convidados, a Embaixadora da Eslovênia para o Brasil, Milena Šmit, Francisco (proprietário do restaurante Dom Francisco), Marco Aurélio (proprietário do restaurante Piantella), Thiago (proprietário do restaurante 348), Antonio Duarte (presidente ABS-DF), Carla Lopes (proprietária do Café Export e parceira comercial da Wine Network) e Liana Sabo (Correio Braziliense).

Almoço com Mersaullt e Lagosta!

Almoço dessa sexta-feira (09/03/12) com Mersault Clos de Mazeray 2005 do Domaine Jacques Prieur e lagosta ao molho bisque, acompanhada de purê de batata baroa com shimeji, preparada com maestria pelo chef Marcelo Piucco que atua no restaurante L´affaire em Brasília. O vinho estava untuoso e potente, companhia perfeita para o prato.

mersault1
mersault2

Prova dos vinhos em taça da Enoteca Decanter Brasília

Como havia dito, fui até a Enoteca Decanter provar os vinhos que eles estavam disponibilizando em taças. Confiram as impressões:

taas3

 

Antonin Guyon Aloxe-Corton 1cru Les Fournières 2004 (Borgonha)

Esse vinho passa 18 meses em barricas de carvalho sendo 2/3 delas usadas. Hoje apresenta cor bem evoluída, taninos totalmente domados, aromas de fumo, cereja, couro e iodo. Tem aquele amargor final característico de bom pinot e é o mais elegante do painel. Prontíssimo, compre e beba já. Não guarde.

Château La Croix Saint Georges 2004 (Bordeuax- Pomerol)

92% merlot e 8% Cab.Franc. Vinho de volume, o mais tânico dos quatro, mais denso e alcoólico do painel. Aroma de geléia de amora. Recomendado aos amantes de vinhos carnudos.

Château Pontet-Canet 2001 (Bordeaux-Pauillac)

Já evoluído, mas ainda com aromas adocicados. Corpo médio, taninos macios. Mistura clássica de Bordeaux, 65% C.S, 32% Merlot, 2% C.Franc e 1% Petit Verdot.

Chinon Couly-Dutheil- Clos de L´Olive 2005 (Loire)

O vinho mais escuro do painel. Muita fruta fresca e aromas esfumaçados. 100% Cabernet Franc com vida longa pela frente. Um show.

Confraria Amicus e um vinho Innominabile

av-02mar1abNesta última semana a Confraria Amicus Vinum fez sua primeira reunião de degustação, abrindo os trabalhos do ano. O tema estava livre e foi organizado pelos confrades Renzo e Adroaldo. Estiveram presentes dez confrades e um casal convidado Mário e Geane. Participaram da degustação: Adroaldo, Antonio (este Editor), Bodani e Marina, Marcelle, Maia e Emmily, Marcelo e Tânia, e Renzo. Com o trabalho impecável da sommeliére Ana Clara, do restaurante Gero, tudo saiu conforme planejado e a sequência dos vinhos foi muito bem montada.

Vinhos degustados na ordem de serviço: Alvarinho Quinta do Gomariz 2007 (branco) – ofertado pelo confrade Adroaldo; Chateau des Jacques Louis Jadot 2009 (gamay); Villaggio Grando Merlot 2007; Chateau Bois Pertuis Bordeaux 2009; Sherazade Donnafugata 2010; e Villaggio Innominabile 20?? …Opáh, cadê o ano deste último? Os vinhos da Villaggio foram surpresas trazidas pelo confrade Renzo, que queria testá-los junto aos amigos. Pois bem, foi exatamente esta ampola que me intrigou ao não encontrar a safra estampada na garrafa. Minhas preferências nesta noite de degustação ficaram por conta da deliciosa Sherazade, digo, delicioso [risos], um tinto da Sicília feito da uva Nero d’Avola, com muito frescor (Nota: 88 pts), e do branco Alvarinho Gomariz, que mostrou um complexo bouquet e ótima citricidade no paladar (Nota: 87 pts).

av-02mar3aav-02mar6aav-02mar4a

Falando sobre o Innominabile, informações colhidas no próprio site da vinícola, lá verifiquei que se tratava de um vinho multisafra, ou seja, elaborado com safras dos anos 2004,2005,2006 e 2007, e engarrafado em 2008, passando antes 180 dias em barricas. Nota 83 pts. A vinícola, inclusive, trabalha com alguns diferenciais como: altitude alevada (1.300 m) e colheitas tardias, normalmente batendo os meses de abril e maio (casos raros para as bandas do Brasil). Além do mais o vinho é um assemblage de seis uvas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Pinot Noir e Petit Verdot. Interessante notar o grau de “coragem” em se fazer um vinho desta natureza, senão, se com uma única safra já é difícil o controle da vinificação, imanginem controlar quatro safras de anos seguidos. Lembro-me bem de que apenas grandes vinhos como o Vega Sicilia (Espanha) se dão ao luxo de produzir desta forma, cujo exemplar é o laureado Vega Único RESERVA multisafrado. Esta vinícola Villaggio fica em Herciliópolis, Santa Catarina, uma nova região que desponta no País para produção de bons vinhos. O vinho pode não ser “inominável” em sabor mas definitivamente interessante de ser provado.

Montrachet Magnum 98 com Lagosta!!!

Toda vez que tomo um Montrachet (essa é apenas a quarta vez que bebi um), me impressiono como esse vinho branco consegue ser diferente de qualquer outro. Dizer que esse vinho tem cor bem amarelada, de ouro, com aromas de damasco, tangerina, mel, uva botritizada… Encorpado, denso, untuoso… Presença redonda de carvalho, acidez na medida, equilibrado… Tudo isso é pouco para descrevê-lo. Para traduzi-lo ao pé da letra tem que prová-lo, pois apesar de tentar esmiuçá-lo percebo que não é possível colocar em palavras o sentimento que esse vinho passa.

lagosta3lagosta4

 

Montrachet Remoissenet Père et Fils safra 1998 garrafa Magnum. O Domaine Remoissenet compra as uvas do Domaine Baron Thénard em Montrachet, vinifica e engarrafa em seus domínios. Portanto é um vinho de negociant, o que não é nenhum demérito no caso desse vinho. As vinhas do Baron de Thénard são vizinhas às do Domaine de La Romanée-conti, na porção Chassagne-Montrachet de Montrachet. São duas parcelas separadas ocupando 1,83 hectares do total de 8,0 hectares de toda região. As vinhas foram replantadas em quatro etapas entre 1936 e 1976 e também fornecem uvas para os Montrachet outros dois negociants Sauzet e Verget.

lagosta2lagosta1

 

Esse vinho foi escoltado por uma fantástica lagosta preparada com todo conhecimento de um dos melhores cozinheiros do Brasil, Francisco Ansiliero, o Dom Francisco. Caudas de lagosta ao thermidor (com ingredientes de primeira linha como mostarda de Dijon original e um molho bechamel delicioso). Foi a melhor lagosta ao thermidor que já provei. Macia, temperada e um detalhe muito importante: quente até o final. Divina.

lagosta5