Romanée-Conti Grands Échezeaux, La Mission Haut-Brion e Ducru-Beaucaillou

Não sei explicar a razão, mas o ano termina e começa sempre com grandes garrafas. Para não fugir à regra fui convidado pelos amigos Ricardo Salmeron, Ranato Ramos e Flavio Marques, a tomar algumas algumas dessas preciosidades.

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Grands-Échézeaux Romanee Conti 2008:  Vinho absoluto, incontestável, sem retoques. Não tenho muita experiência com os vinhos do DRC (infelizmente), esse é o segundo exemplar da casa que tenho a oportunidade de provar, portanto não posso falar em relação a outras safras desse vinho. Nessa colheita, apesar de 08, o vinho parecia envelhecido, com a cor um pouco acastanhada, mas muito brilhante. Aroma franco, surpreendentemente aberto. Inicialmente couro e depois muita fruta, como cereja, morango, groselha e pitanga. A cor clara denota uma elegância ímpar, assim como acidez e taninos nos lugares certos. Muita gente deve achar que os vinhos do DRC têm muito marketing e não valem o que custam. Valor é uma coisa particular e infelizmente esses vinhos não cabem no meu bolso, mas posso afirmar que são realmente jóias do mundo do vinho. Já tomei grandes vinhos decepcionantes e menores surpreendentes, mas quando você prova um grande vinho que corresponde e vai além da fama, aí é céu. Me lembrou muito o La Tâche que havia tomado no ano passado. Vinho oferecido pelo amigo Renato Ramos, que já me proporcionou fantásticas experiências no mundo do vinho.

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La Mission Haut-Brion 1990: Na sequência foi aberta essa garrafa do grande La Mission da mítica safra 1990, vinho com 22 anos de idade. Cor acastanhada, quase marrom, mas bem mais escura que o Grands-Échézeau. Aromas medicinais de iodo, mertiolate e muito estábulo. Havia taninos (ainda bem), mas extremamente delicados. Acidez, fim de boca e mineralidade ainda bem presentes. Prova viva de que grandes Bordeuax envelhecem muito bem. Vinho também ofertado pelo amigo Renato.

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Ducru-Beaucaillou 1999: O adolescente da turma, apesar de ser mais velho que o borgonha. Levado pelo amigo Ricardo Salmeron. Vinho marcante, roxo, escuro, aromas vibrantes de cassis, licor, porto e discreto mentolado. Está no ponto do prazer para quem não tem costume de tomar vinhos muito envelhecidos. Diria ser o mais fácil de agradar os neófitos.

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Para iniciar 2012 com adega cheia

Muitos colegas me pedem para indicar garrafas com preços compensadores para o dia-a-dia. Felizmente existem ótimas sugestões no atual mercado em ebulição brasileiro, conforme já expus em diversas ocasiões aqui no DCV. Tenho algumas dicas de vinhos para rechear sua adega sem gastar muito; nenhum deles ultrapassa os 40 reais.   🙂 São vinhos rápidos, bons e com preços ótimos. O lote todo pode ser achado entre as adegas da Art du VIN e da Vintage.

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A Lista de vinhos acima é composta de (a partir da esquerda): Ramón Bilbao (ESP, 49,00); Lagarge Malbec (ARG, 31,00); Antawara blend (ARG, 38,00); Caza da Lua Douro (POR, 29,00); Boas Vinhas Dão (POR, 39,00); Antaño Crianza (ESP, 29,00); Monte da Cal (POR, 36,00); Santa Ema Carménère (CHI, 29,00); Quartaut Merlot (FRA, 34,00); e Sangiovese Fontella (ITA, 30,00).

Vinhos: você sabia que…( 4 ) – 1a.temporada

portodouro01Vinhos: você sabia que… o vinho do Porto foi o primeiro no mundo a obter uma denominação de origem! 

A história do vinho do Porto é lendária e muitos a conhecem. Mas o que poucos sabem é que a criação das famosas e tão almejadas “denominações de origem” (Appelation, em francês), deu-se com os vinhos do Porto. Você certamente já ouviu falar das DOC, DOCG, AOC, IGT, etc. Estas são siglas que identificam que um determinado produto, no caso os vinhos, é integrante de uma região demarcada onde são obedecidas regras rígidas de controle e qualidade, e que somente ali são reconhecidos como tal. Advento conhecido por “direito coletivo” regulado pelos Estados. [PEREIRA, Gaspar Martins – Porto/PT, FLUP, 2005]. Isto dá credibilidade aos produtores bem como maior responsabilidade.
O vinho do Porto após ser criado passava por vários problemas de padronização e consequentemente a qualidade era questionada pelos consumidores da época, que remonta aos séculos XVIII e XIX. Naquele tempo os vinhos do Douro eram levados de Portugal à Inglaterra – os maiores consumidores – em grandes “vasilhas”, saindo de navio pelo cais da cidade do Porto. Por isso o nome: vinho do Porto! Em muitos casos os toneis chegavam à Inglaterra estragados pela longa viagem.

Foi quando o Imperador de Portugal, junto com os vinicultores do Douro, resolveram criar uma associação (Companhia Agrícola do Douro) onde quem participasse deveria seguir as regras estabelecidas, para reduzir os prejuízos e manter os preços em alta. Pensaram eles que se assim procedessem poderiam garantir maior credibilidade aos seus vinhos. Dessa forma a Denominação de Origem do Douro foi estabelecida entre 1750-1760. É bem verdade que existiu nesta mesma época (1740?) uma outra iniciativa de mesma ordem, na Turquia, com os lendários vinhos Tokaj. Mas sua documentação não é tão consistente quanto as atividades efervescentes na região do Douro, em Portugal. Enfim… A ideia se espalhou ao resto do mundo, principalmente para França, a qual se encarregou de “radicalizar” a bandeira das denominações criando as AOC’s, reconhecidas globalmente. Hoje até alimentos são registrados e patenteados, sendo sua origem reconhecida em todo planeta. Quem nunca ouviu falar dos famosos presuntos “de Parma”, ou dos queijos parmesão “Reggiano”, ou da castanha “do Brasil”? Todos estes e muitos mais tem sua origem garantida por Acordos internacionais de produção, venda e distribuição, além da exclusividade dos nomes, é claro.

Brasília Restaurant Week 2012

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6º. BRASÍLIA RESTAURANT WEEK


23 de Janeiro a 5 de fevereiro

Sucesso entre o público e os empresários da cidade, a Capital federal recebe a 6ª edição do Brasília Restaurant Week neste início de 2012. Espera-se mais de 150 mil pessoas a degustar os pratos preparados pelos 70 restaurantes presentes no festival.

Os cardápios especiais com entrada, prato principal e sobremesa serão oferecidos a R$31.90 no almoço e a R$43.90, no jantar (bebidas, serviço e couvert não inclusos).

Participe!  www.restaurantweek.com.br

Maycas del Limari chardonnay 2006

maycasEste delicioso branco do Chile acaba de receber altas notas da revista Decanter-2012, com 18,5 pts/20. Apesar de estágio em madeira, nada de pesado ele tem; pelo contrário, é fresco, frutado, macio, fácil, com notas de abacaxi em calda e pêssego. Para ter sempre na adega nestes dias de verão. R$ 80,00 – Decanter e Grand Cru.

O réveillon dos 100 MIL acessos!

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100mila
Ultrapassamos a marca das 100 MIL visitas ao site-Blog Decantando a Vida.

Atingimos a maturidade em apenas dois anos!
Toda a equipe de edição agradece aos milhares de internautas que acreditaram num sonho e em nosso projeto: levar o mundo do vinho aos lares brasileiros de forma simples, leve, desmistificante e, principalmente, descompromissada e imparcial.

Aí pessoal, a praia do verão é aqui, no DCV. Com muito vinho para festejar um grande ano.
Só temos uma palavra a definir este momento histórico para o DCV,

OBRIGADO. YUhuhúú!!


Uma Carta de Vinhos como deve ser

piri2wNeste réveillon 2012 me ocorreu uma coisa inusitada ao visitar as dependências da Pousada Cavaleiro dos Pireneus, em Pirenópolis. Qual foi minha surpresa ao ler a Carta de Vinhos do restaurante da Pousada, o Salão do Imperador. Antes de passar à relação dos vinhos, havia um prefácio do sommelier responsável pelas ampolas. Nada demais não fosse o autor do texto, o amigo e profissional Paulo Kunzler.

Sempre achei que a apresentação de uma Carta tivesse que ter algo a mais do que simplesmente uma descrição dos rótulos. Devia ter algo inspirador ao cliente; algo que o fizesse desejar muito aquilo que irá beber. Algo que falasse aos sentimentos mais que à mente; espirituoso e quasi-poético…quem sabe! Creio que o amigo Paulo conseguiu um pouco de cada coisa neste texto despretencioso, ao apresentar sua lista de vinhos para o restaurante. Da carta em si, nem preciso dizer, um primor de informações rápidas e úteis sobre cada rótulo vendido, com harmonizações, claro, pois vinho é alimento e alimento só com vinho! Para ler o texto da Carta clique na foto.

O mundo hoje anda pouco intimista – no âmago da palavra. Não confundir com o superficialismo virtual dos reality-BBB-Facebooks-shows, que nada tem de intimidade e estão mais para invasivos…[risos], piri1do que realmente aproximar as pessoas de forma pessoal e humana. Diferentemente do que experimentamos ao conhecer a cozinha e a colega de profissão Taynara, jovem Chef contratada do restaurante da Pousada (formada na UEG-Piri). Ali sim, encontramos calor humano e muita intimidade verdadeira. Parabéns ao homem que expõe suas opiniões desinteressadamente e simplesmente por dizer aquilo que sai do coração, como fez a Carta de Paulo. VALEU pela inspiração!

Vinhos: você sabia que…( 3 ) – 1a.temporada

Retomando a sequência da nossa série,

Vinhos: você sabia que… a enxertia foi usada na agricultura graças ao estudo da vinicultura!

É isto mesmo. Muita gente ouviu falar que hoje, após a infecção da praga chamada filoxera, as videiras são plantadas pelo processo conhecido por enxertia. Que trata-se de implantar um tipo de planta dentro do caule de outra planta. Pois bem, este processo foi primeiramente usado a partir de 1885 pelos cientistas Jules Planchon (francês), Charles Valentine (norte-americano) e Joaquim Pinheiro (português), para salvar os vinhedos do mundo da extinção.

Quando o minúsculo inseto Dactylasphaera Vitifoliae, conhecido popularmente como phylloxera, começou a devastar as videiras primeiro dos EUA e em seguida dos europeus, em 1863, o mundo vinícola da época partiu para busca desesparada de uma solução que protegesse suas plantas do ataque da praga. Após várias pesquisas em vão, de institutos da Europa e da América, resolveu-se oferecer um prêmio milionário a quem descobri-se uma saída para driblar a filoxera e salvar a produção mundial de vinhos. Essa solução foi dada através do uso da técnica de enxertia.

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O método consiste em usar porta-enxertos de videiras americanas para receber enxertos das videiras europeias Vitis Vinífera. Como as cepas americanas são imunes ao ataque da filoxera, que atua na região próxima ao solo, suas sementes são usadas para o plantio direto, e ao nascerem e crescerem a uma certa altura (cerca de 20cm), as mesmas servem como receptoras dos enxertos das cepas europeias, cujas uvas são apropriadas para produção de vinho – processo tido como “cavalo e cavaleiro”. A imagem acima mostra o processo de enxerto de uma videira, tornando-se duas plantas em apenas uma: o cavaleiro (Vitis Vinífera, europeia) sobre o cavalo (Vitis Labrusca, americana).

Na próxima semana leia mais um artigo da série, “Vinhos: você sabia que…(4)

GastroNews, o novo boletim Eno-Gastronômico do DF

gastro1wA partir do ano passado, nossa amiga Chef Ana Paula Jacques estreou a edição de um boletim Gastronômico com distribuição entre a comunidade da Cidade que curte gastronomia e Vinhos. O novo boletim eletrônico é publicado mensalmente. Tem formato folder-A4, bonito design e contará com artigos sobre o mundo da alimentação e da gastronomia, de forma simples, descolada e autêntica. E é lógico uma coluna sobre vinhos muito bacana para o internauta do DCV. Este projeto faz parte das iniciativas de criação do novo grupo de cozinheiros formados em 2011 pelo IESB, a Confraria TOQUE DE CHEF. Vejam abaixo os links para acesso aos dois primeiros exemplares, que tem muita coisa interessante, inclusive uma entrevista com a Chef Alice Mesquita que acaba de ganhar o prêmio de Melhor restaurante francês da revista VEJA-Brasília. Aqueles que desejarem se cadastrar para entrar na lista de recebimento, enviar email para: [email protected].

GastroNews Dezembro/2011
GastroNews Janeiro/2012