Vinhos em destaque no Vale dos Vinhedos

Nessa última viagem que fiz ao Vale dos Vinhedos, pude conhecer vários vinhos inéditos para mim (nem todos do Vale), e algumas raridades que já não estão no mercado há tempos. Conheci também alguns vinhos da safra 2011 que ainda não foram engarrafados e projetos que ainda não têm nem data de lançamento, como o novo espumante champenoise da Salton. Os vinhos inéditos que para mim se destacaram foram:

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KRANZ (VIOGNIER) 2010 de Santa Catarina, querosene total.
KRANZ (Espumante Brut Rosé) 2010– A cor é de champagne envelhecido.
ARACURI cab/merlot 2009– Campos de Cima, acidez e mineralidade. Grande promessa.
ESTRELAS DO BRASIL (brut champenoise) 2006– cor e aromas de champagne maduro.
TORMENTAS PREMIUM 2007 (100% merlot, com zero SO2)- Intrigante e didático.
ALMAÚNICA SHIRAZ 2010– floral, refrescante, especiaria.
ANGHEBEN BARBERA E PINOT NOIR 2010– acidez é o diferencial.
CAVE GEISSE BRUT 1998 garrafa magnum champenoise – cor amarela com nariz complexo. Não espere perlage intensa, então tome em taça de vinho branco.
LIDIO CARRARO ELOS 08 (tannat+t. nacional) e SINGULAR tempranillo 10. Vinhos sem madeira, com muita fruta, floral e pimenta preta.
DAL PIZZOL GAMAY 2011– Recomendação infalível para um almoço familiar. Descomplicado e certeiro.
ANTONIO DIAS PINOT NOIR 10 – estava com 90 dias de barrica.  Mostrou um vegetal e acidez um pouco desequilibrados ainda, mas tem potencial.
CALZA TANNAT– vinhedos de 25 anos, de latada dupla, muito equilibrado.
DAL PIZZOL merlot 1991– vinho de 20 anos de idade, balsâmico, mineral e como era de se esperar, sem fruta, sem taninos e final curto. O interessante desse vinho é a acidez.
DAL PIZZOL MILLENIUM– blend das safras 95,98,99. Ameixa seca, corpo leve, e balsâmico. Como o anterior, para quem aprecia vinho envelhecido.
PIZZATO merlot 1999 e C.S 2000 – Vivacidade da cor do primeiro e acidez do segundo.
GALIOTTO chardonnay 2011– vinho “chipado”, com aromas de manteiga, final curtíssimo, mas bem refrescante. Vale muito os R$ 9,00 (nove) cobrados por esse exemplar. Excelente opção para os poucos traquejados que não querem gastar muito. Bela apresentação já no rótulo provisório. Sugeri que colocassem essas informações no contra-rótulo e disseram que iam pensar sobre o assunto. Seria inédito, vamos torcer.

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No mais provei vinhos que já conhecia e já gostava como o Marselan e o Arinarnoa (para mim, o melhor vinho da Casa Valduga), Chardonnay da Luiz Argenta e da Cordilheira de Sant´Ana, Miolo Quinta do Seival Castas Portuguesas, Maximo Boschi Merlot e C.S., Antonio Dias tannat e C.sauvignon…

Vinhos: você sabia que… ( 2 )

drappier1Vinhos: você sabia que… existem catorze tamanhos oficiais de garrafas de vinho!

E quanto maior é a garrafa de vinho melhor é o produto!
Desde a invenção das garrafas de vidro para envasar o vinho, surgiram muitas formas e tamanhos adotados pelos produtores, até os moldes atuais nos padrões bordaleses e borgonheses. Existiu tempo em que na Inglaterra era proibida a venda em garrafas por proteção ao consumidor, vez que os fiscais duvidavam da real quantidade envasada. Naquela época (iníco séc.XX) o próprio cliente levava seu vasilhame para encher de vinho. Que doideira, hein… A garrafa na foto é do famoso champanhe Drappier, de 30 Lt (40 grfs.), medindo 1,21 metros, que é produzida apenas 20 por ano!

Mas hoje usamos as garrafas de vidro com os formatos abaixo, cuja lista me foi apresentada por Raquel Alves, da confraria Amigas do Vinho e minha professora da cadeira de Vinhos, da Faculdade. Vamos a elas – anotem aí no caderninho mais esta CURIOSIDADE:

•Standard – 750ml
•Magnum – 1,5 Lt (equivalente a 2 garrafas standard)
•Double Magnum – 3,0 Lt (equivalente a 4 garrafas, apenas Bordeaux)
•Jeroboam – 3,0 a 4,5 Lt (4 garrafas – Champagne e Burgundy, 6 garrafas – Bordeaux)
•Rehoboam – 4,5 Lt (6 garrafas – Champagne e Burgundy)
•Imperial – 6,0 Lt (8 garrafas, apenas Bordeaux)
•Methuselah – 6,0 Lt (8 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Salmanazar – 9,0 Lt (12 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Balthazar – 12,0 Lt (16 garrafas)
•Nebuchadnezzar – 12,0 a 15,0 Lt (16 a 20 garrafas, dependendo do país de origem)
•Melchior – 18,0 Lt (24 garrafas)
•Solomon – 20,0 Lt (28 garrafas, apenas Champagne)
•Sovereign – 25,0 Lt (33,3 garrafas, apenas Champagne)
•Maximus – 130,0 Lt (173,3 garrafas – apenas 1 foi fabricada – no formato Bordeaux)

Interessante notar que a maioria dos nomes são em alusão a personagens bíblicos.
Quão santos eram estes bebedores de vinho. Amém!!  🙂

DCV no Projeto Imagem do IBRAVIN-parte 2

Dando sequência à maratona, chegamos à moderníssima Luiz Argenta, em que também nos esperavam Boscato e Galiotto para o tema “O outro lado da Serra Gaúcha”.

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No mesmo dia partimos para vinícola Perini para degustação “O Doce Sabor da Serra” que ainda contava com as vinícolas Basso e Tonini.

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No dia seguinte passei a manhã na Avaliação Nacional de Vinhos no Fundaparque, para avaliar os 16 vinhos mais representativos da safra 2011, em um pavilhão com mais de 800 pessoas sentadas e no mais impressionante silêncio. Na parte da tarde fomos à sede do IBRAVIN para degustação “Vinho Brasileiro nas Alturas” que contou com as vinícolas catarinenses Kranz e Pericó. Ainda houve uma visita à Salton para conhecer suas novas instalações, provar vinhos que ainda não foram lançados e até propor um corte para um novo exemplar.

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Gostaria de agradecer o convívio com os outros participantes do projeto. Alguns  eu conhecia, outros ainda não. Foram eles: Liana Sabo (Correio Braziliense), Patricia Jota (Folha de São Paulo), Deise Novakoski (OGlobo), Pedro Hermeto (Restaurante Aprazível/RJ), Alessandra Kianek (Folha de São Paulo), Cris Couto (Revista Wine Style), Fabiana Gonçalves (Blog Escrivinhos), Flávia Gusmão (Jornal do Comercio), Mariana Durão (Diário de Pernambuco), Alvaro Cézar Galvão (Blog Divino Guia), Marcelo Copello (Blog Vinoteca Veja/RJ), Celso Masson (Revista Época), Maurício Tagliari (Dicionário do Vinho/Terra Magazine).

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Não poderia esquecer o apoio dado pelo IBRAVIN, nas pessoas de Orestes de Andrade Jr., Diego Bertolini, Iassanã dos Santos, Daniela Villar e Maurício Roloff, que além de resolverem qualquer imprevisto, nos instalou no belo Hotel e Spa do Vinho Caudalie.

O distinto Sauvignon Blanc do De Lucca

gero1Sempre quis provar esse vinho uruguaio, como não consigo encontrar os vinhos da Premium aqui em Brasília, recorri ao amigo Jeriel da Costa (blog do Jeriel) que gentilmente me enviou essa garrafa.

O vinho no caso é o De Lucca Sauvignon Blanc Reserva safra 2006. Especifico a safra, pois a partir da 2007, Reinaldo De Lucca se curvou ao mercado e fez o vinho de maneira convencional, com bastante acidez, aromas herbáceos e cor bem clara.

Certa vez ouvi De Lucca dizer que provar um vinho seu, era ter a oportunidade de experimentar, ao menos uma vez na vida, sua alma. E é isso que ocorre. Um vinho que mostra a alma do gero2viticultor. Um Sauvignon Blanc totalmente outsider, a começar pela cor bem amarelada, remetendo a um vinho licoroso, com um mel, uma casca de laranja, e até um açafrão no nariz. Na boca ele é untuoso e aquela sugestão doce se esvai em secura e amargor. Me lembrou um viognier. Fantástico. Parte das uvas são botritizadas e não passa por madeira. Caiu muito bem com o Raviolone de brócolis com bisque de camarão do Gero, que deve estrear no cardápio na semana que vem.

Syrocco 2007

syroccoSyrocco 2007 – Resultado do encontro entre Alain Graillot, considerado o melhor winemaker de Crozes-Hermitage, e Jacques Poulain, do Domaine des Ouled Thaleb, no Marrocos. A região conta com solo aluviã -calcário e temperaturas altas durante o dia, com noites muito frescas, que proporcionam o amadurecimento lento e gradual das uvas. As videiras de Syrah são cultivadas de forma orgânica e 60% do vinho passa por envelhecimento em barris de carvalho. Marrocos, R$ 75,00 na Arte e Vinho (61-3248 3258)

DCV no Projeto Imagem do IBRAVIN-parte 1

Acabo de retornar do Projeto Imagem realizado pelo IBRAVIN, em que pude conhecer várias vinícolas e vinhos brasileiros de grande qualidade. Mais que isso, o que me surpreendeu foi perceber, pela primeira vez, que a desunião que sempre imaginei haver entre os produtores está deixando de existir. O projeto foi dividido em vários temas em que visitávamos uma determinada vinícola, e lá, não só o anfitrião apresentava seus vinhos, como outros três ou quatro proprietários, de outros projetos, também apresentavam os seus. Situação inimaginável para mim, que sempre acreditei comportamento desagregador dos produtores brasileiros. Parabéns pela nova atitude.

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Seria insano descrever os vinhos provados nessa maratona (foram mais de 100), mas não poderia deixar de citar os temas preparados pelo IBRAVIN que se dividiram em “Na Encruzilhada do Desenvolvimento” ocorrido na Casa Valduga, em que fomos calorosamente recebidos pelo proprietário João Valduga. Também estavam presentes as vinícolas Lídio Carraro, Ahgheben, Copetti e Czarnobay.

O tema seguinte batizado de “Tamanho não é Documento”, ocorreu na bela vinícola Almaúnica, e também participaram Sozo, Antônio Dias, Don Bonifácio, Aracuri e Pizzato.

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De lá partimos para degustação “Surpresas a Galope” com as vinícolas da Campanha Gaúcha, nas belas instalações da Miolo, que abriu suas portas para Dunamis, Guatambu, Campos de Cima, Peruzzo, Almadén, Cordilheira de Sant´Ana e Província de São Pedro.

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Chegando à Cooperativa Vinícola Aurora, continuamos a maratona provando também os vinhos da Garibaldi, Aliança e São João que compuseram o tema “A união faz a força”.

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Já no dia seguinte chegamos à vinícola Dal Pizzol e fomos presenteados com o tema “Longa Vida ao Vinho Brasileiro” em que as vinícolas convidadas Don Laurindo, Maximo Boschi, Cave Geisse, Pizzato e a anfitriã, nos ofereceram vinhos antigos e raros, que iam das safras 1991 a 2000. Continua no próximo post…

Vinhos: você sabia que… ( 1 )

puntOlá amigos, a partir desta postagem inicio uma série de dez artigos de curiosidades sobre vinhos, que estão na pauta do meu atual curso de gastronomia, da disciplina de “Vinhos e Serviço”. Já adianto que serão assuntos muitos interessantes, culturais e até hilariantes, que o internauta pouco ouviu falar, e nem imagina que existam no mundo do vinho. Serão todos assuntos INÉDITOS, podem ter certeza. Assim, vamos ao primeiro:

Você sabia que… para que serve aquela reentrância do fundo das garrafas?
Errou quem disse que é para segurar a garrafa com objetivo de verter o líquido nas taças com maior facilidade.
Isto mesmo, a função das reentrâncias – conhecido como punt, em inglês – no fundo das garrafas de vinho é devido ao aspecto físico e nada mais. Advém da necessidade de equilíbrio para que a garrafa não fique bamba e tombe com facilidade, além de dar maior resistência. Toda garrafa de vinho de vidro deve ter o fundo com pequena saliência para dar equilíbrio à mesma, por isto não deve ser de fundo chato.

É certo que a partir daí surgiram inúmeras funcionalidades, como segurar a garrafa com o polegar para servir nas taças, ou armazenar o depósito das borras para que elas não se misturem ao vinho na hora do serviço. Um recente objetivo foi incorporado pelo Marketing de embalagens das vinícolas, visando dar sofisticação e visibilidade a uma garrafa, onde estão adaptando o design para proporcionar frascos mais alongados e imponentes, criando a imagem de produtos de maior qualidade.

Você conhece o vinho feito da uva Bastardo?

ivdp4Vinho fresco, leve, parecendo um rosé na cor, mas é tinto. A uva bastardo fazia parte das uvas fundamentais na produção do vinho do Porto junto com a Alvarilhão. Ambas fadadas ao esquecimento nos dias de hoje, a bastardo entrava no corte para arredondar o corpo e estrutura do Porto.

O tom rosado desse vinho engana bem os não iniciados, que têm a certeza de estarem diante de um rosé. O nariz com aromas de framboesa e morango, a boca com seus taninos bem redondos, acidez marcada e corpo médio podem manter a dúvida, mas é um vinho tinto bastante curioso. Diria até que é um claret. Os cachos são esmagados a pés e o vinho passa 10 meses em barricas usadas de carvalho françês. Um vinho bastante diferente dos vinhos tranquilos do Douro.

Nos dias de hoje em que extração, teor alcoólico elevado e fruta em excesso são os predicados da padronização, um vinho como esse, que vai na contramão do mercado, é uma ótima alternativa para quem quer fugir da mesmice. Na Vinissimo.