Marcel Lapierre, Morgon 2005 (em memória)

morgon1Umidade relativa do ar em 12%, temperatura de 33 graus, com sensação de 40, sem vento e 112 dias sem chuva. Essa era a situação em Brasília. Vinho tinto malbec ou cabernet sauvignon nem pensar, então o que beber se você é daqueles que não abre mão do tinto e não toma branco por nada? Primeiramente, não tomar vinho branco, ainda mais nesse calor, é desperdiçar inúmeras possibilidades de novas descobertas. Mas vamos às indicações: Procure tintos leves feitos de pinot noir ou gamay, para ficar nos mais fáceis de achar.

Foi um gamay que tomei em um desses dias escaldantes na cidade. O vinho era um Morgon do Marcelmorgon2 Lapierre, safra 2005. Morgon é um dos 10 crus de Beaujolais, e não tem nada em comum com os difamados beaujolais nouveau. Aromas generosos de cereja e morango, com acidez marcada e refrescante. Esse vinho passa por barricas de carvalho e ao contrário de outros beaujolais, atinge seu apogeu 05 anos após a colheita. A família Lapierre produz vinhos há 03 gerações e desde 1981 optou pela produção de vinhos naturais, dispensando o uso do So2 na vinificação, filtragem e inseticida no tratamento das vinhas. Não dispense o balde com gelo, e tome a 13 graus. Você não vai se arrepender.
Infelizmente, fiquei sabendo que Marcel Lapierre faleceu (melanoma) nessa segunda 11/10/10. Seu filho Mathieu continuará o projeto.

Parabéns DCV – 1 ano

FELIZ ANIVERSÁRIO ao Decantando

O PRIMEIRO ANO NINGUÉM ESQUECE !!
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dos Amigos Editores,
Antonio Coêlho  e  Eugênio Oliveira.

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Entrevista com Randall Grahm, dono da Boony Doon (Parte I)

Segue uma reveladora entrevista com o “neurótico” e piadista produtor californiano Randall Grahm, onde ele diz que agora quer fazer vinhos menos perfeitos, mas mais originais:
Se tivessem sido produtores de vinho, Woody Allen ou John Lennon talvez fossem vitivinicultores da mesma linhagem do californiano Randall Grahm, o irrequieto dono e enólogo da Boony Doon Vineyard, uma vinícola situada em Santa Cruz, uma cidade litorânea distante cerca de 120 quilômetros ao sul de San Francisco mais famosa por ser uma das capitais do surfe do que por elaborar fermentados de uva. A aparência de Grahm, que fundou a Boony Doon em 1983, é a de um roqueiro a ostentar incontáveis turnês em seu currículo: cabelos longos, presos por um rabo de cavalo, óculos de aro redondo, tênis, camiseta e jeans. O humor lembra o do cineasta de Nova York: refinado e, ao mesmo tempo, cortante, cheio de (auto)citações e inseguranças. “Sou tão neurótico que, se talvez um dia eu tenha feito um grande vinho, posso nem ter percebido, não soube distingui-lo”, afirma, com rara sinceridade.
Os famosos rótulos da Boony Doon que parodiam vinhos europeus, sobretudo os franceses do Rhône e em menor escala os italianos, são a face mais conhecida de Grahm, uma figura dada a sátiras e experimentalismos num meio mais acostumado a formalismos e convenções. Seu vinho mais reverenciado é o Cigare Volant (Disco Voador, numa tradução literal do francês), um delicioso blend de Syrah, Grenache, Mourvèdre, Carignane e Cinsault que presta homenagem aos Châteauneuf-du-Pape, o mais famoso tinto do sul do Rhône. Em seu rótulo, um disco voador paira sobre um vinhedo. Mas suas provocações não se limitam aos rótulos. Ele só usa tampas de rosca em seus vinhos (em 2002, promoveu um funeral simbólico da rolha de cortiça em Nova York) e mais recentemente abraçou o cultivo biodinâmico de uvas, um ramo quase místico da produção orgânica. “No passado tentei agradar em demasia as pessoas. Tentei fazer vinhos perfeitos. Acho que os vinhos eram ligeiramente deformados por causa disso”, diz. “Hoje prefiro vinhos mais naturais, menos manipulados.”
Algumas das inusitadas ideias de Grahm, cujos vinhos são vendidos no Brasil pela importadora Vinci, podem ser conhecidas na entrevista abaixo, concedida na sede da vinícola em Santa Cruz. Para ir mais fundo no pensamento do produtor, comprar seu premiado livro Been Doon So Long, lançado no ano passado, é uma boa opção.

Por que você deixou a faculdade de filosofia e foi estudar enologia?
 
Fui mudando aos poucos. Eu não era um bom aluno de filosofia. Não tinha muita certeza sobre qual seria a minha carreira. Por acaso, trabalhei numa loja de vinhos e tive o privilégio extraordinário de degustar vinhos fantásticos quase todo dia. Isso foi algo especial. Acabei gostando muito da estética, da cultura do vinho, e comecei a pensar em como eu poderia me envolver com isso num nível mais profundo. Um dia então acabei tomando a decisão de mudar de carreira. Não foi uma coisa totalmente racional.

Alguém de sua família tinha alguma ligação com o mundo do vinho?
 
Nunca tive conexões com o vinho. Nunca trabalhei numa vinícola. Na verdade, até aquele momento, nunca tinha estado numa vinícola. Decidi que tinha que voltar para a escola e estudar enologia. Demorou um par de anos para eu entrar realmente em Davis (a Universidade da Califórnia em Davis é o principal centro de enologia dos Estados Unidos). Na verdade, além de filosofia, curso que eu nunca terminei, estudei ciências. Fiz um curso preparatório para medicina que incluía química, biologia e física. Esse curso eu terminei.

Quando você começou a fazer vinho, já tinha a ideia de adotar esse estilo irreverente, distante de toda a sisudez habitual do mundo do vinho?
 
Na vida, a gente não percorre um caminho em linha reta. Você vai numa direção, depois volta e vai em outra. É como velejar. Minha vida sempre foi em ziguezague. Agora espero estar mais indo mais em linha reta. Inicialmente, queria plantas uvas, fazer vinho e ter controle sobre todo o processo. Mas percebi que isso era muito difícil, muito pesado para mim. Então você aprende algumas pequenas lições. No início, eu estava cultivando Pinot Noir (na Califórnia) e, ao mesmo tempo, comprava uvas dessa variedade do Oregon. Mas logo percebi que as Pinot Noir do Oregon eram infinitamente melhores do que as que eu estava plantando. Por que então iria ter de gastar dinheiro e correr riscos cultivando Pinot Noir na Califórnia se eu podia comprar uvas melhores que as minhas? Essa constatação me levou a ter uma preocupação quase existencial sobre cultivar uvas. Você tem de saber o que está fazendo e ter sorte. Caso contrário, vai perder tempo e dinheiro e não chegar a nada.
Le Cigare Volant, o vinho top de Grahm: inspiração no Châteauneuf-du-Pape e disco voador sobre o vinhedo

Por que as uvas do Oregon eram tão melhores do que as suas?
Agora vem outro ponto importante dessa história: muitas coisas a gente simplesmente não sabe porque são de um jeito. Honestamente, não sei porque as uvas do Oregon eram melhores. Posso levantar algumas hipóteses. As vinhas deles eram mais velhas, ou talvez existam alguns lugares especiais no Oregon. Em geral, o clima no Oregon é melhor para Pinot Noir. Talvez as minhas vinhas fossem muito novas. Talvez, se eu esperasse mais dez anos, minhas uvas seriam tão boas quanto as do Oregon. Mas eu sabia que eu não iria ter sucesso — na verdade não iria sobreviver — se fizesse vinhos medíocres. Então havia uma certa pressão evolutiva para que eu encontrasse algo diferente para fazer. Eu me perguntava: “dado o que eu sei, como posso fazer um vinho de caráter?” Era jovem e sabia que não podia trabalhar com as uvas erradas.

A formação em enologia obtida em Davis ajudou em sua carreira?
 
Para o tipo de vinhos que faço hoje, a formação que tive em Davis é totalmente irrelevante. Acho que para responder a essa questão preciso antes fazer uma distinção entre vinhos de esforço e vinhos de terroir. Davis dá algumas ferramentas se você quer fazer vinho de esforço, vinhos controlados. Na maior parte da minha vida, fiz vinhos de esforço, em que você usa enzimas, leveduras, adota irrigação controlada etc. Mas estou convencido de que essa abordagem não dá os melhores vinhos. Ela produz vinhos sem defeitos, consistentes, agradáveis. Mas não dá vinhos originais. Acho que para fazer vinhos originais você de ser ligeiramente louco, ter inspiração, ser criativo, ter a mente aberta. E você tem de ter sorte.

Você fala em ser criativo, mas começou fazendo vinhos inspirados nos vinhos Rhône
 
Bem, eu não quero analisar muito a minha própria mente, mas acho que isso se deveu em parte à minha própria insegurança. Claro que eu tenho um grande ego. Mas acho que eu não queria passar a ideia de que meus vinhos eram mais do que eles realmente eram. Queria ser um pouco modesto. Não queria associá-los a ambições irrealistas. Talvez isso tenha a ver com a minha própria insegurança, mas eu nunca quis que meus vinhos fossem muito caros, nunca quis sugerir que eles eram melhores do que os vinhos europeus. Claro que eu queria, e quero, que eles fossem grandes vinhos, mas não queria que eles fossem pretensiosos. Nunca quis chamá-los Château alguma coisa. Isso para mim seria estúpido. Sei como são os vinhos autênticos, verdadeiros, e eu só queria situar os meus vinhos em seu local devido. Se eu fizesse um grande vinho, não teria nenhum problema em cobrar muitos dólares por ele.

Por que você diz que nunca fez um grande vinho?
 
Sou tão neurótico que, se talvez um dia eu tenha feito um, posso nem ter percebido, não soube distingui-lo. É mais ou menos como o Woody Allen. Acho que nem ele sabe dizer quais dos seus filmes são realmente bons e quais não são.

Por que você preferiu trabalhar com as uvas do Rhône e não com a Cabernet Sauvignon ou a Chardonnay como muitas fazem na Califórnia?
 
Pela originalidade. Se tivesse tido alguma ideia nova sobre como trabalhar com a Cabernet Sauvignon, que não é minha uva favorita, eu poderia tê-la escolhido. Mas não tive nenhuma ideia sobre como dar uma contribuição interessante com a Cabernet. Minha uva favorita é a Pinot Noir. Ainda vou um dia trabalhar com a Pinot Noir. Vou dedicar um pouco de tempo a ela. Mas não quero contar com a ideia de que o vinho será perfeito. Não vou viver para sempre. Ninguém vai. Nesse ponto da minha vida, penso que realmente gostaria de deixar uma contribuição (para o mundo do vinho). Claro que tudo que a gente faz pode ser uma contribuição para o mundo. Mas uma contribuição especial é produzir algo original, ajudar a nascer algo que artisticamente não existia antes no mundo. Foi bom ter sido um defensor das tampas de rosca, ter produzidos rótulos bonitos. Tudo isso foi fantástico. Mas descobrir um nova denominação de origem, uma nova uva, um novo estilo de vinho — enfim, descobrir um novo vinho —, é como descobrir uma nova estrela, um novo espécie, uma nova ave. O mundo se enriquece com isso.

Como nasceu a ideia desses rótulos bem-humorados? Eles agradam as pessoas, não?
 
Isso faz parte da minha personalidade. Gosto de agradar as pessoas, de vê-las felizes. Mas isso é uma faca de dois gumes. É algo positivo, mas também uma desvantagem. Acho que no passado tentei agradar em demasia as pessoas. Tentei recompensá-las demais, tentei fazer vinhos perfeitos. Acho que os vinhos eram ligeiramente deformados por causa disso. Eram muito manipulados. Hoje prefiro vinhos mais naturais, menos manipulados. Nos negócios, a gente faz o que gosta, mas também faz coisas em que a gente sabe que é bom, em que a gente se destaca.

Quem bola os rótulos?
 
Grande parte das ideias vem de mim mesmo. Mas eu trabalhei com vários artistas ao longo dos anos.

Você às vezes não se cansa deles, não pensa que se tornou um escravo deles, pois as pessoas sempre querem algo novo?
 
Estou tentando maneirar um pouco com os rótulos. Estou tentando torná-los um pouco menos malucos. Mas eu posso mudar de ideia. De repente, tenho uma grande ideia maluca e decido fazer outro rótulo doido.

Os produtores do Rhône sempre reagiram bem aos seus rótulos?
 
Acho que, desde o início, perceberam que os rótulos eram uma homenagem a eles. Tive sorte de que eles perceberam isso. Na verdade, os meus vinhos e os feitos na California com variedades do Rhône acabaram divulgando os vinhos deles. Eles viram que eu era um amigo, a favor da causa deles, e não um inimigo.

Fonte: Marcos Pivetta – www.jornaldovinho.com.br e blog do Luiz Cola

Degustação da importadora Península

peninsulaAlexandre Santos, comercial da importadora Península, veio de São Paulo para comandar uma degustação de vinhos espanhóis que fazem parte do portfólio da importadora. Os vinhos apresentados foram:

Castaño Monastrell 2007 – Vinho de entrada da vinícola, 100% monastrell, com maceração carbônica e 06 meses de carvalho americano. Um vinho muito perfumado com um adocicado fino.

Viña Sastre Roble 2007– Também vinho de entrada da vinícola, 100% tempranillo. Essa vinícola é uma das mais importantes da Espanha, seu primeiro vinho, Pesus, é o segundo vinho mais caro do país, só ficando atrás do Pingus.

Abadia Retuerta Selección Especial 2006– 18 meses de carvalho francês e americano, encorpado e complexo. Ainda não está pronto, mas já é bebível. 65% tempranillo, 30% cabernet sauvignon, 5% merlot.

Aalto 2004– Esse é um velho conhecido. Vinho de Mariano Garcia (enólogo do Vega Sicília por 30 anos). Potente, carnudo e cremoso. Vinho de extremo prazer. Envelhecido por 23 meses em tonéis de carvalho, sendo 50% em franceses novos e 50% em tonéis de 01 ano de uso, franceses e americanos. 100% tempranillo.

Todos os vinhos da Península (que importa exclusivamente vinhos espanhóis) podem ser encontrados na Adega Brasília, que fica na 405 norte, tel. 3340-2936.

Feira da Art du Vin

Comemorando 01 ano de vida, a Art du Vin convida para sua segunda feira de vinhos, que se realizará no dia 26/10/10, terça-feira, com mais de 150 rótulos à disposição.O evento ocorrerá no Dúnia City Hall, SHIS-QI 15, lote J/K, Lago Sul, das 13:30 às 18:00. Os convites devem ser adquiridos antecipadamente ao preço de R$ 70,00. Informações pelo tel.3365-4078.
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Gran Lurton Corte Friulano Reserva 2009

friulanoUsando um corte de Tokay Friulano (70%) de Tupungato, vinificado e envelhecido em carvalho, combinado com Pinot Gris (25%), Chardonnay (2,5%) e Torrontés (2,5%), essas últimas 3 sem passagem por madeira; François Lurton conseguiu um vinho gordo e original na Argentina. Aromas de flores, frutas tropicais e baunilha, envoltos por acidez refrescante fazem desse vinho um excelente exemplar de branco. O seu preço é inacreditável, R$ 39,00. À venda na importadora Barrinhas (021-21310021-RJ).

144 garrafas de Romanée-Conti em 03 dias!!!!

wishÉ isso mesmo que você leu, 12 safras de cada um dos seis rótulos produzidos pelo Domaine de La Romanée-Conti foram degustadas nesses três dias. Por dia foram abertas 04 safras, 24 vinhos e 48 garrafas (foram abertas sempre 02 garrafas de cada). Totalizando 144 garrafas desse mito. Quem esteve presente nesse oásis do vinho foi Manoel Beato, talvez o cara que beba os melhores vinhos no Brasil. É ele mesmo quem narra esse evento que ocorreu no início de Agosto, em um hotel aqui no Brasil e que contou com a presença de Aubert de Villaine, proprietário do DRC.

Segundo Beato, eram 44 degustadores que ser reuniam por volta das 13h no hotel e eram recebidos com Caviar e champagne Cristal. A degustação começava cerca de 01 hora depois e a cada “bateria” de 06 rótulos de cada safra, paravam para comer um menu definido por um chef contratado para fazer a harmonização. A seleção das garrafas tinha várias origens, adquiridas há muitos anos, mas pertencentes à mesma família há duas gerações. Maiores detalhes sobre essa degustação (análise dos vinhos inclusive) estão na revista Wish Report n. 40 de onde foram retiradas as informações dessa postagem. Beato, que já tinha relatado uma degustação de 120 safras de Château Lafite-Rothschild em que participou no Rio de Janeiro, agora nos faz imaginar como terá sido essa festa Borgonhesa.

Vinhos brancos para octopus (polvo)

con-ventoUm professor da faculdade, Chef Max, solicitou-me dicas de harmonização de vinhos para acompanhar pratos à base de polvo, pois iria preparar um evento entre amigos servindo este fruto do mar. Após refletir sobre seu pedido, lembrei-me de vinhos para acompanhar estas receitas que eu mesmo já havia executado e que combinaram perfeitamente.

As melhores combinações ficam entre os brancos secos refrescantes e de citricidade típica, como havia dito a ele, e indiquei dois lugares em que esta iguaria está entre as melhores do mundo: na costa oeste da Itália e na Grécia – é uma refeição tipicamente mediterrânea. Assim, vinhos brancos de Santorini são boas indicações (onde lá chamam polvo de “octopus”), como: Santorini OPAP (uva assyrtiko) ou Kallisti (Boutari) – já tomei ambos e são explêndidos. Na costa Amalfitana e Sicília (Itália) há tb excepcionais vinhos. Qualquer branco que achar destas regiões estará bem com polvo, e fará bonito para seus convidados (fotos anexo de meu preparo de arroz de polvo e lula). Existem outros brancos, bem secos e com ótima citricidade, de outros países. Vejam a lista abaixo:

– Santorini OPAP (uva assyrtiko) – Grécia;

– Kallisti (Boutari) – Grécia;
– Con Vento Sauv.Blanc de Terriccio – Itália;
– Fiorduva d’Amalfi de Marisa Cuomo – Itália;
– Regaleali Tasca d’Almerita Sicília (uvas Inzolia/Grecanico) – Itália;
– Filipa Rosé (uva Baga) – Portugal;
– Vetiver Rioja – Espanha;
– Santa Ema Sauv.Blanc – Chile.

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Locais de compra de alguns dos vinhos indicados: Grand Cru (QI-9/11, Conj L/6, Lago Sul); e Mistral (QI-9, bloco J, Lago Sul).

Débora Breginski, nova entrevista da sommelière

deboraEm recente entrevista para o site Sampa Vinhos, Débora Breginski, sommelière do restaurante Dressing, condutora do jantar de lançamento do DCV em novembro de 2009, aborda com clareza e competência, alguns assuntos de sua trajetória. Para entrevista anterior clique aqui. Ela acaba de ser eleita a 3 melhor sommelier de São Paulo pela revista Veja São Paulo Comer e Beber 2010-2011(22/09/10), dividindo a posição com Manoel Beato (Fasano) e Daniela Bravin (Ici Bistrô). Confira:

A vida da paranaense Débora Breginski mudou da água para o vinho ao vir para São Paulo em 2000. O contato com Manoel Beato levou-a a investir em nova profissão. Há seis anos é a sommeliére do restaurante Dressing.

Embora formada em hotelaria pela PUC do Paraná você estreou no mundo do trabalho seguindo os passos do seu pai. Conte-nos sobre isso.   

Meu pai sempre foi apaixonado por automobilismo. Eu ia com ele para as pistas desde pequena, cresci no meio e acabei seguindo os passos do meu pai. Estreei na área cuidando da logística de eventos de uma equipe de Stock Car e, em 2000, fui convidada pela LeasePlan, multinacional responsável por locação operacional e gestão de frotas, para coordenar a área de eventos. Acabei me mudando para São Paulo.

O que a incentivou a mudar de atividade?   

Na realidade, a vida me levou. Desde pequena, minha avó molhava o miolo do pão no vinho e me dava para aquecer o corpo no inverno. O frio em Curitiba sempre foi intenso. Com a minha vinda para São Paulo, sozinha, sem família e amigos por perto, busquei ampliar minha rede de relacionamentos. Eu já conhecia um pouco do ramo alimentício e lidava com importadoras, assim, pensei em estudar vinhos, na época, um mercado restrito e inovador, ponto de encontro de pessoas viajadas, cultas e sofisticadas. E foi assim, entre uma ligação e outra em busca de cursos sobre vinho e enologia, que eu fui atendida por Manuel Beato, sommelier do Fasano. A empatia foi imediata, eu passei a freqüentar seus cursos, abandonando logo em seguida o ramo automobilístico e estreando no Fasano como sommeliére assistente. Minha paixão pelo vinho tinha apenas começado. 

Então tratou de investir na sua formação? 

Exatamente. Sou formada pela ABS (Associação Brasileira de Sommeliers). Na prática, minha escola começou no Fasano. Iniciei como assistente e cheguei à segunda sommeliére. Viajei dois anos pelo mundo, conheci muitas vinícolas na França, Espanha, Portugal, Itália, Chile, Argentina e Uruguai e apreendi muito no dia a dia com os produtores, enólogos e profissionais da área.

Que papel teve o sommelier Manoel Beato na sua decisão de pertencer definitivamente ao mundo do vinho?   

Fundamental. Ele fez despertar em mim esta paixão, o prazer de beber, servir e compartilhar um bom vinho. 

Que lições tirou de suas visitas aos países produtores dos melhores vinhos do mundo? 

Todas. Aprendi como se planta uma uva, como produz um vinho, vinifica e engarrafa, enfim, já participei de todo processo de produção de um vinho para entender o sentido da harmonização e a sensação final entre um prato e um vinho. 

Qual a sua visão sobre a produção nacional?   

Nos últimos 10 anos, o mercado brasileiro entrou em ascensão. Temos ótimos vinhos brancos e espumantes e, com os novos pólos de produção de vinho, como Petrolina e Vale do Paraíba, os vinhos tintos também estão começando a se destacar. 

Há seis anos como sommeliére do Restaurante Dressing, você conseguiu desenvolver uma carta de vinhos com 160 rótulos. Que critérios considerou para realizar essa seleção?  

A primeira carta de vinhos do Dressing, em 1987, era composta por 15 rótulos e, hoje, mais completa e sempre renovada, conta com mais de 160 rótulos dispostos em uma ampla e sofisticada adega climatizada. Procurei sempre buscar em cada país as diferenças provenientes do solo, clima, tipo de uva e produção para uma composição harmoniosa e qualificada de rótulos. 

Para finalizar, gostaríamos que fizesse duas recomendações de vinhos que considere interessantes com suas respectivas harmonizações.  

O Montessu IGT 2006 – Punica – Sardegna harmoniza muito bem com o Carré de cordeiro ao forno com riso nero trufado e chips de batata. Enquanto o Zuccardi Chardonnay – Viognier 2008  – Mendoza harmoniza muito bem com o Robalo ao molho de limão siciliano e risoto trufado.
Foto: Divulgação.