
Santotini OPAP 2006

Como tenho dito, minha mais nova descoberta, e consequentemente mais nova paixão, são os icewines. Jamais imaginei que um dia me empolgaria com vinhos de sobremesa. Pude provar outro exemplar canadense, da Stratus Vineyards, feito da uva riesling. O Canadá é o maior produtor de icewine e diferentes cepas são usadas para fazê-lo, entre
as quais a já citada, ehrenfelser e a Vidal. Essa última faz a fama dos icewines canadenses por raramente ser encontrada em outro lugar.
Esse Stratus riesling é feito em Ontário e tem uma intensidade única, com excelente acidez, que não o deixa enjoativo. Cremoso, termina longo, com retrogosto refrescante. Já presenciei Sauternes sobrando em garrafas de 375 e 750 ml principalmente, mas ainda não vi restar uma gota em garrafas de icewine. Principalmente se eu estiver por perto.
Como muitos sabem, o Château Mouton Rothschild estampa em cada safra um rótulo artístico diferente. Normalmente, é feito por um artista famoso do mundo da pintura, se bem que, a de 2004 foi feito pelo príncipe Charles da Inglaterra. Desde 1945 é assim, cada ano um rótulo diferente, retomando uma idéia utilizada pelo próprio château, nas safras 1924(homenageando o primeiro engarrafamento no château), 1925 e 1926.
1924
Retomado em 1945, com o rótulo em comemoração a vitória na segunda guerra mundial, o rótulo é conhecido como o “V” da vitória, feito por Philippe Jullian, em referência a Winston Churchill.
1945
O rótulo da safra 1953, celebra o centenário da aquisição do château, em 11 de maio de 1853, pelo Barão Nathaniel de Rothschild, que imediatamente rebatiza, o antes Château Brane-Mouton, em Château Mouton-Rothschild.
1953
A safra de 1973 homenageou Pablo Ruiz Picasso, falecido em 08 de abril desse ano. Não foi uma boa safra, mas por ser o ano em que a classificação de 1855 foi revista, elevando o Mouton a premier cru, e o rótulo do Picasso, fizeram com que as vendas disparassem.
1973
Em abril de 1977, a convite do Barão Philippe de Rothschild, Sua Majestade Rainha Elizabeth, Rainha Mãe da Inglaterra, passou três dias no Mouton devido à visita oficial a Bordeaux. Para comemorar, e com a permissão da Rainha, a safra teve rótulo comemorativo alusivo à ocasião.
1977
No ano de 1978, o rótulo foi encomendado ao artista canadense Jean-Paul Riopelle. Ele preparou dois rótulos. Como ficou difícil escolher entre eles, se optou engarrafar metade da safra com um rótulo, e a outra metade com o outro.
1978
O pintor suíço Hans Erni, fez o rótulo da safra 1987, que foi dedicado a Philippine de Rothschild, filha do Barão Philippe, que faleceu em 20 de janeiro de 1988.
1987
O rótulo do 1993 foi polêmico. Feito por Balthus, retratava uma adolescente nua, o que não agradou em nada os norte-americanos. Para ser vendido nos EUA, o Mouton teve que retirar a gravura do rótulo. Assim pela segunda vez o vinho tinha dois rótulos.
1993
Para a safra do milênio, o château quebrou a tradição, e no lugar do rótulo colocou uma serigrafia de um carneiro dourado, que é o emblema do château. Assim transformou a garrafa em item de colecionador.
2000
A safra de 2003 marca o aniversário de 150 anos do château. O rótulo homenageia o Barão Nathaniel de Rothschild, que comprou e rebatizou o Mouton em 1853. O rótulo é uma foto do Barão.
2003
Fontes: Site Oficial e Guia Larousse do Vinho – Manoel Beato / Fotos: Site Oficial
Postagem feita por mim em 26/07/2009, e publicada originalmente no blog Um Papo Sobre Vinhos do meu amigo Guilherme.
Este vinho australiano é um blend muito bem produzido pela vinícola Penfolds. Os varietais tintos não são experiências boas da mesma, por serem exagerados na madeira. A partir desta montagem: shiraz e cabernet, a vinícola se redime. De cor vermelho brilhante ele é musculoso e prazeroso, com acentuado adocicado. Notas de especiarias e frutas pretas. R$ 60,00 – Mistral.
Mais uma noite insuperável no restaurante Dom Francisco 402 sul, comandado pelo casal Giuliana Ansiliero e Edinho Monteschio. Não me canso de tecer elogios a essa casa que, além da ótima comida, dá um tratamento diferenciado ao vinho. Sommelier capacitado e vinhos adegados em temperatura de serviço (além da adega principal, há outra só para brancos, e os espumantes ficam em geladeira). O restaurante conta com inúmeras opções de vinhos, de diversas importadoras, não privilegiando esse ou aquele fornecedor. Quem ganha com isso é o consumidor. Outro mimo, que só vi no Dom Francisco, foram as taças Riedel, colocadas no restaurante pela segunda vez (após a quebra do primeiro enxoval, sim elas quebram) mostrando a busca contínua deles pelo melhor. Tanto na matéria prima quanto nos periféricos. Já ia esquecendo, apenas lá, há uma carta exclusiva de vinhos em taça, aonde você pode tomar Brunello, Amarone e outras opções desse nível.
Mas vamos ao jantar: Na companhia do casal citado e de outros amigos em comum, pude me deliciar de entradas acompanhadas de um Villa Francioni Sauvignon Blanc, sucedido por um Montevetrano (tinto da Campania-60% c.s, 20% merlot e 10% aglianico) e um Amarone Montresor, que escoltaram a refeição. Para finalizar, minha mais nova paixão chegou à mesa, um Icewine canadense da uva riesling, que me deixou estarrecido por sua originalidade e acidez. Isso sim é um vinho de sobremesa sério. Parabéns ao Dom Francisco, que neste ano completou 22 anos de qualidade.
Tenho uns vinhos tão bem guardados em casa, que às vezes esqueço que eles existem. Esse Redoma tinto 1995 era um desses. Um vinho feito por Dirk Niepoort no Douro, com as castas Tinta Amarela, Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinto Cão. A casa Niepoort também é muito famosa pelos vinhos do Porto que produz.
O primeiro Redoma foi produzido em 1991 e a safra 1995 é a terceira de sua existência, sendo precedida pela 1994. Quando redescobri esse vinho em minha adega, tratei de arrumar um pretexto para abri-lo, já com medo de estar estragado.
Hoje em dia, todo mundo que quer fugir da receita de vinhos pesados, alcoólicos, super encorpados e com excesso de madeira, tem como opção um vinho português. Eles têm uma infinidade de uvas autóctones, que dão origem aos mais diferentes estilos de vinhos. Concordo com tudo isso e acrescento que um vinho português envelhecido, gera um estilo bem peculiar, difícil de ser encontrado. Esse Redoma estava assim, com a cor rubi, atijolado, com aromas de iodo, merthiolate, húmus, couro e mantendo um traço de acidez. Com certeza não agradaria um iniciante ou quem prefere vinhos jovens, mas me agradou em cheio. Vou até ver se não tenho outra garrafa esquecida.
Eu nunca tinha tomado um Icewine, aquele vinho de sobremesa, feito a partir de uvas congeladas pela natureza. Confesso que tenho pouquíssima experiência com vinhos de sobremesa, quase não os compro. Quando meu amigo Edinho sugeriu abrir uma garrafa dessas ao fim de uma degustação, não me entusiasmei muito, mas aceitei a oferta. Bendita
hora que provei esse néctar, nunca imaginei que iria me empolgar tanto com um vinho de sobremesa. Um Icewine canadense, feito da uva Vidal, extremamente cativante. Apesar de doce, não era enjoativo, tinha um contraste de doce/azedo, um tamarindo, e continha inúmeras camadas de aromas como doce cristalizado de caju, doce de banana, doce de jaca… O vinho termina com aquela sensação de quero mais. O vinho se chamava The Lost Bars 2006, e a partir de agora vou prestar muita atenção nesses Icewines.
Profundo. Não poderia haver nome melhor para definir esse vinho de Walter Bressia, feito em Luján de Cuyo, Mendoza. Ele faz parte dos assemblages que estão sendo feitos atualmente na Argentina, com outra proposta de estilo. Fugindo daqueles adocicados excessivos, corpo mastigável e madeira exagerada, esse vinho prima pela elegância. Não vá tomá-lo achando que é um francês, não é isso. É um vinho Argentino, novo mundo, mas de extremo bom senso, sem os exageros comuns dos vinhos sul-americanos.
Tomei o Bressia Profundo 2005, essa é a safra corrente desse vinho, e acho que ele envelhecido deve ser bem diferente, mais prazeroso ainda. Nessa safra o blend é de 50% malbec, 30% c.sauvignon, 10% merlot e 10% syrah. Nas palavras de Walter Bressia, Profundo significa paixão (malbec), alma (merlot), vigor (C.S) e perseverança (syrah), e foi isso que ele buscou em cada uma dessas cepas para fazer esse vinho. Foram produzidas apenas 8.000 garrafas numeradas dessa safra. Clique aqui para ver a postagem sobre o Lágrima Canela 2007, vinho branco de Walter Bressia.
A terceira edição do VINUM BRASILIS quebra seu próprio recorde e consolida-se definitivamente como a maior vitrine do vinho nacional, longe da Serra Gaúcha. Isto é o que foi visto, provado e atestado pelas quase uma centena de profissionais do ramo e 610 almas privilegiadas que compareceram ao esplêndido Salão de festas do Clube Assefe, em Brasília-DF. Idealizado há seis anos pela Confraria Amicus Vinum, os Encontros de vinho ganham força com a incansável perseverança do confrade Petrus Elesbão. O evento desta 5a.feira (26) inicia – queremos crer – um ciclo sem volta para maior vitrine nacional do vinho brasileiro. Vejam mais imagens que não deixam dúvidas e que definem a pujança da cultura do vinho na Capital brasileira onde junta: perseverança, crença, força de trabalho, qualidade e mais que nunca, um benchmark referencial a outros eventos. Resta-nos, então, deixar os parabéns a todas as vinícolas que acreditaram e expuseram o que o Brasil produz de melhor, além dos valorosos amigos, parceiros, apoiadores e patrocinadores. Valeu, galera. E que venha o IV VB 2011 !!!