Decanter Wine Show 2010, no Rio de Janeiro

Mais um show da impordadora Decanter. Foi isso que aconteceu na terceira edição da feira (02/08/10) que a importadora promove a cada dois anos no Brasil. Vários produtores estavam presentes nessa exposição que considero a melhor dentre as realizadas pelas importadoras. Incontáveis maravilhosos vinhos eram servidos sem cerimônia, havia uma ilha de água e um salão com buffet bem variado. Como não haveria a feira aqui em Brasília, me desloquei para o Rio de Janeiro, no hotel Sofitel, onde ocorreu o evento. Adolar Herman, proprietário da Decanter, Fernanda Fonseca, assessora de imprensa e Guilherme Correa, Sommelier da casa, estavam presentes e se esmeraram para que tudo corresse bem. Foi o que aconteceu e estão novamente de parabéns.
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Da esq. p/dir. na primeira linha: Ed Motta e Eugênio/ Vista do Salão/ Roberto Cheferrino e Oscar Daudt/ Ricardo, Alan e Pedro Hermeto (Aprazível)/Guilherme Correa ao centro de uma conversa/ Segunda linha: Laure Colombo apresentando o Cornas/Vinhos Jean Luc-Colombo/Guido da San Fabiano de Calcinaia/ François Labet do Chatau de La Tour-Clos Vougeot. Clique nas fotos para aumentar.
 
Consegui provar cerca de 70 vinhos, havia uns 400 rótulos, e os que mais me marcaram foram o Clos Vougeot Grand Cru de François Labet, Hermitage Le Rouet, Côtie-Rôtie La Divine e Cornas Les Ruchets (os 3 de Jean Luc Colombo), Barbaresco e Piodilei de Pio Cesare, Fiano Avelino Ripa Alta e Taurasi da Vila Raiano e o Riesling Mort´s Block de Kilikanoon. Poderia passar o resto da postagem listando outros vinhos de que gostei, mas isso fica para outra hora.
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Da esq.p/dir. Elaine de Oliveira (Giuseppe) e Clara Mei (Bar d´Hotel)/Oscar Daudt (Enoeventos) e Adolar Herman (Decanter)/Maya Carrières (Mr.Lam)/Cornas/Dionisio Chaves (Fasano) num bate-papo com Ed Motta.

O salão do Sofitel ficou lotado e pude reencontrar alguns conhecidos como o Oscar Daudt do Enoeventos, o Pedro Hermeto do Aprazível e o Alexandre Lalas que estava lançando o seu site Winereport. Estiveram presentes também o Ed Motta, Renato Machado (Globo), Dionisio Chaves (Sommelier do Hotel Fasano-Rio), Duda Zagari da Confraria Carioca e o simpatissíssimo Bruno Agostini do Blog Enoteca do O Globo on-line.

Entrevista com o Sommelier Manoel Beato

beatoEm recente entrevista, Manoel Beato, um do melhores sommelires do Brasil, falou sobre vários aspectos do mundo do vinho. O DCV reproduz esse bate-papo, que foi originalmente publicado no site do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo). Confira:

Referência para apreciadores de vinho iniciantes e experientes, Manoel Beato é sommelier-chef do Grupo Fasano e um dos maiores nomes do país quando o assunto é o “néctar dos deuses”.
 Paulista de Assis, Manoel Beato é referência nacional em degustação de vinhos.
O paulista de Assis já foi garçom, barman, mas o grande interesse pelo universo gastronômico da Nouvelle Cuisine – que preza pelo sabor e combinações dos alimentos – fez com Beato que se especializasse naquela que é a bebida par número um das refeições.
Com especialização pelo Bureau Interprofessionel du Vin de Borgogne (na França), e viagens a grandes regiões vinícolas, o também autor e apresentador do programa Adega Musical, na radio Eldorado FM, falou com exclusividade ao Sincodiv Online sobre o que mudou na relação do brasileiro com a bebida, a qualidade dos vinhos e das novidades que se pode esperar da 3ª edição do livro Guia de Vinhos Larousse, a ser lançado em agosto deste ano e que é assinado por ele.
 
Sincodiv Online: O perfil de consumo de vinho no Brasil mudou nos últimos 20 anos. Seja pela abertura dos portos ou moda, o fato é que o brasileiro consome mais esta bebida. Isso aconteceu só aqui ou em outras partes do mundo também houve um crescimento?

Manoel Beato: Isso ocorreu em outras partes do mundo também. Não sei precisar um acontecimento específico que tenha sido responsável por esse movimento, mas o fato é que houve um crescimento qualitativo.
Aqui, o aumento do consumo se deu em quantidade e qualidade, mas em outros países, em que até houve redução na média de consumo da bebida pelas pessoas, ainda assim se registrou que a qualidade dos vinhos consumidos havia melhorado.
A bebida ganhou status e passou a ser um produto “cultural”, fazendo parte de um contexto maior, envolvendo Gastronomia, viagens e leituras. Hoje, eu diria que conhecer vinhos é como conhecer arte. E, isso é um fenômeno mundial. Aconteceu até mesmo em países como Espanha, França e Itália, que são tradicionais produtores e consumidores da bebida.
 
Sincodiv Online: Antes o brasileiro tinha dificuldade para escolher um bom vinho pela falta do hábito de beber, enquanto hoje, com o consumo um pouco mais difundido, vive o “privilégio da dúvida” pela enorme quantidade de rótulos. Diante das prateleiras, como selecionar produtos entre tantas opções?

Manoel Beato: Não há jeito de escolher um bom vinho sem consultar um guia ou sem que haja a indicação de alguém. Para explicar esta situação faço a analogia com a visita a uma biblioteca. Imagine se você tivesse que escolher um bom romance, entre centenas de opções, sem poder ao menos folhear as páginas ou sem conhecer os autores.
Mesmo rótulos oriundos de regiões famosas pela produção de vinhos podem ser ruins, por isso insisto que a garantia de uma boa compra está na pesquisa e busca por indicações confiáveis.
No que diz respeito ao preconceito que existe em relação aos vinhos comercializados em supermercados, digo que, havendo uma rotatividade alta dos produtos, não há problema, por exemplo, em a garrafa estar na posição vertical (quando a indicação para melhor armazenamento é a horizontal). Hoje, a maioria dos supermercados é climatizada e não deixa a bebida exposta à luz, dois dos principais fatores que levam à deterioração da bebida. Por isso, havendo produtos de qualidade, não vejo mal algum na compra ser feita nos supermercados.
 
Sincodiv Online: A pessoa interessada em conhecer bons rótulos deve estar atenta a que tipo de informações relacionadas à bebida? E, para quem quer aprender sobre vinhos nos dias de hoje, o que é mais indicado: literatura ou curso?

Manoel Beato: Para buscar entender a qualidade de um vinho pela leitura de seu rótulo, primeiramente, deve-se saber quais são as regiões propícias à produção dos melhores vinhos; depois é importante se conhecer os produtores que se destacam e, finalmente, buscar informações sobre as safras – elas levam a diferenças importantes na qualidade dos vinhos.
Em resumo, a pesquisa de bons rótulos envolve estar bem informado, reforçando o que comentei sobre como fazer para selecionar bons produtos diante de tantas opções dispostas nas prateleiras.
Já quanto à melhor forma de conhecimento sobre o assunto, acredito que a aprendizagem por meio de um curso básico, sem dúvida, ajuda e é importante. Aprender sobre uvas e o mapa de regiões contribui para despertar o interesse pelos demais temas relacionados aos vinhos.
Apesar disso, não está dispensada a busca de informações por meio da leitura. Existem alguns guias consagrados, como os lançados por Saul Galvão (já falecido), José Osvaldo Albano do Amarante, e eu não poderia deixar de indicar o Guia Larrousse de Vinhos, que é assinado por mim e terá sua terceira edição lançada em agosto deste ano.
 
Sincodiv Online: Sobre o Guia Larrousse de Vinhos, que acabou de mencionar, o que se pode esperar de novidade quanto à terceira edição, a ser lançada no segundo semestre?
 
Manoel Beato: Além do resultado da avaliação de 800 novos rótulos (que atualizam a lista de cerca de 1.000 catalogados), a terceira edição do Guia trará um capítulo dedicado à indicação de vinhos para várias e diferentes ocasiões, a exemplo de jantares de negócios, românticos e até para reuniões com conhecedores da bebida.
A publicação, que atualmente apresenta a combinação de vinhos com pratos da culinária brasileira, também contará com orientações para combinações com pratos clássicos da culinária internacional.
 
Sincodiv Online: A partir de sua experiência, é possível afirmar que vinho caro é sinônimo de bom vinho? Qual o valor mínimo para se adquirir uma boa bebida?

Manoel Beato: Aqui no Brasil, a partir de R$20,00 já se consegue adquirir um bom vinho. Já aqueles considerados “obras-primas” não saem por menos de R$100,00.
A questão de preços dos vinhos é a mesma que cria parâmetros para outros segmentos. Um exemplo são as diferenças de valores de produtos da indústria da moda. Detalhes da produção, o marketing e a tradição de uma “marca” podem encarecer muito o produto.
Por conta desses fatores, mesmo alguém que entende de vinho pode, sim, considerar um vinho de R$200,00 melhor do que um que é vendido por R$5.000,00.
 
Sincodiv Online: Na mídia, há notas de degustação para várias faixas de preços de vinhos e apontamentos positivos para produtos de R$30,00 e também R$200,00. Quais as principais diferenças entre bebidas feitas a partir do mesmo tipo de uva, mas com valores tão distintos, embora bem classificados pelos especialistas?

Manoel Beato: As diferenças envolvem a complexidade aromática dos vinhos. Na prática, isso significa que quanto maior o número de aromas percebidos (e menor o gosto de “suco de uva”), melhor é o vinho. Outro quesito é a persistência gustativa, a intensidade aromática e, finalmente, a harmonia entre todos esses elementos.
São essas as características que diferenciam os vinhos e definem a personalidade de cada uma das bebidas, ainda que produzidas pelo mesmo tipo de uva. A classificação dos vinhos leva em consideração o custo-benefício da relação preço e qualidade, por isso rótulos comercializados por R$30,00 podem ser bem classificados, assim como ocorre com aqueles mais caros.
 
Sincodiv Online: Dez vinhos brasileiros, a maioria espumantes, foram recentemente premiados na edição do International Wine Challenge 2010, um concurso inglês que é dos mais prestigiados do mundo. O país está se tornando referência na produção deste tipo da bebida?
 
Manoel Beato: Eu não diria referência, mas entendo que o Brasil passou a ser aceito como um país dentro dos quais são produzidos vinhos de boa qualidade.
O vinho espumante é avaliado pelos mesmos critérios de classificação do que o vinho “tranquilo” (não espumante). Aqui no país, já são produzidos bons tintos, o que ainda não acontece em relação aos vinhos brancos. Neste grupo, ainda temos pouca coisa interessante dentre os rótulos, em minha opinião.
 
Sincodiv Online: Quem são os sommeliers que considera referência no universo dos vinhos? Quais as habilidades que este profissional deve ter para conseguir desenvolver bem sua atividade?

Manoel Beato: A começar pelo perfil do profissional, estou certo de que para o sommelier exercer bem a atividade é preciso que goste de servir em primeiro lugar. Tem de saber lidar com o público, além de, claro, conhecer sobre vinhos. O bom senso é o que faz a diferença entre esses profissionais, que devem saber oferecer opções em rótulos para que o cliente fique à vontade para escolher aquele que melhor atende sua relação custo-benefício.
Em uma grande cidade como São Paulo, por exemplo, a ida a um restaurante é muito mais do que entretenimento, trata-se de um acontecimento gastronômico, uma experiência especial para pessoas que passam a maior parte do tempo trabalhando. Decisões que mudam suas vidas são tomadas nesses momentos.
Já quanto a nomes de sommeliers, posso citar Guilherme Correa (da Decanter Importadora de Vinhos); Gianni Tartari (da Enoteca Fasano) e Dionísio Chaves (também do Grupo Fasano, no Rio de Janeiro); Alexandra Corvo (que está à frente de uma escola, além de ser autora e apresentadora de um programa sobre vinhos na BandNews FM); Gabriela Monteleone (sommelière do Gero São Paulo – do Grupo Fasano – e articulista da Revista Brasileiros); Daniela Bravin (responsável pela carta de vinhos do Ici Bistrô e Tappo Tratoria); Tiago Locatelli (do Varanda Grill) e, finalmente o Luizinho (Luiz Carlos Souza, do restaurante Quadrifoglio, no Rio).
Dos nomes internacionais que assinam boas publicações sobre o assunto, vale mencionar os franceses Eric Baumard e Olivier Poussier. Este último escreve na revista Le Meilleurs Vins de France. Finalmente, completo a lista com o italiano Enrico Bernardo.
 
Sincodiv Online: O consumidor de vinhos, hoje, deve ser muito diferente daquele que o sommelier atendia há 20 anos. Como é a relação do cliente com o profissional especializado em vinhos? O que mudou nessas duas décadas?

Manoel Beato: Hoje em dia, esta relação é de troca. Eu acho que o sommelier atualmente tem a oportunidade de aprender com os clientes que, por estarem atentos ao que acontece nesse universo, trazem até mesmo informações novas.
Apesar disso, ainda é um pouco problemática a relação do consumidor com o sommelier no Brasil. Existe desconfiança em relação a este profissional. Tenho a honra de ser conhecido e, portanto, não passo por esse constrangimento.
Vale ressaltar que a falta de credibilidade acontece muito por culpa dos próprios sommeliers. Alguns profissionais, em vez de desempenharem seus papéis, atuam como vendedores de vinhos, beato2sugerindo apenas os rótulos mais caros. É ruim para todos quando isso acontece…
 
Sincodiv Online: Para concluir, nos tire uma dúvida: você percebe alguma correlação entre a preferência do consumidor por tipos de vinhos e veículos?

Manoel Beato: Acho que não… Não existe essa correlação. O que há são gostos/paladares diferentes. É até curiosa esta questão. Recentemente, atendi uma cliente que pediu a sugestão de um vinho “suave”, que ela classificou como “mais feminino”. Mas, muitas mulheres preferem os vinhos encorpados e a minha experiência mostra que não há como categorizar os consumidores de vinhos por gênero ou estilos de personalidade, afirmando que determinados perfis tendem a preferir alguns tipos da bebida. Pessoas “arrojadas” podem perfeitamente preferir vinhos menos intensos. 
 

Segundo curso WSET em Brasília

wset2WSET® Nível 1 – Certificado Introdutório em Vinhos
Quando:
17/08/2010 – 19/08/2010 19:00 hs – 22:00 hs
Onde:
Restaurante DOM FRANCISCO – Brasília/DF
Categoria:
08/2010

Descrição

Dias 17, 18 e 19 de agosto de 2010
Local: Restaurante DOM FRANCISCO DO LAGO
Asbac – Assoc dos Servidores do BCSCES, Trecho 02, conjunto 3, parte – Brasilia/DF
Horário: das 19:00 ás 22:00hs
Investimento: R$ 800,00 (consulte condições para pagamento na FICHA DE INSCRIÇÃO)
Inscrições até o dia 04/08/2010 www.thewineschool.com.br

Um giro pela Borgonha e Itália

Finalizando a viagem, Alessandra Rodrigues nos conta um pouco do giro pela Borgonha e Itália:

“Depois do Vinitaly pude ir pra Borgogna experimentar  vinhos de pequenos produtores: Rossignol Trapet, Domaine de Voillots, Sérafin, entre outros…O que dizer dos vinhos da Borgogna? Ma-ra-vi-lho-sos!! Além de ter feito várias degustações comparando diferentes safras do mesmo vinho, a simpatia desses pequenos produtores é realmente muito agradável. Fui até convidada pra fazer a vindima esse ano!! Quem sabe…

Claro que aproveitei pra dar uma passadinha pra ver a Romanée Conti, mas sem reserva com antecedência e muita sorte, é impossível visitá-la…

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De volta pra Itália, visitei a Tenuta Santomè. Fui recebida muito bem pelos proprietários que me fizeram conhecer  toda a cantina, o processo de produção de vários vinhos, além de experimentar todos os vinhos produzidos e ouvir deliciada a história da família até a decisão de montar essa casa vinícola. É uma casa nova mas com uma família que gosta e se empenha de verdade naquilo que faz. Vinhos de todos os tipos e pra todos os gostos. O Prosecco produzido lá é estupendo!

Poucas semanas de viagem, férias terminadas mas com uma satisfação enorme de ter conhecido tanta gente nova, de ter reencontrado velhos amigos e de ter alimentado ainda mais minha vontade de continuar aprendendo sobre vinhos…Espero voltar logo!!!
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Felizmente, de volta ao Brasil, pude participar em uma única semana, de dois eventos sobre vinhos no Rio de Janeiro:

Vinos de España – promovido pelo ICEX (Instituto Nacional de Comércio Exterior)

Encontro Mistral 2010

Logo logo, conto melhor como foram esses dois eventos.

Um grande abraço,

Alessandra Rodrigues.”

Barda 2007

bardaA Bodega Chacra está localizada no vale do Rio Negro na Patagonia norte. Seus vinhedos de Pinot Noir foram descobertos e adquiridos por Piero Incisa della Rocchetta (Sassicaia). O vinho Barda é dócil e convidativo, com pétalas de rosas, cereja, morango e notas de pimenta doce que se combinam em um corpo fresco e modestamente estruturado. Macio, mas com final prolongado. Para beber agora.R$98,00 na Expand.

Vinhos da Bodega Chacra no Galeto´s

chacra1Os editores do DCV foram conhecer um dos mais novos restaurantes de Brasília, a casa paulista Galeto´s, que se instalou no novíssimo shopping Iguatemi. Para essa empreitada fomos acompanhados de Edson Monteschio (Dom Francisco), Walmir Reis (Expand) e do meu amigo Ricardo Salmeron. Ambiente amplo com pé direito alto, atendimento muito gentil e comida bem feita. Receita certa de sucesso para uma casa que já tentou se instalar em Brasília e fracassou. Para quem não lembra, o Galeto´s  funcionou no Park Shopping, na antiga praça de alimentação (no local ocupado posteriormente pelo Francisco)

Tomamos todos os vinhos Pinot Noir feitos pela bodega Chacra da Argentina, mais precisamente Rio Negro na Patagônia.

A bodega Chacra pertence à Piero Incisa della Rocheta, diretor da Tenuta San Guido, que faz o cultuado supertoscano Sassicaia. Sua colheita é totalmente artesanal e todo trabalho baseado no método biodinâmico. Eles elaboram 3 vinhos pinot noir e 1 merlot (Mainqué). Os pinot provados foram:

Barda 2007, com 12 meses de barrica, é o vinho de entrada da bodega. Feito com uvas de vinhedos mais novos e com vinhos de barricas que não chegaram ao nível de fazer parte dos mais caros. Apresentou uma bela cor clara, com ótimo frescor e aromas frutados. Um ótimo preço/qualidade.

Chacra 55 (2007), esse número advém do ano de origem do vinhedo que fornece as uvas para o chacra2vinho. Um pouco mais estruturado que o primeiro, mas o dobro do preço, sem proporcionar o dobro da qualidade. Alguns até preferiram o Barda a ele.

Chacra 32 (2005), novamente faz referência ao ano de origem do vinhedo, 1932. Agora sim, um vinho estupendo, sério, com aromas cativantes de cereja e muito elegante na boca. Totalmente distinto dos dois primeiros, tanto no olfato quanto no paladar. Se o dinheiro estiver curto compre o Barda, mas se esse não for o problema, compre uma caixa do 32.

Vinho mais caro que carro!!

moulin1Outro dia fiz uma postagem sobre um aumento de mais de 45%, aplicado em cima do preço de um vinho, pela Enoteca Fasano. Recebi vários comentários, a maioria apoiando a postagem e alguns reclamando da mesma, principalmente em relação a comparações com o mercado dos EUA. Um dos comentários sugeria se já havia me perguntado por que um BMW que custava de 20 a 30 mil dólares nos EUA custava muito mais aqui no Brasil? Como não sei o preço de carro algum, fui pesquisar, e olha o que encontrei: “Carro no Brasil custa ATÉ três vezes mais que nos EUA”, reportagem do site www.comprecar.com.br/noticias/carro-no-brasil-custa-ate-tres/1397  de 30/06/2010, em que utilizam a fonte Jacto Dymanics do Brasil, divulgando a seguinte tabela comparativa:

“Veja abaixo a relação de carros vendidos no Brasil e nos Estados Unidos, com preços em real (cotação do dólar a R$ 1,82).

Marca_Modelo_Versão Preço Brasil R$ Preço EUA R$ Diferença %

AUDI Q7 3.6 FSI QUATTRO TIPTRONIC 278.000  86.296  222%
AUDI Q7 4.2 FSI QUATTRO TIPTRONIC 349.000  112.240  211%
BMW SERIES 3 335I 319.000  94.208    239%
BMW X6 XDRIVE 35I 325.000  103.960  213%
BMW X6 XDRIVE 50I 390.000  123.648  215%
CHRYSLER TOWN & COUNTRY LIMITED 173.900  52.302  232%
FORD FUSION 2.5 16V SEL 80.900  45.365  76%
FORD FUSION 3.0 V6 4WD SEL 99.900  51.732  93%
FORD EDGE 3.5 L DURATEC V6 4WD SEL 129.000  59.377  117%
HONDA FIT 1.5 FLEX EX MT 59.530  27.416   117%
HONDA FIT 1.5 FLEX EX AT 63.395  28.888    119%
HONDA FIT 1.5 FLEX EXL MT 63.335  30.194  110%
HONDA FIT 1.5 FLEX EXL AT 69.180  31.758   118%
MERCEDES E-CLASS E 350 COUPE PLUS 285.000 88.412  222%
MERCEDES E-CLASS E 350 AVANTGARDE 269.900 89.424 202%
MERCEDES E-CLASS E 350 AVANTGARDE EXECUTIVE 299.000 89.424  234%
MERCEDES M-CLASS ML 500 376.023  104.420   260%
MINI COOPER CHILLI 91.000  34.592  163%
MINI COOPER S 128.000  41.032   212%
MINI CLUBMAN COOPER S 138.600  44.252   213%
MINI COOPER CABRIO 123.000   44.620  176%
MINI COOPER S CABRIO 144.500  49.956  189%
SMART FORTWO CABRIO1.0 62KW PASSION 64.900 25.742 152
SMART FORTWO COUPE 1.0 62KW PASSION 57.900 31.262 85
VOLKSWAGEN TIGUAN 2.0 TSI 4MOTION 99.990  48.300 107%
VOLKSWAGEN TOUAREG 3.6 V6 TIPTRONIC 203.490 75.164 171
VOLVO XC60 3.0 COMFORT 138.500   68.448  102%
VOLVO XC60 3.0 TOP 165.900   76.452   117%
Fonte: Jacto Dymanics do Brasil”

Se observarmos bem, a menor diferença é de 76%, e a maior de 260%, ou seja, nem o “ATÉ” três vezes do título foi atingido.

Agora, voltando ao vinho. O Cru Bourgeois Chateau du Moulin Rouge 2005 vendido pela Enoteca Fasano por R$ 229,00 (no momento está em promoção por R$ 183,20) custa 15 dólares na Inglaterra (R$ 27,30), 16 dólares na França (R$ 29,12) e 27 dólares nos EUA (R$ 49,14).

O preço, em promoção, da Fasano (183,20) é mais de 670% do preço inglês, mais de 620% do preço francês e mais de 370% do preço americano. Se utilizarmos o preço sem promoção (R$ 229,00), aí a coisa fica surreal: Mais de 8 vezes o preço da Inglaterra, quase 8 vezes o preço da França e mais de 4 vezes e meia do preço americano.

No Brasil, esse vinho também pode ser encontrado na rede de supermercados Carrefour, que o vende a R$ 82,90 e fez uma liquidação por R$ 26,90 (mesma safra 2005).

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Ninguém conseguiu explicar o aumento de mais de 45%, sobre o preço cheio, logo após uma promoção de 30%, sobre o mesmo vinho (o que era a real intenção da postagem).

Resumindo, após pesquisar, verifiquei que a importadora em questão está vendendo, proporcionalmente, vinho mais caro que carro importado.

 

Quadragésimo Vinho da Semana

Com a dica do vinho Torus Madiran o Blog DCV completa a marca
de 40 indicações, SEM FALTAR UMA QUINTA-FEIRA SEQUER.

Nestas 40 semanas procuramos levar ao internauta
as melhores opções para seus dias de comemorações
ou simplesmente para aqueles dias “sem inspiração”!
40dslogo
GARANTIMOS QUE A ESCOLHA SERÁ PERFEITA!!
Toda 5a-feira nas bancas…ops, no Site.

Vertical de Cenit em Brasília

Aconteceu aqui em Brasília (15/07), no restaurante Dudu Bar (303 sul), uma degustação vertical do vinho Cenit, o top da vinícola chilena Caliterra. A vinícola faz parte, juntamente com Errazuriz e Viñedo Chadwick, do grupo de vinícolas comandado por Eduardo Chadwick. Até 2004 havia uma parceria com Robert Mondavi, que nesse ano vendeu todo seu império para o grande grupo Costellation. Chadwick para não ter a Constellation como sócia, comprou a parte de Mondavi.

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Os vinhos que fizeram parte da vertical foram os Cenit safras 2005, 2006, 2007, e 2008, que já está engarrafado, mas encontra-se em fase de evolução em garrafa na vinícola, por isso ainda não tem rótulo. Vinhos bastante interessantes, feitos para concorrerem com os tops chilenos, bem ao estilo Novo Mundo, baseado em corpo denso, fruta doce e baixa acidez. Para o meu gosto, o 2005 foi o mais agradável; com maior complexidade aromática e taninos mais amaciados (talvez tenha achado isso por ser a safra mais antiga das degustadas).

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No final houve uma brincadeira em que Sergio Cuadra, enólogo chefe da Caliterra, trouxe 04 amostras varietais da safra 2009, que ainda está em barrica. Ele pediu que, em duplas, propuséssemos uma mistura das quatro garrafas que continham malbec, carmenére, c.sauvignon e petit verdot cada uma, simulando assim como cada dupla achava que deveria ser o corte da safra 2009. Brincadeira interessante que descontraiu e fugiu da rotina das degustações.

O serviço do vinho foi comandado pelo competente sommelier Ivanildo, a comida servida pelo sempre-de-bem-com-a-vida Dudu Camargo estava impecável, e o evento organizado por Hélio Anholeti, proprietário da Portofino (308 norte/tel:33491943), onde o vinho se encontra à venda, foi memorável.

Rótulos pitorescos e originais!

De vez em quando encontramos vinhos com rótulos divertidos e alegres. Quase sempre estão impressos no contra-rótulo palavras de sabedoria, poemas, declarações de amor, piadas, dentre outras frases bem criativas dos produtores. Resolvi então achar garrafas com alguns destes textos para mostrar aqui. Vejam que bacana alguns modelos.

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“Da altitude de 1.000m resulta um vinho diferenciado, que guarda segredos para serem desvendados… Abra esta garrafa e liberte o buquê da brisa dos campos e o sabor…”
(vinho Sozo 2005 Cab.Sauvignon/RS-Brasil)

“Celebra. Tudo é passagem. Cerca-te de amigos. Divida tua mesa. Cante, faça rima dos sonhos que abandonaste. Considere: o que pulsa no coração alheio…é teu desejo secreto. Ao que é impossível de dizer, para não torná-lo menor, brinda com vinho…”
(vinho Monte Azzurro 2005, Tríplice Rosso/RS-Brasil)

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“…Deverá ser consumido em BOA companhia.” (vinho Monsaraz 2006-Portugal)


“Este vinho reflete o amor e a dedicação da família…, oferece nesta garrafa a essência do que é a alma destas pessoas.”
(vinho Bettú 2004/RS-Brasil)

Se você tem ou bebeu alguma garrafa de vinho com textos pitorescos e originais mande para nós, inclusive em outros idiomas. Estaremos publicando em nosso Fórum de comentários uma coletânea dos rótulos enviados pelos leitores. Envie o seu comentário com o texto e o nome do vinho. PARTICIPE !