Vinho Japonês

kosha2Esses dias provei um vinho japonês, feito com a uva Kosha, que vem sendo bastante comentado nos blogs de vinho. Muita gente diz se parecer com os vinhos feitos de Grüner Veltliner, a uva emblemática da Áustria. Como ainda não tomei um vinho austríaco não posso fazer a comparação.

O vinho tomado tinha o rótulo escrito em português e se chamava Vento, da Adega kosha3d´Aruga. O contra rótulo todo em japonês já não era tão conclusivo. Deduzi pelos números escritos que foram feitas 21.000 garrafas, e que o teor alcoólico era de 12,5%. O vinho em si é um vinho refrescante, com uma cor muito clara, quase parecendo água (se é que água tem cor), corpo levíssimo, sem complexidade aromática. Pode ser que outros vinhos japoneses, feitos com essa uva, tenham características diferentes, mas o que tomei, em minha opinião, não passa de uma curiosidade. O preço que tenho ouvido falar, que esses vinhos estão chegando ao Brasil, é de R$300,00. Apostaria em outras garrafas.

Vinho Cupim

vinhocupimGeléia, madeira, extrato, potência, loooongo final. Vinhos tecnológicos, feitos por tecnocratas, para vender e massificar um determinado gosto, garantindo retorno financeiro e mais e mais vendas.

Não há nada errado nisso, comércio é venda, e nada supera o lucro. Se estivesse do lado comerciante, repetiria as notas dos vinhos, conceitos e premiações de cada vinho do meu portfólio. Como estou do lado consumidor, e tenho noção da estratégia de vendas das lojas e importadoras, esses adjetivos não me convencem.

Esse estilo de vinho, gordo, massudo, doce, pesado e muitas vezes com adstringência elevada, é o que conquista mais facilmente o paladar da maioria dos apreciadores. Já me convenceu também, já comprei e tomei muito vinho assim. Ainda tomo, só não compro. Só se for por engano. Da mesma maneira que não acho errado se produzir cada vez mais esse estilo de vinho, conhecido como “novo mundo”, não vejo nada de errado em preferir outros estilos, como tintos com toques de Brett, aldeído cinâmico, brancos oxidados, brancos naturais com pouco ou nenhum sulfito tornando-os selvagens e estranhos. Nesse assunto não há certo nem errado, tudo depende de que lado você está. Do lado do comércio e seus súditos consumidores de vinho cupim, ou apreciadores de outros estilos, diferentes do citado.

Amalaya Colomé 2006

amalaya_asse_06Este belo exemplar de vinho de altitude argentino é marcante. Seu estilo é pouco exagerado mas definitivamente muito bom pelo preço. Aroma amadeirado excessivo e toques ameixa, lembrando asfalto. Sabor bem adocicado e tostado. A Bodega Colomé é considerada a mais antiga da Argentina, tendo seus primeiros vinhedos plantados em 1831. Amalaya quer dizer “milagre” na língua quíchua, nativa dos incas, porque plantar uvas a uma altitude de quase 3000m é um recorde que o proprietário Hess conseguiu, estabelecendo o vinhedo de maior altitude encontrado no planeta. Com vinhas velhas de 90 anos esta garrafa contém basicamente malbec, com mesclas de c.sauvignon, syrah, tannat e Bonarda. Um custo/benefício que não pode ser desprezado. R$ 41,00.

Chardonnay Zero SO2

chardonnayzero4Os vinhos do Marco Danielle são intrigantes, instrutivos e polêmicos. Onde quer que se fale deles, as opiniões são de louvor ou desaprovação. Com esse Chardonnay Zero não seria diferente. Ele fez um vinho limitado a 400 garrafas, e segundo o próprio, inspirado nos brancos naturais do Vale do Loire, sem adição alguma de So2. Um vinho sem potencial comercial, feito para o seu prazer e de seus amigos, e que ele disse: “Não se repetirá”. A polêmica toda começa quando você abre a garrafa. Um forte aroma de resina toma conta da taça, a cor amarela bem dourada, turva e com precipitações, sugere um vinho defeituoso, e o nome chardonnay escrito na garrafa, te leva confirmar esse pensamento.

Talvez o maior “defeito” desse vinho seja ser desconcertante, que deixa o degustador sem saber se está gostando ou não, se chardonnay pode ser daquele jeito, se aqueles aromas são possíveis em um vinho sem defeito. O maior problema é ser um vinho incompreensível e inconveniente à maioria das pessoas. Digo isso pois já tomei esse vinho em quatro ocasiões distintas, e com pessoas diferentes. Pude perceber a reação de cada uma, o vinho agradou 20% delas, o restante achou ruim e/ou defeituoso, e nesse restante estavam pessoas iniciadas e iniciantes. O que mais incomodava eram os aromas descritos pelos provadores: resina, acetona, cera de abelha, cola tenaz, azeitona. chardonnayzero5Na boca o vinho não era tão problemático, tinha acidez e corpo, a maior reclamação eram mesmo os aromas. O sabor, apesar de intrigante, não incomodava tanto.

Depois dessas quatro oportunidades, me incluo nos 20% que aprovaram  o vinho, com as seguintes ressalvas: acho que é uma boa companhia para uma bouillabaisse, e que são necessárias quatro pessoas para uma garrafa. Não é para ser tomado só, e entendo muito bem os que desaprovaram essa curiosidade.

 

Collezione De Marchi – Isole & Olena: o artista da Toscana!

isoleolenapProvei este ícone no final do ano para celebrar minha data natalícia, no restaurante Villa Tevere (DF). Foi uma experiência incrivelmente plena! Esta garrafa trouxe diretamente da Itália, onde paguei € 50. Seu produtor é daqueles poucos na Itália chamados de vinhateiros de garagem, fabricando verdadeiras obras de arte em vinhos toscanos. Paolo De Marchi iniciou seu trabalho há mais de 20 anos, em glebas da família, conhecidas há meio século por “Isole” e “Olena”, por isso o nome da atual vinícola. Seu excepcional trabalho é reconhecido mundialmente e seus vinhos cultuados pelo personalismo empreendido em cada garrafa. Não fosse por isso, Paolo é um dos expansionistas dos super-toscanos notadamente a partir da década de 1990 – seguindo o rastro do Sassicaia – acrescentando castas estrangeiras aos tradicionais vinhos feitos com a sangiovese. O Collezione De Marchi é um exemplo, feito 100% cabernet. Mas de outra forma, os De Marchi (Paolo e esposa) lutam em trazer de volta a força e fama dos toscanos a partir da uva sangiovese, e há mais de 10 anos faz pesquisas intensas na melhor mescla em seus rótulos – sempre buscando a excelência! Depois de produzir grandes Chiantis clássicos, com sangiovese, canaiolo e uma pitada de shiraz, vem ele com nova abordagem, ainda mais tradicional, após longos estudos. Paolo diz que é possível construir grandes Chiantis (como o Ceparello, 100% sangiovese), bastando dar total atenção ao vinhedo; às vinhas. Diz ele que é na terra onde está o verdadeiro segredo, onde nada era feito na Toscana em tempos pretéritos. Todos queriam trabalhar a cantina, os equipamentos, a modernização, mas só isto não basta, completa ele. Considerado um dos top ten pequenos produtores do mundo, hoje colhe o sucesso, produzindo vinhos expressivos, revolucionando a marca Chianti para o mundo.


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O Collezione De Marchi 1994 provado é definitivamente um cabernet sauvignon diferente. Um cabernet italianíssimo! Esta é a conclusão que chega-se ao tomar esta fantástica ampola. As safras 90 e 97 foram avaliadas em 2000 pela revista WS com 98 e 97 pontos!, e predicados como “ainda um bebê” e “glorioso”. Isole & Olena é dos maiores expoentes da Toscana e possivelmente os melhores supertoscanos da atualidade – desculpem Solaias e Sassicaias [risos]. Este vinho é super elegante e aristocrático. A safra 94 está irrepreensível. Com 15 anos e toda a força juvenil. O sommelier do restaurante V.Tevere inteligentemente usou um decanter-alto para verter lentamente o líquido da garrafa, apenas para abrir seu aroma e sabor (foto). Mostrou cor rubi/violáceo brilhante e médio corpo. Frutas vermelhas, mentol e chocolate surgem na boca. Grande harmonia e boa acidez. De personalidade marcante e aroma bem presente, que salta da taça, com taninos muito bem domados. Produzido artesanalmente para somente 1200 ampolas (a média são 500). Nota: 95 pts. Maravilhoso!

Retorno aos Posts – a Gastronomia de Porto (PE)

Depois de uma breve semana de recesso volto às postagens no Blog, senão o Eugênio adoece de tanto calo nos dedos [risos]. Nestes dias ausentes estive de férias na belíssima praia de Maracaípe; ali, coladinha de Porto de Galinhas, em Pernambuco. Como meu interesse pela gastronomia também não é nenhum segredo, e por ser a primeira vez que visitava Pernambuco, fiz questão de “passar em revista” os produtores dos sabores de Porto de Galinhas. Em primeiro lugar fui ao renomado Beijupirá. Um restaurante estrelado pela 4-Rodas e que valeu cada centavo (e realmente é caro!), mas provei o prato da Boa Lembrança, que além de dar muito prazer, dá também um lindo prato de souvenir aos comensais (ver foto). Foi um Filé de peixe BeijuUai – não lembro de ter comido uma manta de peixe tão saborosa – com arroz de couve e pirão de feijão e banana. Divino! Minha esposa pediu camarões flambados, com molho bechamel servido na própria casca de abacaxi com arroz de castanhas. O jantar foi regado a um Espumante Chandon Brut, de Garibaldi-RS, que estava pra lá de muito bom.

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Visitamos outros restaurantes (Munganga, Peixe na Telha e La Tratoria) e o que mais chamou atenção foi o Domingos. Uma casa prá lá de charmosa, que serve de tudo muito bem a um preço honesto, onde não se acredita conter tanta qualidade e requinte. Fomos comer três vezes lá, com direito a uma feijoada “carioquíssima” bem gostosa, no sábado. Os pratos de lagosta são especiais, tanto que existe um dia específico para esta iguaria (sou fã incondicional deste fruto-do-mar!), sempre às 6as.feiras – preço: R$ 29 reais, pasmem! Não perdi tempo: vejam dois dos pratos provados no Domingos. Vinhos bebidos no restaurante: Espumante TerraNova Demisec e Espumante Miolo Brut Rosé.

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1a. Pallard de Lagosta grelhada  |  2a.Lagosta em pimenta verde sobre cama de banana-terra


Deixo aqui um “leve” protesto: o guia 4-Rodas (ed.2010) me desculpe mas ele coloca o Domingos em nono lugar entre os restaurantes de Porto, mas em minha avaliação ele caberia certamente entre os três melhores de lá, indiscutivelmente. Não deixem de visitá-lo! Se dizem por aí que o DF é o terceiro maior polo culinário do País, é bem verdade que temos que suar muito a camisa – nós, de Brasília – pois Pernambuco está coladinho em nosso encalço na qualidade gastronômica brasileira. Um profissionalismo de fazer inveja!

Dádivas Chardonnay 2008

dadivasMais um chardonnay brasileiro sem passagem por madeira, com bastante frescor e uma cor amarelo palha. Uma curiosidade é que as mesmas uvas (da mesma safra) que deram origem a esse vinho, também originaram o chardonnay zero SO2 da Tormentas, e ambos têm estilos completamente diferentes. R$35,00

Entrevista com o sommelier Sidney Lucas

O Decantando a Vida, traz dessa vez, uma entrevista com o excelente sommelier Sidney Lucas, que trabalha no grupo Piquiras de Goiânia, e foi citado na coluna do Jorge Lucki, na revista Prazeres da Mesa, como um dos profissionais de destaque no Brasil. Confira:

Conte-nos um pouco da sua trajetória dentro do mundo do vinho (cursos, experiência, por onde trabalhou…)
Meu interesse pelo vinho começou naturalmente, eu já trabalhava no ramo desde os 13 anos de sidney lucasidade nas mais diversas funções. Comecei como faxineiro, balconista, comin, garçon, etc… porém, foi em 1998 que saí de Belo Horizonte para morar em São Paulo com a intenção de estudar na ABS, onde permaneci até o final de 1999. Tendo feito vários cursos oferecidos pela Associação Brasileira de Sommelier, retornei a BH para trabalhar com o Guilherme Corrêa no Vecchio Sogno, dando continuidade ao meu aprendizado com esse que é o melhor sommelier do Brasil. Após alguns meses assumi o Amici Miei, um wine bar cujo proprietário era o mesmo do Vecchio, o Chef Memmo Biadi. Após três anos e meio trabalhando com o Guilherme fui para a Expand Minas contribuindo ali por quatro anos. Fui para a Enoteca Decanter e depois de quase um ano voltei para a Expand Minas, onde recebi a proposta de vir para Goiânia trabalhar no grupo Piquiras onde estou bastante feliz.

O vinho da vez tem sido o do Novo Mundo (Chilenos e Argentinos principalmente). Você acha que isso ocorre, devido a uma falsa ideia, de que oferecem o melhor preço/qualidade?
Certamente está diretamente ligado a isso sim, e durante bastante tempo essa era a realidade, os vinhos europeus que chegavam ao Brasil custavam caro e tinham menos qualidade que os do novo mundo, salvo os de valores mais elevados, que realmente valiam o que custavam, na maioria das vezes. Hoje o panorama está bastante mudado, algumas importadoras tem trazido grandes vinhos europeus com preços compatíveis aos bons vinhos do novo mundo, é possível beber bons italianos, espanhóis, portugueses e de outros países do velho continente, pagando o mesmo que se paga por argentinos e chilenos de preços médios (R$50,00/R$60,00).

No seu trabalho, quais são os vinhos mais pedidos pelos clientes?
Tem uma tendência natural para os vinhos sul americanos, mas na medida que vou apresentando boas opções do velho mundo, a preços parecidos, a maioria aceita e grande parte gosta.

Em restaurantes, pelo menos no Brasil, o vinho tinto predomina em relação ao vinho branco, independente do que se vai comer. Você acha que há chance dessa prática mudar?
Já está mudando, aquela visão equivocada de que brancos, espumantes e vinhos doces são para aqueles que entendem pouco ou são para mulheres, já está indo por terra. Claro que ainda falta entender que além da harmonização entre vinho e alimento o mesmo pode harmonizar com momentos. Imagine-se à beira da piscina tomando um Brunello di Montalcino ou um Barolo, é claro que um Chablis ou um Sauvignon Blanc combina muito mais. Na medida em que a cultura do vinho vai sendo divulgada de forma correta, fica mais fácil para todos compreenderem e aceitarem que os vinhos brancos podem dar tanto prazer, ao serem bebidos, quanto os tintos; depende da hora. O reflexo dessa mudança de pensamento levará o apreciador a pedir o vinho certo para o prato certo nos restaurantes.

A cidade de Goiânia é bem conhecida pelo consumo de cerveja. Como o vinho tem adquirido seu espaço?
Acredito que por dois motivos: hoje as pessoas tem acesso a tudo e a todo tipo de informação, viajam muito, comem em grandes restaurantes no Brasil e exterior, e aos poucos vão adquirindo o hábito de beber vinho ao invés de cerveja, whisky, etc., e também graças à capacidade que o vinho tem de seduzir.

Os restaurantes da cidade têm investido na contratação de um sommelier? Ou ocorre como aqui, onde somente alguns se importam em ter um em seu quadro de funcionários?
Aqui a figura do sommelier é pouco comum, não são todas as casas que investem nesse tipo de profissional. Pode ser que julguem desnecessário, mas a escolha de um profissional de nível costuma trazer benefícios sim.

Qual a sua avaliação do vinho Brasileiro?
Por muito tempo não valia o que custava, de uns cinco ou seis anos para cá isso tem mudado. Já existem vários produtos no mercado com qualidade igual ou superior aos importados de mesmo preço. O que mais dificulta para o vinho brasileiro é a comparação equivocada com os argentinos e chilenos. Comparar a qualidade é uma coisa necessária, mas é preciso entender que o vinho brasileiro não é igual em estilo a nenhum outro, assim como os da Toscana tem sua identidade, os da Bourgogne tem outra, de acordo com suas condições climáticas e de solo. Os vinhos brasileiros não são e não devem ser iguais aos outros, deve ter tipicidade, e na minha opinião, tipicidade o Brasil tem de sobra, não existe nada no novo mundo que pareça (em estilo) com os brasileiros.

Em sua opinião, o sommelier deve provar ou não, o vinho do cliente. Independente de o vinho ter sido pedido no restaurante, ou levado pelo próprio cliente?
Penso que se uma das funções do sommelier é evitar que o vinho chegue à mesa com defeito, ele deve sim provar, independente se é da casa ou se foi levado. O sommelier está alí para prestar um serviço ao restaurante que o emprega, e também para o cliente que prestigia a casa. É dever do profissional averiguar se o vinho está ou não próprio para o consumo e, se não estiver, informar ao clinte, caso o vinho tenha sido levado por ele, ou apenas abrir outra que esteja em totais condições, se tiver sido escolhido da carta do restaurante.

O que você acha dessa evasão dos sommeliers de restaurante, para as importadoras?
Acho mais que excelente, todos ganham. A importadora, além de prestar um melhor atendimento aos seus clientes também terão o auxilio técnico na hora de “garimpar” novos rótulos. Para o sommelier é uma oportunidade a mais de crescimento.

Quais as suas preferências em relação ao vinho?
Procuro anular meu gosto pessoal ao auxiliar alguém na escolha, ou na definição de vinhos para degustações técnicas, portanto, considerando apenas os que me fazem salivar são: os Bourgogne maduros (brancos e tintos), os vinhos do Piemonte, os ribatejanos, os da Ribera del Duero, alguns do Rhône e os brancos alemães. Mas não sou de dispensar os outros não!

Foto:Didier Pinheiro.

Viña Tondonia Gran Reserva Blanco 1981!

vinatondonia2A Bodega López Heredia é uma das mais tradicionais da Espanha. Ela fica na cidade de Haro, capital de La Rioja Alta, e é conhecida por fazer vinhos tradicionais, muito longevos, que só chegam ao mercado depois de um longo envelhecimento. O longo processo de envelhecimento em carvalho norte-americano, seis anos (submetido a duas trasfegas por ano) no caso deste Gran Reserva 1981, produz notas oxidantes que podem desconcertar os iniciantes. Esse envelhecimento ainda é precedido por dois anos em tonéis de carvalho e seguido por uns bons anos em garrafa, antes de chegar ao mercado.

O Viña Tondonia Gran Reserva Blanco 1981 é feito de 85% viura e 15% malvasia. Com uma cor amarelo ouro, aromas complexos desenvolvidos no tempo de engarrafamento, acidez presente com um toque de oxidação. O final não é muito longo e nem é muito untuoso, mas é um vinho muito equilibrado e harmonioso, com 12% de álcool. Engarrafado sem filtrar, a garrafa vem envolvida por aquela malha metálica, inventada pelo Marquês de Riscal, que impossibilita retirar a rolha sem rompê-la, dificultando a falsificação. A rolha vem recoberta por cera, que dificulta sua remoção.vinatondonia1

A safra corrente deste vinho é a 1987, logo, a 1981 provada aqui, só deve ser encontrada em restaurantes ou lojas que por sorte ainda tenham uma garrafa dessas. Já a mítica safra 1964 desse vinho, considerada a melhor já feita, pode ser adquirida nos EUA sem muita dificuldade.

 

Coppola Pinot Noir 05

coppola2Pinot Noir da vinícola do famoso diretor de cinema Francis Ford Coppola, que tem descendência italiana, o vinho surpreende por ser bem aromático, não ter aquele peso de vários pinot do novo mundo e ser bem gastronômico, com acidez e taninos bem colocados e um correto amargor final.

Coppola cresceu sob forte influência do vinho e da gastronomia e em 1975 adquiriu sua primeira vinícola em Napa Valley. Esse Pinot Noir 2005 pertence à linha Diamond Series e apresenta uma cor evoluída em um corpo leve. Um vinho bem prazeroso, que coppola3envelheceu durante apenas quatro meses em barricas novas, e se aproxima mais de um Borgonha que de um exemplar sul americano.

Como todo bom vinho norte americano, é vendido no Brasil por um preço elevado, o que faz com que não tenhamos o costume de comprar vinhos dos EUA. O top da casa, Rubicon, ultrapassa os três dígitos.